Embaixador da Noruega responde críticas de Onyx sobre preservação da Amazônia

Publicado em 13/11/2018 12:13

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BRASÍLIA (Reuters) - O embaixador da Noruega no Brasil, Nils Martin Gunneng, usou as redes sociais nesta terça-feira para responder às críticas do ministro da transição, Onyx Lorenzoni, ao programa de proteção ambiental da Amazônia.

"A Noruega aprendeu muito a respeito de preservação ambiental com o Brasil, @onyxlorenzoni. São 10 anos de parceria entre nossos países. Os resultados pelo #Brasil#FundoAmazonia @bndes são impressionantes para o mundo. Temos orgulho por ter contribuído @onyxlorenzoni", disse o embaixador em sua conta no Twitter, acrescentando ainda que "seria um prazer" receber o futuro ministro da Casa Civil na embaixada da Noruega em Brasília para discutir esse e outros programas de cooperação.

Na segunda-feira, Onyx disse que não é possível uma entidade da Noruega vir ao Brasil para dizer o que o país deve fazer na área ambiental e indicou que, por trás do trabalho dessas ONGs há o interesse de receber parte dos recursos obtidos com multas ambientais aplicadas no Brasil.

O ministro da transição disse ainda que o próximo governo tem "preocupação" com o decreto assinado em 2017 pelo presidente Michel Temer que prevê a conversão das multas em serviços ambientais em troca de um desconto. Onyx afirmou que 40 por cento dos recursos arrecadados com multas iriam para ONGs nacionais e internacionais.

Na verdade, o infrator tem direito a um desconto na multa caso empenhe o recurso da infração em serviços ambientais, seja com execução própria do serviço ou através de cotas em projetos maiores. O governo realiza um chamamento público para esses projetos e ONGs nacionais e internacionais podem participar -ou seja, as ONGs receberiam para prestar um serviço.

"Não dá para vir a ONG da Noruega ou lá da Holanda e vir aqui dizer o que a gente tem que fazer. Porque lá, tu dás três palmo da linha d’água, e —eu vi— eles plantam tudo", afirmou.

A Noruega é o principal financiador do Fundo Amazônia, criado pelo governo brasileiro para financiar medidas de preservação da floresta.

“O que vale é a Noruega? E a floresta norueguesa, quanto eles preservaram? Só uma pergunta importante que tem que ser lembrada: o Brasil preservou a Europa inteira, territorialmente, toda a União Européia, com as nossas matas, mais cinco Noruegas. Os noruegueses têm que aprender com os brasileiros e não a gente aprender com eles”, afirmou, irritado.

Essa é mais uma rusga diplomática criada pelo governo eleito. Ao criticar a compra pelos chineses de ativos no Brasil, o presidente eleito Jair Bolsonaro incomodou o governo chinês, que usou o editorial do jornal China Daily para advertir sobre as dificuldades que poderiam advir de uma quebra de relacionamento comercial entre os dois países.

Depois disso, Bolsonaro reafirmou sua intenção de mudar a embaixada do Brasil de Telaviv para Jerusalém, o que abriu uma crise com os países do Oriente Médio - responsáveis pela compra de 40 por cento da carne bovina e de frango exportada pelo Brasil. Na esteira dessa crise, o Egito cancelou uma visita do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e uma comitiva de empresários.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • carlo meloni sao paulo - SP

    REUTERS nao e' palavra portuguesa, logo estamos diante de um orgao de imprensa estrangeira que vem meter o bico em assuntos nacionais... O fecho do artigo aproveita para criticar varios episodios do futuro governo... Espero que os militares coloquem em ordem e no seu devido lugar todas as ONGs que tem a petulancia de opinar e tomar atitudes dentro da casa dos outros-----

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    • Gilberto Rossetto Lucas do Rio Verde - MT

      Essa história de viés ecológico, ambientalmente correto, é conversa fiada, ninguém compra ou paga um centavo a mais. A prova está diante de nossos olhos; com essa briga dos EUA com a China, o soja ficou bem mais barato na América do Norte, o que a Europa fez? Continuou comprando do Brasil, pagando mais porque os produtores produzem corretamente? A resposta é negativa. Os compradores Europeus correram lá nos EUA e aproveitaram os preços, nem quiseram saber do "produto ambientalmente correto do Brasil". Mesma coisa acontece com as carnes, todos os dias impõe tarifas e empecilhos para que nosso produto não entre na Europa, só querem preço e nada mais. O Brasil tem que procurar vender para que tem fome, não para abastados hipócritas.

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