Ibovespa fecha quase estável após sessão volatil com Fed e pesquisas eleitorais

Publicado em 26/09/2018 17:05

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou praticamente estável nesta quarta-feira, após sessão volátil, marcada por decisão de política monetária sem surpresas nos EUA, enquanto o curso da corrida presidencial no Brasil continuou ocupando as atenções no âmbito doméstico.

O principal índice de ações da B3 encerrou com variação positiva de 0,03 por cento, a 78.656,16 pontos, após oscilar da mínima de 78.530,18 pontos à máxima de 79.460,89 pontos. O volume financeiro somou 10,6 bilhões de reais.

Para o analista Filipe Villegas, da corretora Genial, o mercado segue receoso com potenciais desfechos da eleição presidencial no país, dado o cenário ainda incerto sinalizado pelas pesquisas nas simulações do segundo turno.

Ele observa, contudo, que o comportamento da bolsa nos últimos dias sinaliza que há uma expectativa de que dificilmente o vencedor conseguirá ignorar uma agenda reformista. "Tirando essa dúvida (sobre o próximo presidente), a bolsa pode acelerar os ganhos", acrescentou.

O Ibovespa avançou mais de 5 por cento na semana passada e acumula alta de 2,58 por cento em setembro.

Profissionais da área de renda variável também têm observado fluxo de recursos de estrangeiros para ações brasileiras, acompanhando movimento em outros mercados emergentes.

Dados da B3 mostram que, na semana passada, houve entrada líquida de mais de 2 bilhões de reais no segmento Bovespa. Na segunda-feira, contudo, houve saída líquida de 185,4 milhões de reais, quebrando sequência de seis pregões com saldo positivo.

Do front eleitoral, repercutiu sondagem do instituto Paraná Pesquisas mostrando que o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, segue firme na liderança da corrida pelo Palácio do Planalto, com 31,2 por cento das intenções de voto.

Levantamento Ibope, preparado a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), também repercutiu nas mesas de negociações, mas sem fazer preço nas ações.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve elevou os juros como esperado e deixou sua perspectiva de política monetária para os próximos anos praticamente inalterada diante do crescimento econômico estável e mercado de trabalho forte no país.

DESTAQUES

- BRF fechou em alta de 5,21 por cento, dando continuidade à recuperação verificada em setembro, que já resulta em ganho de 10,33 por cento no mês. Analistas do Bradesco BBI reiteraram os papéis da companhia como 'top pick' no setor de proteínas da América Latina, com recomendação 'outperform'. O Ministério da Agricultura e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também informaram a abertura do mercado indiano para a carne suína do país. No ano, os papéis da BRF ainda acumulam queda de 39,32 por cento.

- ULTRAPAR avançou 4,66 por cento, a 38,41 reais, tendo no radar relatório da XP Investimentos iniciando a cobertura das ações com recomendação de 'compra' e preço-alvo de 55 reais, conforme o analista da casa enxerga um futuro melhor para a Ipiranga, negócio de distribuição de combustíveis do grupo. No ano, os papéis ainda acumulam perda de 47,48 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,1 por cento, com dados sobre crédito no país também no radar. "O crescimento do crédito continua em sua trajetória de recuperação, apesar das eleições brasileiras se aproximarem do Dia D", escreveu a corretora Brasil Plural em nota a clientes. BRADESCO PN valorizou-se 0,25 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT avançou 0,28 por cento, mas BANCO DO BRASIL cedeu 0,34 por cento.

- PETROBRAS PN fechou com elevação de 0,55 por cento, descolando-se do declínio nos preços do petróleo no exterior.

- VALE encerrou em baixa de 3,52 por cento, após fechar com nova cotação recorde na véspera, alinhada ao declínio de outras mineradoras no exterior e pesando significativamente no Ibovespa dada a relevante participação que detém no índice. No ano, porém, os papéis da mineradora ainda acumulam valorização de mais de 55 por cento.

- BRADESPAR PN recuou 1,1 por cento, revertendo os ganhos do começo da sessão, quando subiu mais de 4 por cento, encontrando suporte no anúncio de acordo entre a holding e a Litel Participações, que prevê o pagamento de até 2,82 bilhões de reais para a Elétron, do empresário Daniel Dantas, encerrando todos os litígios em curso.

- CCR e ECORODOVIAS caíram 5,85 e 2,38 por cento, respectivamente, após concessionárias controladas pelas empresas serem alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal, com prisão de executivos, em aprofundamento de investigação no âmbito da Lava Jato sobre um esquema de corrupção na concessão de rodovias federais no Estado do Paraná.

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Fonte:
Reuters

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