No Estadão/ BR18: Os porquês de Moro, por Vera Magalhães

Publicado em 06/11/2018 19:47

Sergio Moro apresentou uma narrativa bastante robusta em sua primeira entrevista coletiva depois de aceitar a ida para o Ministério da Justiça. Foi buscar na Operação Mãos Limpas, que pautou toda a sua atuação na Lava Jato, a razão de fundo para ter aceitado: disse que, lá, a despeito de ter havido até mais prisões que aqui, o legado se perdeu por falta de apoio legislativo e no Executivo.

Refutou as imputações de direcionamento político em sua atuação, feitas pelo PT, não deu muito destaque a Lula e ao que chamou de “falso álibi” e preferiu se apresentar como alguém detentor de uma agenda para combater crime organizado e a corrupção e marcar as diferenças de pensamento, postura e retórica em relação ao futuro chefe, Jair Bolsonaro. Um xeque mate de um enxadrista nato. / Vera Magalhães

Moro a favor de reduzir maioridade penal

O juiz Sérgio Moro considera “razoável” reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes graves, segundo uma proposta de emenda constitucional, como homicídio e estupro, durante coletiva nesta tarde de terça, 6, em Curitiba. “Um adolescente de 16 anos já tem condições da percepção de que não pode matar”, disse.

Moro não vê MST como ‘terrorista’

Em sua primeira coletiva após sua indicação como ministro da Justiça, Sergio Moro  disse que não considera “consistente” classificar movimentos como o MST de “terroristas”. Ele não falou, porém, se atos como invasões de propriedades alheias seriam enquadrados como “terrorismo”, como defende o presidente eleito Jair Bolsonaro. “Isso não é consistente (a classificação), o que não significa que eles sejam inimputáveis”, afirmou Moro.

Moro flexível com porte de armas

O juiz Sérgio Moro afirmou nesta terça, 6, que haverá maior flexibilização do porte de armas, tal como defendido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. “As regras atuais são muito restritivas. Existe a proposta de flexibilização do porte de armas. Será discutida a forma como ela será realizada”, disse o novo titular do Ministério da Justiça. O magistrado argumentou que o deputado foi eleito também sob essa plataforma eleitoral.

Moro: ‘Minha ideia não é projeto de poder’

O juiz Sérgio Moro afirmou que sua ida para a chefia do Ministério da Justiça não significa “projeto de poder”, durante coletiva nesta tarde de terça, 6. O magistrado afirmou, em novembro de 2016, que “jamais” entraria para a política.

No encontro desta tarde, o futuro ministro fez uma defesa de suas ações à frente da Operação Lava Jato. Disse que os crimes investigados foram “uma verdadeira captura da Petrobrás”, que políticos dos mais diversos espectros ideológicos foram condenados e que Lula “lamentavelmente cometeu um crime e respondeu na Justiça”.

PT quer suspender posse de Moro

O PT quer suspender a posse do juiz Sergio Moro no ministério da Justiça até que seja julgada a representação que o partido realizou nesta terça-feira, 6, junto ao corregedor do Conselho Nacional de Justiça, Humberto Martins. Na representação, o PT pede que seja instaurado um processo disciplinar contra Moro, alegando que ele interferiu nas eleições ao divulgar, poucos dias antes do primeiro turno, o conteúdo da colaboração premiada do ex-ministro Antônio Palocci.

Além disso, segundo o PT, o fato de Moro ter aceito o convite para ser ministro da Justiça de Bolsonaro e a divulgação de que as negociações ocorreram durante a campanha seriam a “prova cabal” de sua interferência no pleito. “É a maculação indiscutível dos princípios da imparcialidade e da isenção”,  diz o documento do PT. / J.F.

A ladainha de Lula sobre a coletiva de Moro (O Antagonista)

A assessoria de Lula publicou uma nota sobre a coletiva de imprensa de Sergio Moro.

O texto repete a ladainha petista de que Moro condenou Lula sem provas entre outras bobagens.

“Moro sim, cometeu vários atos ilegais, definidos e comprovados, contra Lula: condução coercitiva, gravação ilegal dos seus advogados, divulgação ilegal de conversas de familiares de Lula, divulgação ilegal de grampo ilegal de conversa com a então presidenta da República Dilma Rousseff (…)”.

E completa:

“É com essa ‘qualificação’ que ele foi escolhido ministro da Justiça de um político que só venceu as eleições como resultado das ações políticas de Moro, e que prometeu prender ou ‘varrer do país’ a oposição”.

HC de Lula com Segunda Turma

O recente pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal, em que questiona a neutralidade do juiz Sérgio Moro na condução dos processos da Operação Lava Jato, será julgado pela Segunda Turma do STF.

O relator na Corte das ações, Edson Fachin, pediu esclarecimentos ao STJ, ao TRF-4 e à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde Moro atuava.

Se tudo der certo, Moro será o próximo presidente da República (O Antagonista)

Sergio Moro foi muito bem na entrevista coletiva.

Fica cada vez mais claro por que o PT quer dificultar a vida de Moro, para além da tentativa de desqualificá-lo por causa de Lula.

Se tudo der certo, Moro será o próximo presidente da República, escreve O Antagonista.

Bolsonaro quer varrer herança petista do Nordeste (O Antagonista)

Por Claudio Dantas -- O Nordeste será alvo prioritário de Jair Bolsonaro, tanto na execução de projetos de infraestrutura, irrigação e na área educacional, como na política de comunicação do governo.

O objetivo é um só: varrer qualquer resquício de apoio ao PT e a Lula.

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Fonte:
Estadão

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