Wall Street recua com aumento de aversão ao risco por maiores temores comerciais

Publicado em 30/08/2018 21:24

NOVA YORK (Reuters) - Os mercados acionários dos Estados Unidos recuaram nesta quinta-feira encerrando uma série de quatro altas consecutivas, com aumento da aversão ao risco antes do final de semana prolongado devido a crescente ansiedade comercial.

O índice Dow Jones caiu 0,53 por cento, a 25.987 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,443028 por cento, a 2.901 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,26 por cento, a 8.088 pontos.

As amplas vendas de ações cresceram no meio da tarde após uma notícia da Bloomberg de que o presidente norte-americano, Donald Trump, quer impor tarifas sobre um adicional de 200 bilhões de dólares em importações chinesas já na próxima semana, mais cedo do que muitos esperavam.

O índice de volatidilade, um indicador das expectativas dos investidores, subiu para uma máxima de quase duas semanas em uma sessão de baixo volume.

"Quando você tem um volume baixo, é mais difícil para o mercado absorver uma forte pressão de compra ou venda", disse Shawn Cruz, gerente de estratégia da TD Ameritrade. "Ainda temos manchetes (comerciais) saindo diariamente."

As informações da Bloomberg coincidiram com os esforços contínuos do Canadá e dos EUA para renovar o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), antes do prazo de sexta-feira.

A Apple fechou em máxima recorde, subindo 0,9 por cento após a notícia de que lançará uma nova versão do iPhone em 12 de setembro.

A Amazon ganhou 0,2 por cento, fechando acima de 2 mil dólares pela primeira vez e fazendo com que ela fique mais próxima de se tornar a segunda empresa dos EUA, após a Apple, a alcançar 1 trilhão de dólares em valor de mercado.

UE discorda profundamente dos EUA em comércio, apesar de trégua

BRUXELAS (Reuters) - A trégua de tarifas entre União Europeia e Estados Unidos não pôs de lado profundas discordâncias sobre política comercial, disse nesta quinta-feira a comissária europeia para o comércio.

Em Washington, o presidente dos EUA, Donald Trump, rejeitou uma oferta da UE para eliminar tarifas sobre automóveis e disse que as políticas comerciais da UE são "quase tão ruins quanto as da China", publicou a Bloomberg News.

Em julho, Trump recuou sobre impor tarifas sobre automóveis enquanto os dois lados buscavam cortar outras barreiras comerciais, decisão descrita pela chefe da Comissão Europeia como uma concessão importante.

Falando a um comitê de comércio no parlamento europeu, a comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom, falou sobre um grupo que ela e o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, vão liderar para determinar como tarifas podem ser removidas de produtos industriais.

"Não estamos negociando nada, temos um grupo de trabalho. Temos profundas discordâncias com os EUA em política comercial", disse Malmstrom.

Um grupo de congressistas europeus fez fortes críticas sobre a planejada Parceria Transatlântica de Comércio e Investimentos EUA-UE (TTIP), negociações que foram encerradas depois da vitória de Trump nas eleições de 2016.

"Não estamos recomeçando o TTIP ... Isso poderia ser um acordo comercial mais limitado, focado apenas em tarifas sobre bens", disse Malmstrom.

Ela também disse que a UE estaria disposta a reduzir suas tarifas de automóveis a zero se os EUA fizessem o mesmo, indo além do acordo provisório fechado em julho que se referia apenas a "bens industriais excluindo automóveis".

"Faríamos isso se eles fizessem. Isso ainda está para ser visto", disse ela, acrescentando esperar que um acordo seja concluído até o fim do mandato da comissão em outubro de 2019.

Em entrevista à Bloomberg, Trump disse que a proposta da UE para eliminar tarifas sobre automóveis: "não é boa o bastante".

"A União Europeia é quase tão ruim quanto a China, só menor", disse Trump à Bloomberg.

(Reportagem adicional de Makini Brice)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário