Ações asiáticas recuam sob pressão de queda do petróleo

Publicado em 09/12/2014 07:13 e atualizado em 09/12/2014 08:26

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Por Wayne Cole

Os preços do petróleo atingiram nova mínima de cinco anos nesta terça-feira, pressionando a maioria das ações asiáticas conforme uma onda de aversão ao risco atravessou os mercados mundiais.

Devido a um excesso de oferta de petróleo, os preços da commodity recuam há quase seis meses agora, pressionando assim as ações de energia e ativos relacionados a commodities no mundo todo.

Por volta das 7h48 (horário de Brasília), o petróleo tipo Brent tinha ligeira alta de 0,08 dólar, a 66,27 dólares por barril, porém mais cedo chegou a 65,29 dólares, nível mais fraco desde setembro de 2009.

Já o petróleo nos Estados Unidos avançava 0,30 dólar para 63,35 dólares, após chegar a 62,25 dólares, mínima desde julho de 2009.

Ambos já tinham recuado mais de 4 por cento na segunda-feira por expectativas de que o excesso de oferta cada vez mais grave manterá os preços sob pressão em 2015.

Enquanto preços de energia em queda são uma dádiva para o poder de compra de consumidores em boa parte do mundo, isso é má notícia para ações de recursos básicos como a australiana Santos, que fechou em queda de cerca de 7 por cento.

As perdas se disseminaram pelo principal índice australiano de ações, que teve queda de 1,7 por cento, enquanto às 7h52 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão recuava 1,25 por cento.

O índice japonês Nikkei teve queda de 0,7 por cento, mas o recuo veio após uma sequência de fortes ganhos que levou o índice ao maior patamar desde meados de 2007.

Importações alemãs caem em outubro no ritmo mais forte em quase 2 anos

BERLIM (Reuters) - As importações da Alemanha registraram a maior queda em quase dois anos em outubro após forte alta no mês anterior, e as exportações também caíram, mas economistas mantiveram o otimismo em relação às perspectivas para a maior economia da Europa.

Dados ajustados sazonalmente da Agência Federal de Estatísticas mostraram que as importações recuaram 3,1 por cento na comparação mensal, contra expectativa de queda de 1,5 por cento. Foi a queda mais forte desde novembro de 2012.

As exportações também recuaram 0,5 por cento na base mensal, embora tenha sido melhor do que a expectativa de recuo de 1,5 por cento em pesquisa da Reuters.

"As importações fracas são por um lado um sinal de demanda doméstica fraca mas por outro lado são consequência do recuo nos preços do petróleo", disse o economista do Berenberg Bank Christian Schulz.

Em base não ajustada, as exportações subiram para uma máxima recorde de 103,9 bilhões de euros, enquanto as importações atingiram o maior nível em dois anos.

Schulz disse que o comércio exterior deve dar ímpeto no quarto trimestre, acrescentando que mercados importantes como os Estados Unidos e o Reino Unido estão crescendo com força, enquanto a demanda na zona do euro também se estabilizou.

Detalhes dos dados comerciais não ajustados mostraram que as exportações para a zona do euro avançaram 1,9 por cento em outubro sobre o mesmo período do ano passado, enquanto as exportações para países fora da Europa subiram 6,3 por cento.

 

S&P 500 tem pior dia queda diária desde outubro, puxado por recuo das ações de energia nos EUA

Por Caroline Valetkevitch

NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices acionários dos Estados Unidos fecharam em baixa nesta segunda-feira, com o S&P 500 registrando a maior queda percentual diária desde 22 de outubro, após o recuo dos preços do petróleo para o menor patamar em cinco anos causar um movimento de venda de ações do setor de energia.

O índice Dow Jones caiu 0,59 por cento, a 17.852 pontos, enquanto o S&P 500 teve perda de 0,73 por cento, a 2.060 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq caiu 0,84 por cento, a 4.740 pontos.

As preocupações sobre o crescimento global também contribuíram para o tom pessimista. Dados mostraram que as exportações da China cresceram num ritmo mais devagar que o esperado e que as importações caíram em novembro, enquanto a economia do Japão encolheu mais que o esperado no terceiro trimestre.

O índice do setor de energia do S&P caiu 3,9 por cento e foi negociado no menor nível desde junho de 2013 depois que o preço do petróleo Brent caiu para o menor patamar em cinco anos com projeções de que a oferta em excesso continuará crescendo até o próximo ano. Liderando a queda, as ações da Exxon Mobil caíram 2,3 por cento, a 91,70 dólares, enquanto os papéis da Chevron recuaram 3,7 por cento, a 106,80 dólares.

O índice do setor de energia acumula queda de 12,8 por cento no ano, sendo o único dos principais índices setoriais do S&P 500 no território negativo em 2014. O S&P 500 acumula alta de 11,5 por cento no ano.

A maioria de setores guiados pelo crescimento também caiu, sugerindo que os investidores estam evitando áreas mais arriscadas do mercado.

Ao mesmo tempo, muitas das ações com maiores ganhos do ano também tiveram um movimento de vendas, possivelmente devido à realização de lucro do fim de ano, disse o diretor geral de renda variável da Wedbush Securities, Michael James.

Na sexta-feira, o S&P 500 fechou em pontuação máxima pela 49ª vez neste ano.

(Reportagem de Michelle Martin)

Bovespa fecha no menor patamar desde abril e Petrobras na mínima em mais de 9 anos

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista iniciou a semana em forte queda, com o Ibovespa fechando no menor patamar desde abril e as ações da Petrobras com a menor cotação em mais de nove anos, em meio a um ambiente externo desfavorável, após dados mostrarem queda inesperada nas importações da China.

O Ibovespa terminou em baixa de 3,3 por cento, a 50.274 pontos, menor patamar desde primeiro de abril de 2014. Na mínima, chegou a 50.015 pontos.

Em mais um dia de forte queda do petróleo no mercado internacional, as ações preferenciais da Petrobras despencaram 6,20 por cento, a 11,50 reais, menor valor desde 20 de outubro de 2005, enquanto os papéis ordinários caíram 6,38 por cento, para 10,72 reais, menor valor desde 13 de maio de 2005. O petróleo tipo Brent caiu mais de 4 por cento e fechou a 66,19 dólares por barril, enquanto nos Estados Unidos o contrato futuro fechou a 63,05 dólares.

Os preços dos bônus da petroleira também caíram significativamente nesta segunda-feira, sendo cotados a 98,373 por cento do valor de face, após atingirem o pico de 111,5 por cento em setembro.

Investidores aguardam para a sexta-feira o balanço não auditado da Petrobras referente ao terceiro trimestre. A divulgação do resultado foi adiada em razão das denúncias de corrupção envolvendo a companhia.

O giro financeiro do pregão somou apenas 5 bilhões de reais, abaixo da média do ano, de 7,2 bilhões de reais.

A equipe da mesa de negociação do BTG Pactual disse, em email a clientes, que o baixo volume de negócios na Bovespa nos últimos dias tem chamado a sua atenção, o que, combinado com as primeiras confirmações de saídas de estrangeiros, tem pressionado o desempenho do índice.

O BTG recomendou atenção ao giro nos próximos dias, em um mês que normalmente o volume costuma ser baixo, bem como aos contratos futuros. "Esse final de ano promete...", disse a equipe do banco.

CHINA

As notícias vindas da China desagradaram, com números mostrando uma queda inesperada nas importações em novembro, o que tende a afetar papéis de exportadoras de commodities na Bovespa, como Vale, que caiu 3,42 por cento.

O quadro menos amistoso para commodities respingou também em papéis de companhias ligadas ao setor, como transportadoras, entre elas as companhias de logísticas ALL América Latina e Cosan Log.

"A China é o principal destino das exportações de commodities e isso deixou países exportadores de matérias-primas como o Brasil em uma situação complicada", disse o analista de renda variável Fabio Lemos, da São Paulo Investments.

"Houve um aumento da aversão a risco e com isso outros papéis da bolsa acabam sofrendo também, como é o caso das ações da bancos, que tinham certa gordura para queimar", disse, citando também dados negativos de inadimplência pesando no setor.

Bradesco e Itaú ainda acumulam em 2014 ganhos superiores a 20 por cento, mesmo com as quedas de 5 e 3,7 por cento nesta sessão, respectivamente.

Em outro email, o BTG Pactual disse que os dados chineses eram negativos para o setor de aço, e chamou a atenção para a queda nas importações de minério de ferro, atribuída a uma produção de aço mais fraca no mês. As ações das siderúrgicas Gerdau e CSN caíram 4,4 por cento e 5,2 por cento, respectivamente.

Usiminas segue como um capítulo à parte, conforme persiste a briga entre a Nippon Steel e a Ternium pelo controle da siderúrgica.

Na sexta-feira, a ação ordinária da Usiminas, que não faz parte do índice e tende a ter menor liquidez, subiu quase 17 por cento. Nesta sessão, fechou em alta de 4,3 por cento. A preferencial, listada no Ibovespa, perdeu 3,9 por cento.

Embraer chegou a trabalhar no azul, mas fechou em queda de 1,9 por cento após a notícia de que um jato executivo fabricado pela empresa caiu nesta segunda-feira sobre um bairro perto do aeroporto de Maryland, nos Estados Unidos, matando pelo menos três pessoas que estavam a bordo da aeronave.

Eletrobras foi uma das poucas a fechar no azul. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu acolheu parcialmente pedido de reconsideração da estatal no sentido de reconhecer que os valores correspondentes às inadimplências de pagamentos das distribuidoras à companhia devem ser considerados no saldo da Conta de Comercialização de Energia Elétrica de Itaipu.

Na visão do gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Ferreira Lukaisus, a bolsa segue minada pelo cenário de economia doméstica mais fraca e perspectiva de resultados mais fracos das empresas, além de commodities em queda no exterior, entre outros fatores. "Nada de novo", disse.

(Edição de Raquel Stenzel)

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Fonte:
Reuters

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