Lula: “O Rio não merece que governadores eleitos estejam presos porque roubaram”

Publicado em 11/12/2017 10:55
em O Antagonista

Quando Lula disse que “o Rio não merece que governadores eleitos estejam presos porque roubaram”, Lindbergh Farias estava atrás dele, no palanque.

Com a maior cara de paisagem.

Assista ao vídeo:

“Espero que Lula esteja preso até julho”, diz Procurador da Lava Jato

Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, disse ao jornal Gazeta do Povo que espera que o TRF-4 julgue Lula até março do ano que vem. Em palestra a membros do Ministério Público e advogados na semana passada, o procurador estimou que o petista estará preso até julho.

Veja este trecho da entrevista:

Investigado e condenado na Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula pode ser candidato mais uma vez à presidência da República no ano que vem. Como o senhor avalia esse cenário?

É questão de aplicar a lei. Não existe escolha. A escolha já foi feita com a lei. A jurisprudência é clara no sentido de aplicar a Lei da Ficha Limpa. Nós não somos políticos nem temos escolha política. Cada um dos procuradores tem sua visão de mundo sobre política, mas para nós é indiferente. A lei tem que ser aplicada, seja para o Lula ou para o Aécio Neves, seja para quem for. Eu creio que agora é esperar como os tribunais vão dar conta disso. O Ministério Público faz a acusação, essa é a função dele. Não tenho que passar a mão na cabeça de ninguém.

O que o senhor espera do julgamento do ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª região?

Creio que teremos um julgamento de segundo grau até março. Isso não significa que estarão encerrados todos os recursos. Creio que haverá embargos de declaração, haverá embargos infringentes, haverá embargos de declaração sobre embargos infringentes, que é a tradição nossa de recurso sobre recurso. Mas esperamos que até junho ou julho, a nível de Tribunal Regional Federal da 4ª região, ele esteja definitivamente julgado.

As afrontas de Lula

O Estadão ataca os procuradores da Lava Jato praticamente todos os dias.

Nesta segunda-feira, o jornal resolveu dar uma trégua.

O discurso de Lula no Rio de Janeiro, atribuindo à Lava Jato a ruína da Petrobras, mereceu um editorial indignado:

“O discurso é uma inacreditável coleção de afrontas. Ao contrário do que diz Lula, a Lava Jato ajudou a salvar a Petrobrás, livrando-a dos diretores corruptos que ali estavam para pilhá-la e para distribuir o fruto do roubo entre os partidos que sustentavam os governos petistas. O saneamento da maior estatal brasileira deve muito à depuração proporcionada pela Lava Jato, que ajudou a recuperar quase R$ 1,5 bilhão em recursos desviados.

Sob nova e saneadora direção, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a Petrobrás revisou seus investimentos, que haviam sido ampliados irresponsavelmente por uma administração que pretendia transformar a empresa em ponta de lança do projeto de poder de Lula, e alterou sua política de preços, antes determinada pelos interesses eleitoreiros dos governos petistas, que tantas perdas causaram à estatal. Como resultado, a Petrobrás interrompeu obras desnecessárias, excessivamente custosas ou que haviam sido projetadas apenas para servir ao esquema de corrupção.”

Por que Maria do Rosário tem razão

Maria do Rosário, em artigo sobre a “violência política de gênero” escreveu o seguinte:

“Ao longo de seu mandato à frente da presidência da Argentina, Cristina Kirchner foi continuamente descrita pela mídia brasileira como desequilibrada…, chegando a receber a alcunha de Cristina, a Louca, da revista Veja, tratamento jamais destinado a qualquer presidente, mesmo os mais criticados pelo semanário. E não foi só. Em 2008 o jornal Estadão realizou uma estapafúrdia análise sobre o peso da presidenta chilena Michelle Bachelet, quando esta, em uma de suas visitas ao Brasil, deu um mergulho no mar fora de seu expediente de trabalho.

Situações absurdas, superada apenas pelo nível de infâmia da revista IstoÉ, que chamou a presidenta Dilma Rousseff de ‘histérica’ e à época afirmou que esta deveria deixar o cargo ao qual foi conduzida por meio do voto popular por ter perdido ‘as condições emocionais para conduzir o Brasil’.”

Maria do Rosário tem razão.

Cristina Kirchner não é “louca”. É ladra e cúmplice de um atentado terrorista.

Michele Bachelet não é gorda, mas uma incompetente de peso.

Dilma Rousseff não é “histérica”. Foi apenas eleita com dinheiro roubado, depois de promover uma gigantesca fraude fiscal.

LULA TERÁ JATINHO NOVO PARA CAMPANHA DE 2018

O Antagonista apurou que o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia está comprando um Citation XLS+ (Cessna 560), jato executivo de aproximadamente US$ 10 milhões.

Seus emissários foram secretamente à Flórida negociar a aeronave, que é do mesmo modelo que vitimou Eduardo Campos.

O antigo Cessna 525, prefixo PR-BIR, frequentemente usado pelo ex-presidente petista para seus deslocamentos pelo país, seria vendido para a Construtora Barbosa Mello – que nega qualquer interesse na aeronave.

O novo avião de Walfrido, é claro, estará à disposição do amigão condenado.

LULA IR PARA A CADEIA NÃO TEM NADA A VER COM PREFERÊNCIA

Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal

Sim, sabemos que a pusilanimidade e as indecisões crônicas do PSDB já torraram a paciência mais do que o suficiente. Porém, caros leitores, são ossos do ofício; ainda estamos falando de um dos maiores partidos políticos do país. No sábado, dia 9, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi eleito presidente da sigla na convenção nacional de maneira quase unânime. Sinal de que sua candidatura à presidência vai se materializar. O suposto fenômeno João Doria, como se diz hoje em dia, “flopou” – e discursou em apoio enfático à escolha.

O que nos chama a atenção não é isso. É que, de novo, Fernando Henrique Cardoso, o homem-símbolo da representatividade do PSDB, pegou o microfone para dizer que, se não fosse pela idade, gostaria de vencer Lula pela terceira vez. E frisou: “Eu prefiro combatê-lo na urna a vê-lo na cadeia”. Alguns comentários são capazes de expressar, com perfeição, o surrealismo reinante no Brasil contemporâneo. Esta é uma delas. Tanto quanto o fato de ainda haver quem cogite eleger Lula presidente da República, a ponto de ele figurar em destaque nas – duvidosas – pesquisas, é inacreditável que sequer faça sentido alguém dizer que prefere enfrentar um criminoso em um pleito eleitoral a ver a justiça ser feita.

Já se tornou repetitivo um famoso ditado: se errar é humano, insistir no erro é burrice. O PSDB já se portou dessa forma ao tempo do mensalão; se nos perguntarem se acreditamos, pessoalmente, que Lula conseguiria o mesmo resultado que obteve em sua reeleição – quando os tucanos preferiram “deixá-lo sangrar” e vencê-lo (que piada!) na disputa eleitoral a iniciar o processo de impeachment – após os últimos tormentosos acontecimentos, nossa aposta hoje seria negativa. A realidade do país não é mais a mesma. Porém, isso não justifica que, depois de tanta coisa mudar, inclusive a situação do PT, o PSDB seja a única peça do jogo que parece não sair do lugar. Até o candidato tucano é o mesmo de 2006!

O grande absurdo, ainda assim, é moral. Compreendemos que é grande a possibilidade de os petistas explorarem a prisão de Lula como narrativa, para se apresentarem em seguida como as sofridas vítimas que nunca foram. É uma imagem forte a de um injustiçado preso político, oportuna para se somar à da “presidenta” que sofreu um “golpe”. De todo modo, para citar mais um famoso ditado, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Liberais e conservadores também precisam trabalhar para fortalecer a sua posição na dimensão narrativa, registrando e confrontando a deformada versão da esquerda. Isso por um ditame inescapável: novamente, um suposto utilitarismo não pode se sobrepor aos ditames da lei, bem como à importância do exemplo da sua aplicação contra quem for culpado, sob pena de alimentarmos seu descrédito e a empurrarmos para a insignificância.

A prisão de Lula não é uma questão de preferência pessoal. É uma questão de um tríplex no Guarujá pago e reformado pela OAS como propina. É uma questão de uma reforma no sítio em Atibaia, com direito a pedalinhos com os nomes de seus netos grafados. É uma questão do prédio do Instituto Lula pago pela Odebrecht. É uma questão de pagamentos escandalosos a palestras fajutas. É uma questão de justiça a um povo que não suporta a ideia de que alguns cidadãos desfrutem de privilégios perante o sistema jurídico só porque são, como disse Olavo de Carvalho, uma espécie de “povo honorário” vítima dos “golpistas neoliberais”, enquanto o restante dos pobres coitados é a “elite”.

Às vezes temos a sensação de escrever apenas o óbvio, mas infelizmente no Brasil o óbvio goza de um status peculiar de fenômeno inacreditável. Portanto, FHC, a sua preferência é irrelevante. Lula ir ou não para a cadeia não é algo que dependa da sua opinião, da do Alckmin ou da minha. Um criminoso ser punido, por mais que doa no seu coração, é algo inevitável – se o Brasil quiser se tornar um país sério.

Protecionismo à brasileira, por Marcos Sawaya Jank (*) e José Tavares de Araujo Jr. (**)

A saída está em mais mercado e menos governo, avançando na integração às cadeias globais de valor.

O Brasil é um dos países mais fechados do mundo. Ocupa a 8ª posição entre os 134 países com maiores tarifas de importação sobre bens industriais —14,1%, ante 8% na média da Organização Mundial do Comércio (OMC). A relação comércio/PIB está entre as menores do mundo. Além disso, nos desconectamos do mundo ao não assinar nenhum acordo comercial relevante e praticamente não participar das grandes cadeias de valor que marcam o desenvolvimento capitalista no século 21.

Na realidade, nosso protecionismo é quase centenário, já que tem sua origem no modelo nacional-desenvolvimentista de substituição de importações criado por Getúlio Vargas nos anos 1930.

É fato que no início dos anos 1990 houve um esforço para abrir a economia, que, com raras exceções, não foi suficiente para integrar o Brasil ao mundo. Ao contrário, a partir dos anos 2000, a abertura sofreu um severo revés, com o aperfeiçoamento de procedimentos excêntricos que caracterizam o que poderíamos chamar de "protecionismo à brasileira".

Exemplos são a aplicação de medidas antidumping sobre operações de drawback, as tarifas de importação sobre bens de capital e intermediários entre as mais altas do planeta, as regras anacrônicas de "conteúdo local", as benesses transitórias concedidas por meio de ex-tarifários e os critérios de política industrial incompatíveis com os padrões contemporâneos de organização da produção, como as portarias interministeriais que definem o chamado Processo Produtivo Básico (PPB), um conceito que só existe no Brasil.

Apesar de dispor de US$ 400 bilhões em divisas, o Brasil não consegue se desvencilhar da herança protecionista, com foco na secular substituição de importações. Um exemplo são os incentivos discriminatórios do programa Inovar-Auto, lançado em 2012 e condenado pela OMC em agosto. Outro é a introdução de restrições inéditas às importações de produtos do agronegócio, setor no qual o Brasil possui vantagens comparativas inequívocas e deveria dar o exemplo.

Sob a ótica da economia política da proteção, uma das distorções típicas dos regimes comerciais voltados à busca da autarquia é fortalecer o poder burocrático dos órgãos que controlam o comércio. Além da escalada recente na aplicação de medidas antidumping, em 2016 a Advocacia Geral da União (AGU) considerou que os pareceres do Departamento de Defesa Comercial (Decom-Mdic) sobre investigações antidumping seriam vinculantes às decisões da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Isso criou uma situação paradoxal, na qual o Conselho de Ministros da Camex surpreendentemente não tem poder para rever decisões do Decom, com exceção dos casos em que for aplicável a chamada cláusula de "interesse público".

A boa notícia é que o tema da abertura comercial está ao menos sendo pautado. Em novembro, a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), em parceria com os Ministérios da Fazenda e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, promoveu o evento "Diálogos Estratégicos: Abertura Econômica para o Desenvolvimento e o Bem-Estar".

Esperamos que a matéria ganhe importância num momento em que finalmente estamos avançando nas reformas e que entramos num ano eleitoral que pode definir um novo modelo de desenvolvimento.

É verdade que o uso do cachimbo entortou a boca, e hoje só ouvimos lamúrias sobre custo Brasil, perda de competitividade e baixo crescimento —sendo que alguns só conseguem propor soluções que passam por mais Estado.

Mas a verdadeira saída está, sim, em mais mercado e menos governo, aprofundando as reformas (tributária, por exemplo) e avançando na agenda de integração a países-chave e às cadeias globais de valor.

(*) Marcos Sawaya Jank é especialista em questões globais do agronegócio. Escreve aos sábados, a cada duas semanas.

(**) José Tavares de Araujo Jr. é doutor em economia pela Universidade de Londres e sócio da Ecostrat Consultores. Email: [email protected]


 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
O Antagonista/Gazeta do Povo

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

3 comentários

  • Álvaro Framil São Lourenço - MG

    Procure saber o que realmente aconteceu, aqui esta o vídeo completo: https://www.facebook.com/Lula/videos/1525419584193703/ Assistam o video completo gente, essa imagem representa o que aconteceu: http://1.bp.blogspot.com/-s4CA8ZZyAAU/UPlxodjxnzI/AAAAAAAAB64/SOYaaJeDT7o/s1600/todebarba_midia_manipula_img.jpg Independente da sua opnião politica a verdade deve ser sempre dita para que você escolha com sã consciência se não estão tentando te fazer de trouxa!

    17
    • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

      Nao entro nessa conversa de esquerdista e sindicalista..., entao nos deixe em paz, e tchao, tchao!!

      3
  • dejair minotti jaboticabal - SP

    Coloquem o apedeuta junto com os governadores do Rio, e não esqueçam de levar o pezão.

    0
  • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

    Hilario o petista supremo, condenado, pelos mesmos crimes que o parceiro carioca, fazer este comentário.

    Cara de pau, descarado, que ainda não foi preso e o parsa não teve a mesmo destino, pois já esta engaiolado, já para o supremo petista o tempo esta acabando.

    # cadeia já

    0