CCJ suspende reunião sobre denúncia contra Temer e deve retomar com fala de relator e advogados

BRASÍLIA (Reuters) - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) suspendeu na tarde desta quarta-feira a reunião de discussão sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer e dois de seus ministros por 30 minutos e deve retomá-la com falas do relator, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), e dos advogados dos acusados.
Depois dessas considerações finais deve ser iniciado o processo de votação do parecer. A expectativa de governistas é de vitória com cerca de 40 votos.
A CCJ iniciou sua reunião nesta quarta-feira com mais discursos de deputados. Embora o governo tenha maioria na comissão, as falas foram predominantemente contra o presidente e a favor da denúncia.
Desde a véspera, a estratégia de deputados governistas tem sido acelerar os trabalhos com a dispensa de fazer discursos. Interessa ao governo encerrar rapidamente o assunto e levá-lo ao plenário da Câmara, o que deve ocorrer na próxima semana.
O parecer apresentado na semana passada por Bonifácio segue a linha da defesa de Temer e recomenda a rejeição da acusação por não encontrar “respaldo” na peça ou na legislação, e por considerar que as provas que embasam as acusações foram colhidas de forma ilícita.
A denúncia oferecida ainda sob o comando do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot tem como alvos Temer e os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) pelo crime de organização criminosa. Também acusa o presidente de atuar pela obstrução das investigações.
Mais cedo, em uma manobra que evidenciou ainda mais a divisão interna da bancada do PSB na Câmara, deputados do partido favoráveis à denúncia destituíram a então líder Tereza Cristina (MS), movimento que pode engrossar a parcela de votos contra o presidente na CCJ. O novo líder, Julio Delgado (MG), já avisou que irá tirar do colegiado os deputados da sigla favoráveis a Temer.
O governo, em outra frente, tem articulado para garantir seus votos na comissão e exonerou nesta quarta-feira dois de seus ministros para que reassumam suas cadeiras na Câmara dos Deputados. Um deles foi o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, que já voltou à Casa no lugar do deputado Severino Ninho. O outro a ser exonerado é o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que deve reassumir lugar na Câmara em breve.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Ricardo Brito)
0 comentário
Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde