Preço do diesel nos postos do Brasil volta a cair após programa de subsídios, aponta ANP

Publicado em 16/06/2018 15:34

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os preços do diesel nos postos do Brasil recuaram pela segunda semana consecutiva, apontaram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), como resultado de um programa de subsídios ao combustível fóssil lançado pelo governo federal para atender demandas de caminhoneiros.

O valor médio do diesel nos postos brasileiros atingiu uma média de 3,434 reais por litro nesta semana, queda de 1,4 por cento em relação aos 3,482 reais por litro registrados uma semana antes, segundo pesquisa semanal da ANP.

Na semana passada, o combustível nos postos havia caído 9 por cento frente a um recorde no período anterior.

O programa de subvenção ao diesel surgiu como resultado de negociações para encerrar uma gigantesca greve realizada pelos caminhoneiros no fim de maio, que protestavam contra os altos preços do combustível, desabastecendo diversos pontos do país e impactando a economia.

O grande recuo nos preços, nas duas últimas semanas, foi possível devido a um corte administrado pela Petrobras em suas refinarias, depois que a estatal aderiu ao programa de subvenção, reduzindo e congelando os preços, contando que será ressarcida por possíveis prejuízos. Uma redução de tributos federais também foi realizada.

A gasolina, por sua vez, registrou média nos postos de 4,572 por cento nesta semana, queda de 0,7 sobre a semana anterior, quando foi vendida por 4,603 reais por litro, segundo a ANP.

A gasolina vem sofrendo recuos em meio a uma queda dos preços do barril do petróleo no mercado internacional, dentre outros fatores.

No caso da gasolina, a Petrobras permanece administrando reajustes quase que diários, seguindo indicadores internacionais, como o preço do barril do petróleo e o dólar, em busca de rentabilidade.

O etanol hidratado, concorrente da gasolina nas bombas, por sua vez, teve queda 1,14 por cento na semana, para 2,948 reais por litro, mostrou a pesquisa da ANP.

Petrobras reduz gasolina em 0,89% nas refinarias a partir de sábado

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras reduzirá os preços da gasolina em suas refinarias em 0,89 por cento a partir deste sábado, para R$ 1,9178  por litro, segundo informações do site da companhia.

Nesta semana a gasolina registrou preço médio nos postos de R$ 4,572 , queda de R$ 0,03 em relação ao preço da semana anterior. A Petrobras permanece administrando reajustes quase que diários, seguindo indicadores internacionais, como o preço do barril do petróleo e o dólar.

No caso do diesel, a empresa decidiu interromper reajustes e aderiu a um programa de subvenção ao combustível, do governo federal, como forma de reduzir os preços no mercado interno sem prejudicar seu balanço financeiro.

O preço do diesel nos postos caiu pela 2ª semana consecutiva, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O valor médio atingiu uma média de R$ 3,434 por litro nesta semana, queda de 1,4% em relação aos R$ 3,482 registrados na semana anterior.

A redução, no entanto, não atingiu ainda a mesma aplicada ao combustível nas refinarias –de R$ 0,46 por litro. Na semana encerrada em 2 de junho, a última antes do anúncio da redução pelo governo, o valor médio havia sido R$ 3,828. A queda em duas semanas foi, portanto, de R$ 0,394.

Segundo a ANP, o motivo é um reflexo de estoques antigos de diesel nos postos. Além disso, muitos Estados ainda precisam reduzir o preço de referência para a cobrança do ICMS.

As mesmas razões já haviam sido apresentadas pelo ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) na última semana. O ministro disse que o governo cobraria dos postos uma redução de R$ 0,41.

O programa de subvenção foi lançado pelo governo como resultado das negociações com caminhoneiros para encerrar uma grande greve no mês passado, que protestava contra os elevados preços do diesel no país.

Petrobras produz 2,07 mi barris de petróleo por dia em maio, queda de 1,2% ante abril

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A produção média de petróleo da Petrobras em maio no Brasil somou 2,07 milhões de barris por dia (bpd), queda de 1,2 por cento ante o mês anterior, principalmente devido à parada para manutenção do FPSO Cidade de Saquarema, no campo de Lula, pré-sal da Bacia de Santos, informou a companhia nesta sexta-feira.

Em abril, a produção de petróleo da empresa no país havia subido 1 por cento mês a mês, primeira alta após seis meses.

Já a produção média de gás natural em maio no país foi de 81 milhões de metros cúbicos por dia, excluído o volume liquefeito, alta de 2,4 por cento ante abril, principalmente pela maior demanda de gás para geração termoelétrica no Amazonas e ao término da parada na plataforma do campo de Peroá, na Bacia do Espírito Santo.

No exterior, a produção média de petróleo foi de 59 mil bpd, alta de 1,3 por cento ante abril, e a produção de gás natural foi de 6,4 milhões de metros cúbicos por dia, alta de 0,8 por cento na mesma comparação.

"Esses aumentos ocorreram em função da normalização da produção de óleo após manutenções realizadas no campo de Saint Malo, nos EUA, e da maior demanda de gás na Bolívia", disse a Petrobras.

A sua produção total de petróleo e gás, incluindo líquidos de gás natural (LGN), foi de 2,67 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).

Do diesel ao plano de saúde, congelamento de preços é tentação irresistível (por LEANDRO NARLOCH, na GAZETA DO POVO)

A greve dos caminhoneiros ressuscitou o defunto do tabelamento de preços. De repente acordamos na época do presidente José Sarney e voltamos a discutir o congelamento do preço do diesel e uma tabela para o frete dos caminhões.

Não é segredo que o congelamento de preços resulta em escassez. Sem poder lucrar livremente, tendo às vezes que vender abaixo do custo, produtores não produzem, fornecedores não fornecem, vendedores não vendem (pelo menos não no mercado oficial). O resultado são prateleiras vazias como na época do Plano Cruzado.

Mas o mesmo tabelamento dos anos 1980 ocorre hoje no Brasil – e isso antes mesmo da greve dos caminhoneiros.

Veja o caso dos planos de saúde individuais. As operadoras não são livres para reajustar os planos – dependem de autorizações da Anvisa e de decisões judiciais. Nesta semana, atendendo um pedido do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), um juiz federal de São Paulo deu uma liminar fixando em 5,72% o aumento máximo dos planos. A decisão se adiantou ao anúncio da ANS sobre o reajuste.

O resultado desse tabelamento de preços é o mesmo dos anos 1980: prateleiras vazias. A medida afasta os produtores do mercado. Poucas operadoras fornecem hoje em dia planos individuais, como mostra esta reportagem da Gazeta. Quem não trabalha em empresa e não quer aderir a planos coletivos fica sem opção.

Tabelar preços talvez até faça sentido em casos de monopólios públicos ou monopólios naturais, como o abastecimento de água ou energia. Como não há concorrentes e a demanda pelo serviço é inelástica (os consumidores não conseguem diminuir o consumo), a empresa teria todo o poder para estipular o preço que desejasse. Mas esse não é o caso dos planos de saúde – em que há concorrência e portabilidade entre os planos.

A tentação pelo tabelamento nasce de uma certa revolta moralista contra os preços livres. No Jornal Nacional de 24 de maio, por exemplo, a apresentadora Renata Vasconcellos disse que a escassez de produtos revelava “a mesquinhez, o oportunismo e a falta de espírito coletivo” de brasileiros. Ela se referia aos postos que cobravam até R$ 10 por litro de gasolina.

É a velha revolta contra o “price gouging”, o aumento brusco de preços causado pelo desabastecimento.

Na verdade, a melhor coisa que o dono do posto pode fazer nessas situações é cobrar o máximo possível pelo seu produto escasso. Se mantiver os últimos litros do estoque no preço normal, o combustível acabará em minutos. A “discriminação pelo preço” evita o desperdício e garante que quem está mais precisando de gasolina fique com ela.

Do lado dos fornecedores, o lucro mais alto causado pelo preço maior incentiva fornecedores a furarem o bloqueio da greve dos caminhoneiros e darem um jeito de abastecerem os postos.

Quando a Justiça, pressionada por órgãos de defesa ao consumidor, proíbe os “aumentos abusivos”, quebra toda essa rede de incentivos. Caminhoneiros não se arriscam em furar os bloqueios da greve, já que o risco não resultará em nenhum lucro acima da média. E assim a escassez leva mais tempo para terminar.

Outra motivação para o controle de preços é a crença de que se liberarmos vai virar bagunça. Comerciantes poderão cobrar o que desejarem dos pobres consumidores. Mas o que impede o descontrole de preços não são leis, e sim a concorrência. Um supermercado é livre para cobrar R$ 100 no quilo de tomate. Não o faz porque os consumidores simplesmente o trocariam pelo mercado vizinho.

Preços, como ensinou Milton Friedman, são cápsulas de informação e incentivo. Pode ser que governos até consigam controlá-lo – mas isso geralmente resulta numa avalanche de consequências não-intencionais.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters/Gazeta do Povo

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário