Bovespa fecha em alta de 1,5% após dados dos EUA; ações da Vale disparam

Publicado em 03/06/2016 18:05

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SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em alta nesta sexta-feira pelo terceiro pregão seguido, após dados aquém do esperado do mercado de trabalho norte-americano esfriarem apostas de elevação de juros nos Estados Unidos em junho.

A trajetória positiva foi apoiada principalmente no avanço das ações da Vale, em sessão de noticiário relativamente fraco no cenário doméstico e giro financeiro abaixo da média do ano.

O Ibovespa subiu 1,47 por cento, a 50.619 pontos. O volume financeiro do pregão somou 5,5 bilhões de reais.

Na semana, o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumulou alta de 3,2 por cento. Após perder 10 por cento em maio, o Ibovespa começou junho com três pregões o azul.

Nos EUA, a criação de vagas de trabalho fora do setor agrícola ficou em apenas 38 mil em maio, o menor ganho desde setembro de 2010, informou o Departamento de Trabalho nesta sexta-feira.

"Pode ser que o mês de maio tenha apresentando algumas distorções pontuais, mas a profundidade da fraqueza apresentada nos detalhes dos números remete a uma evidente desaceleração do mercado de trabalho (nos EUA)", avaliou a equipe da Icatu Vanguarda.

Em nota a clientes, a gestora de recursos acrescentou que os números foram na direção de menor probabilidade de alta de juros nos EUA e, no curto prazo, menos pressão sobre os emergentes, como o Brasil.

No cenário doméstico, as atenções seguem voltadas para medidas efetivas do governo interino de Michel Temer e possíveis concessões para obter apoio político, assim como para o noticiário ligado à operação Lava Jato.

Para a equipe de economia do Morgan Stanley, é positivo o saldo dos eventos políticos e econômicos recentes no Brasil.

DESTAQUES

- VALE fechou com as ações ordinárias em alta de 8,63 por cento e com as preferenciais subindo 7,68 por cento, tendo como suporte a alta dos preços do minério de ferro à vista na China após quatro quedas seguidas. Também no radar esteve o anúncio de que realizou o primeiro teste com um equipamento no pátio de minério de ferro do projeto S11D, que deverá começar a produzir a um custo menor na região de Carajás, no Pará, até o final do ano.

- CSN subiu 7,78 por cento, com ação da siderúrgica tendo o segundo melhor desempenho do Ibovepsa. Como tem um beta elevado, a ação normalmente oscila com mais intensidade na comparação com o Ibovespa.

- PETROBRAS encerrou com as preferenciais em alta de 2,02 por cento, apesar da fraqueza dos preços do petróleo, amparadas ainda na repercussão favorável a declarações do novo presidente da estatal na véspera. Em entrevista ao vivo à Rádio Gaúcha nesta sexta-feira, Pedro Parente disse que a estatal vai priorizar a atração de sócios para se capitalizar e tocar subsidiárias e projetos, ao invés de buscar somente a venda de ativos.

- FIBRIA recuou 7 por cento, com as fabricantes de papel e celulose na ponta negativa do Ibovespa, diante da queda de 1,74 por cento do dólar ante o real. A fabricante de aeronaves EMBRAER também foi afetada pelo movimento do câmbio e caiu 1,79 por cento.

Dados fracos sobre o mercado de trabalho pressionam Wall St

NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices acionários dos Estados Unidos encerraram em baixa nesta sexta-feira, pressionados pelas ações do setor financeiro, após um relatório surpreendentemente fraco sobre mercado de trabalho levar a dúvidas sobre a economia norte-americana e sua capacidade de sustentar um aumento da taxa de juros no curto prazo.

A economia dos EUA criou em maio o menor número de vagas em mais de cinco anos e meio, com o emprego nos setores de indústria e construção caindo acentuadamente. A criação de vagas fora do setor agrícola foi de apenas 38 mil no mês passado, muito abaixo da estimativa dos economistas, de 164 mil.

O índice Dow Jones caiu 0,18 por cento, a 17.807 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,29 por cento, a 2.099 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,58 por cento, a 4.942 pontos.

Na semana, o Dow Jones caiu 0,37 por cento, o S&P 500 ficou estável e o Nasdaq subiu 0,18 por cento.

Operadores reduziram significativamente suas apostas de que o Federal Reserve aumentará os juros em suas reuniões de junho e julho. Tal sentimento se refletiu em fraqueza no setor financeiro, que tende a se beneficiar em um ambiente de aumento dos juros.

"Eu acho que isso coloca em dúvida se o Fed fará alguma coisa no ano", disse o diretor e estrategista de renda fixa da Hilltop Securities, Mark Grant.

Dólar cai 1,74% e vai a R$3,5249 com perspectiva de alta de juros nos EUA mais à frente

 

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de 1,74 por cento e voltou ao patamar de 3,52 reais nesta sexta-feira, após a criação de vagas de emprego nos Estados Unidos ficar muito aquém do esperado em maio, enfraquecendo as expectativas de aumento de juros no curto prazo na maior economia do mundo.

O dólar recuou 1,74 por cento, a 3,5249 reais na venda, maior queda diária desde 19 de abril (-1,92 por cento). Na semana, a moeda acumulou queda de 2,38 por cento.

O dólar futuro caía por volta de 1,9 por cento no fim da tarde.

"Tudo sugeria que o Fed podia subir juros muito em breve. Esse dado bate de frente com essa trajetória", disse o economista-chefe da INVX Global Asset Management, Eduardo Velho, referindo-se ao Federal Reserve, banco central dos EUA.

A economia dos EUA criou em maio o menor número de vagas em mais de cinco anos, prejudicada pela greve de funcionários da Verizon e pela queda do emprego no setor de produção de bens. Foram abertas apenas 38 mil vagas no mês passado, contra expectativas de 164 mil vagas em pesquisa da Reuters.

Diversas autoridades do Fed, incluindo a chair Janet Yellen, vinham indicando que estavam confortáveis com aumento os juros talvez até mesmo neste mês. Chances menores de isso acontecer tendem a beneficiar ativos emergentes, que costumam atrair recursos estrangeiros com juros mais altos do que economias desenvolvidas.

A integrante do conselho do Fed Lael Brainard afirmou nesta sexta-feira, porém, que o mercado de trabalho dos EUA pode estar desacelerando e a economia ainda é frágil demais para aumento de juros.

Os contratos de juros futuros dos EUA passaram a mostrar chance de apenas 4 por cento de aumento de juros neste mês, contra 20 por cento antes dos dados, de acordo com o FedWatch do CME Group.

A equipe do HSBC ressaltou que, mesmo se o Fed voltar a subir juros em breve, a alta global do dólar tende a ser limitada. Segundo eles, o banco central quer evitar que a valorização da moeda dos EUA prejudique a recuperação econômica e pode diminuir o ritmo do aperto monetário se a divisa disparar.

Ainda assim, o banco espera que o dólar termine o ano a 4 reais, corrigindo o otimismo exacerbado com o governo do presidente interino Michel Temer que levou a moeda norte-americana abaixo dos 3,50 reais.

"O mercado está lentamente percebendo que o novo governo tem um desafio à frente que não está adequadamente precificado no câmbio", escreveram analistas do HSBC em relatório.

Embora venham recebendo bem as sinalizações do governo interino de austeridade fiscal, temem que enfrente dificuldades para avançar com a agenda no Congresso Nacional e ainda esperam mais medidas concretas.

"O fator local ainda está muito nebuloso, falta clareza. Muito depende da capacidade do governo de consertar as contas públicas e há muitas dúvidas sobre isso", resumiu o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos nacional.

O Banco Central não realizou qualquer intervenção cambial para esta sessão, mantendo-se ausente do mercado pelo terceiro pregão consecutivo.

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Fonte:
Reuters

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