Ibovespa renova máxima com especulações eleitorais; Dilma e Lula conheciam esquema corrupção na Petrobrás, diz Veja

Publicado em 24/10/2014 12:33 e atualizado em 26/10/2014 19:54

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa renovava máxima no início da tarde desta sexta-feira, chegando a subir 4 por cento no melhor momento, em meio a especulações sobre o resultado do segundo turno da eleição presidencial no domingo.

Após cair 9 por cento nas últimas quatro sessões, o Ibovespa subia 3,68 por cento, a 52.579 pontos. Mais cedo, chegou a recuar 0,23 por cento. O giro financeiro era de 4,2 bilhões de reais.

Para explicar o movimento, profissionais do mercado ouvidos pela Reuters falaram de rumores sobre levantamentos eleitorais realizados por bancos apontando ainda empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), diferente do que indicaram pesquisas Datafolha e Ibope na véspera.

Nesta manhã, o Sensus trouxe o tucano à frente, mas com menor vantagem em relação à pesquisa anterior, o que também ajudava.

Operadores ainda citaram reportagem da revista Veja, segundo a qual Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam conhecimento sobre o suposto esquema de desvio de dinheiro na Petrobras, e a expectativa para o último debate entre os candidatos na TV nesta noite, além de outros boatos.

"Muitos estão zerando suas posições vendidas", notou o operador de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado.

Para a equipe do Brasil Plural, em comentários a clientes sobre Ibope e Datafolha, salvo uma grande mudança de último minuto, como um fracasso no debate da TV nesta sexta-feira, a presidente Dilma ganhará mais quatro anos de governo na próxima eleição no domingo.

"O fato de que ela pode vencer pela mesma margem que em 2010, apesar do crescimento econômico medíocre e inflação alta, sugere uma organização da campanha superior", avaliaram.

Entre as estatais, que sofreram fortemente nos últimos pregões, Petrobras PN disparava 6,5 por cento. Banco do Brasil saltava 6,8 por cento. As ações da Eletrobras também estavam no azul.

Outros papéis influenciados pela dinâmica eleitoral, mais especificamente por apostas na alternância de governo federal, também registravam ganhos expressivos, como BM&FBovespa, Itaú Unibanco e Bradesco.

O setor imobiliário também valorizava-se com força. No caso de Rossi, o ganho chegava a 15 por cento, após anunciar que pretende realizar grupamento das ações na proporção de cinco para uma, sem alteração do capital social, para se adquedar previamente às novas regras da bolsa.

Da temporada de balanços, Lojas Renner reagia positivamente após o lucro do terceiro trimestre superar expectativas de analistas, com aumento de vendas e melhoria de margens operacionais.

Localiza também subia. A empresa teve lucro líquido de 101,9 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 0,2 por cento na comparação anual, afetado pelo aumento nas despesas financeiras no período.

Após o fechamento, Hypermarcas e Tractebel reportam o desempenho trimestral.

Na TV, Dilma rebate nova denúncia; Aécio usa Neymar e defende valores

 

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Reportagem de Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff (PT) se antecipou a possíveis ataques e rebateu em sua propaganda na TV denúncias da revista Veja de que saberia do suposto esquema de corrupção na Petrobras, enquanto o tucano Aécio Neves apostou em um discurso pelos valores do país e no apoio do jogador Neymar.

Apresentando um histórico de reportagens da Veja contra o PT, a campanha da presidente acusou a revista de atacar o partido em outras disputas eleitorais, e de tentar reverter, a vantagem de Dilma na reta final destas eleições.

"Eu gostaria de encerrar a minha campanha na TV de outra forma mas não posso me calar frente esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista Veja e seus parceiros ocultos", começou a candidata.

"Até a sua edição de hoje, vésperas da eleição em que todas as pesquisas apontam a minha nítida vantagem sobre meu adversário, a maledicência da Veja se limitava a insinuar que eu poderia ter sido omissa na apuração dos fatos, isso já era um absurdo", disse Dilma no horário eleitoral obrigatório desta sexta-feira, reafirmando que deu "total respaldo" às investigações da Polícia Federal e do Ministério Público.

"Hoje a revista excedeu todos os limites da decência e da falta de ética, pois insinua que eu teria conhecimento prévio dos mau feitos na Petrobras. E que o presidente Lula seria um dos seus articuladores. A revista comete esta barbaridade, esta infâmia contra mim e Lula sem apresentar a mínima prova. Isso é um absurdo, isto é um crime", afirmou.

Edição da revista Veja desta semana, antecipada para esta sexta-feira, traz reportagem com o que seria declaração do doleiro Alberto Youssef, em depoimento à Polícia Federal, dizendo que tanto Lula como Dilma saberiam do suposto esquema de corrupção na Petrobras.

Na propaganda TV, Dilma disse ainda que o povo dará "sua resposta" nas urnas e ela, na Justiça.

O restante do programa apresentou artistas e personalidades que declararam apoio à Dilma e, com imagens de comícios e atos políticos, voltou a explorar uma abordagem mais emocional da campanha.

"Lutei contra a ditadura, venci a tortura, venci o câncer... o que me leva adiante é a minha paixão pelo Brasil e pelo povo brasileiro. Dou minha alma ao Brasil", diz a presidente, no fim do programa.

 

HINO NACIONAL

Aécio, por sua vez, apostou num programa mais leve, em que insistiu na defesa de valores, no discurso da mudança, e no convite aos eleitores ainda indecisos.

"Bem-vindos ao novo jeito de governar, a um tempo de mais união, de mais decência e verdade. Bem-vindos, porque é assim que nós somos. Acolhedores, solidários, generosos. Isso é o que nós brasileiros temos de melhor, de mais profundo. O nosso caráter. Algo que não se pode abandonar nunca, nem mesmo em uma disputa eleitoral", começou o presidenciável.

"Valores importantíssimos na vida de todos nós como justiça, verdade, honestidade, respeito, estão se perdendo. Recuperar esse valores tão fundamentais também é parte da mudança que nós queremos fazer", afirmou Aécio, com um arranjo do hino nacional ao fundo.

O hino também foi utilizado em outro momento do programa, quando foi cantado por cidadãos.

O programa trouxe ainda um depoimento gravado de Neymar, craque da seleção brasileira, além de outras figuras públicas cujos apoios já vinham sendo exibidos nos programas.

"Estamos num momento político importante... não podemos ter votos nulos ou brancos neste momento", diz o jogador. "Eu vou votar no candidato Aécio Neves porque me identifico com a proposta que ele tem para o Brasil."

O tucano recorreu ainda à figura do avô, Tancredo Neves, para reforçar a ideia de que representa uma união de forças para mudar o país.

"Há 30 anos, eu me lembro muito bem disso, os brasileiros se uniram em torno do meu avô, o presidente Tangendo Neves, para vencer a ditadura. E gritavam por todo país 'muda, Brasil'. Hoje eu repito a mesma frase, 'muda, Brasil'", disse Aécio.

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Fonte:
Reuters

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