Ibovespa renova recorde acima de 85 mil pontos e já sobe 10% em 2018

Publicado em 26/01/2018 17:29

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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 fechou na máxima do dia nesta sexta-feira, renovando recorde de pontuação, conforme segue o fluxo de capital externo para as ações brasileiras e agentes financeiros veem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quase fora da corrida presidencial neste ano.

O Ibovespa subiu 2,21 por cento, a 85,530 pontos, maior pontuação do dia e novo recorde. O volume financeiro do pregão foi expressivo, somando 16,138 bilhões de reais, bem acima da média diária do ano de 9,6 bilhões de reais.

Na semana, o índice acumulou elevação de 5,3 por cento, contabilizando no ano um acréscimo de 10,14 por cento.

Dados de fluxo mostram saldo positivo em todos os dias de janeiro até o dia 23. No acumulado do mês, as entradas líquidas somam 6,55 bilhões de reais.

O cenário externo corroborou os ganhos domésticos, com os índices acionários S&P 500 e Dow Jones em Wall Street também nas máximas em meio a resultados corporativos, enquanto o dólar recuou frente a uma cesta de moedas.

Do lado político, a condenação unânime do ex-presidente Lula em segunda instância na quarta-feira abriu espaço para apostas no mercado de que ele deve ficar de fora da corrida presidencial deste ano, o que, na visão de estrategistas, elevaria as chances de vitória de um candidato do centro ou reformista.

DESTAQUES

- PETROBRAS ON saltou 5,24 por cento, para 21,71 reais, maior valor de fechamento desde setembro de 2014. PETROBRAS PN subiu 3,05 por cento. Os papéis seguiram influenciados pelas expectativas relacionadas ao cenário político, tendo também no radar emissão no exterior de 2 bilhões de dólares em notas com vencimento 2029.

- CEMIG disparou 10 por cento, em meio a expectativas relacionadas à sucessão do governo de Minas Gerais.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 5,46 por cento, capitaneando os ganhos do setor bancário que, como um todo, ajudou a sustentar o Ibovespa.

- VALE cedeu 0,84 por cento, pesando do lado negativo, em meio à fraqueza dos preços do minério de ferro na China e tendo ainda no radar comentários do presidente dos EUA Donald Trump com tom positivo para o dólar.

- CIELO caiu 1,59 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, ainda sob efeito de notícias sobre a regulação do setor de cartões na quarta-feira. Entre elas, a Reuters reportou que o Banco Central quer estabelecer teto para as taxas cobradas pelas empresas de meios de pagamentos nas transações com cartões de débito.

Mesmo após recordes, Ibovespa ainda não está caro para estrangeiros

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações do mercado brasileiro, Ibovespa, tem espaço para continuar subindo apesar dos recordes renovados neste mês, uma vez que as ações brasileiras ainda não estão exatamente caras para os investidores estrangeiros, que representam quase metade do volume negociado no pregão paulista.

"Quando o estrangeiro olha para o Brasil não acha que está caro", afirmou o Jorge Ricca, gerente executivo de Fundos de Ações da BB DTVM.

Em reais, o Ibovespa alcançou o maior patamar intradia de sua história nesta sexta-feira, superando 85 mil pontos pela primeira vez. Em dólar, contudo, situava-se ao redor de 27 mil pontos, ainda longe do nível ao redor de 45 mil de maio de 2008.

Ao mesmo tempo, o índice de preço sobre lucro do Ibovespa, que mede o tempo em que o investidor demora para ter o retorno do seu investimento e é uma medida amplamente monitorada por agentes financeiros, está em linha ou abaixo do verificado por pares emergentes e dos maiores mercados na América Latina.

"Falta bastante na visão dos estrangeiros (para o Ibovespa ficar caro)", disse o diretor de operacões da corretora sul-coreana Mirae no Brasil, Pablo Stipanicic Spyer, citando que os asiáticos começaram a vir com mais força para a bolsa no Brasil.

Dados de fluxo endossam a atratividade recente do mercado brasileiro para o capital externo neste ano, com todos os dias de janeiro até dia 23 registrando saldo positivo. No acumulado, as entradas líquidas somam 6,55 bilhões de reais.

Agentes financeiros, ponderam, contudo, que tal movimento está inserido dentro de um contexto de excesso de liquidez global, com taxas de juros em níveis baixos mundialmente. No caso do Brasil, o fato de fundos globais estarem com reduzida exposição ao país corrobora a alocação.

Apesar de alguns riscos, como o cenário eleitoral e a questão fiscal, entre outros, Ricca diz que o país talvez seja uma oportunidade, com cenário macroeconômico melhor e baixo nível de juros. "Isso precisa ser mantido nos próximos anos", afirmou.

O analista da corretora Lerosa, Vitor Suzaki, disse que a expectativa de lucros maiores deve ajudar no fluxo, que deve ser corroborado nos resultados corporativos com início na próxima semana.

O cenário político, contudo, é citado como um dos principais fatores para uma não descartada volatilidade, com eleições no país este ano.

Em relatório nesta semana, avaliando que o Ibovespa teve ter um desempenho melhor do que o índice mexicano, estrategistas do UBS Alan Alanis e Sambuddha Ray também citaram que os eventos políticos têm um papel crucial e que as eleições são a sua maior preocupação.

Para os estrategistas do BTG Pactual Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira, a eleição presidencial no Brasil pode aumentar a volatilidade no mercado, uma vez que o resultado do pleito pode causar mudanças radicais na política econômica.

Ações da Intel e farmacêuticas impulsionam Wall Street para melhor nível desde 2016

NOVA YORK (Reuters) - A última rodada de fortes resultados, incluindo Intel e AbbVie, juntamente com a contínua fraqueza no dólar levaram cada um dos principais índices de Wall Street a fecharem em recordes nesta sexta-feira.

Os três principais índices marcaram seu melhor desempenho de quatro semanas desde 2016.

O índice Dow Jones subiu 0,85 por cento, a 26.617 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 1,184116 por cento, a 2.873 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,28 por cento, a 7.506 pontos.

Na semana, o Dow aumentou 2,08 por cento, o S&P 500 ganhou 2,22 por cento e o Nasdaq avançou 2,31 por cento.

As ações do Intel subiram a 50,15 dólares, seu nível mais alto desde outubro de 2000, e fecharam em alta de 10,55 por cento, em 50,08 dólares, depois que os resultados indicaram que a mudança da fabricante de chips para o negócio de centro de dados de margem mais alta está funcionando.

As ações da AbbVie avançaram 13,77 por cento depois que a farmacêutica aumentou significativamente sua previsão de ganhos para 2018 com a ajuda da reforma tributária nos Estados Unidos e disse que espera acelerar o aumento de dividendos e recompras de ações.

"Continuamos a ver esses passos na direção certa e, definitivamente, os resultados justificam claramente muitos dos movimentos recentes que tivemos", disse Ryan Detrick, estrategista senior de mercado da LPL Financial.

O crescimento de resultados do quarto trimestre para o S&P 500 agora é estimado em 13,2 por cento, de acordo com dados da Thomson Reuters, ante 12 por cento no início do ano. Das 133 empresas do índice que reportaram até esta sexta-feira, 79,7 por cento superaram as expectativas.

Os resultados permitiram que os investidores ignorassem uma leitura abaixo do esperado sobre o crescimento econômico.

O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou a uma taxa anual de 2,6 por cento no quarto trimestre, afirmou o Departamento de Comércio em seu relatório do PIB antecipado, abaixo da previsão de 3 por cento, já que o maior ritmo de gasto dos consumidores em três anos resultou em um aumento nas importações.

A fraqueza no dólar, que impulsiona as grandes multinacionais, se manteve. O dólar caiu 0,34 por cento contra uma cesta das principais moedas.

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Fonte:
Reuters

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