Déficit primário do governo central soma R$ 20,3 bi em agosto, aponta BC

BRASÍLIA (Reuters) - O governo central, formado por governo federal, Banco Central e Previdência Social, registrou um déficit primário de 20,345 bilhões de reais em agosto, recorde para o mês na série histórica iniciada em 1997, pressionado pela frustração nas receitas em meio à recessão econômica. O dado também veio pior que a expectativa de analistas de um rombo de 17,05 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters.
Ele foi diretamente afetado pela queda real de 13,1 por cento na receita líquida total, a 74,983 bilhões de reais, diante da fraqueza na arrecadação de impostos e do tombo de 88,8 por cento no recebimento de dividendos e participações na comparação com o mesmo mês do ano passado. Ao mesmo tempo, as despesas totais subiram 3,8 por cento sobre um ano antes, já descontada a inflação, a 95,329 bilhões de reais.
Segundo o Tesouro, os gastos no mês foram impactados pelo crescimento de 21,5 por cento dos benefícios previdenciários sobre um ano antes, a 43,841 bilhões de reais, alta influenciada pelo pagamento de parcela do 13o salário, o que não ocorreu no mesmo mês de 2015.
Enquanto o déficit conjunto do Tesouro Nacional e do Banco Central foi de 5,031 bilhões de reais no mês de agosto, o rombo na Previdência foi de 15,314 bilhões de reais.No acumulado do ano, o déficit primário do governo central como um todo alcançou 71,419 bilhões de reais -- pior resultado da série para o período. No período, o saldo ficou negativo em 87,574 bilhões de reais para a Previdência e positivo em 16,156 para Tesouro Nacional e BC.
Para o ano, o governo central tem como meta um déficit primário de 170,5 bilhões de reais, que, se confirmado, será o terceiro resultado no vermelho consecutivo e o pior já registrado pelo país. Na semana passada, o governo contabilizou recursos já declarados, mas ainda não pagos no âmbito do programa de regularização de ativos no exterior, e divulgou ter encerrado o quarto bimestre com uma reserva de 1,181 bilhão de reais para absorver possíveis riscos fiscais em 2016 e seguir cumprindo a meta de resultado primário.
(Por Marcela Ayres)
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