Dólar sobe ante real com correção e saída de recursos; Ibovespa fecha em alta, com Gol em destaque

Publicado em 13/12/2018 17:57

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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltou a terminar em alta ante o real, corrigindo parte do forte recuo da véspera e com fluxo de saída de recursos, em ambiente de maior busca pelo risco no exterior diante de alívio nos atritos comerciais entre China e Estados e na questão do Brexit.

O dólar avançou 0,72 por cento, a 3,8802 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior a 3,8524 reais, em queda de 1,74 por cento, a maior perda percentual desde 8 de outubro.

Na mínima, foi a 3,8517 reais e, na máxima, a 3,8968 reais. O dólar futuro tinha ganho de cerca de 0,60 por cento.

"Caiu muito ontem, não só aqui como lá fora. Mas não duvido que a tendência de queda continue", disse o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.

Desde a véspera, o noticiário mais positivo no mercado internacional favoreceu uma busca de risco pelo mercado, com notícias, por exemplo, sobre a compra de soja dos Estados Unidos pela China, indicando que as negociações comerciais entre os dois países parece estar caminhando de fato, o que mantém as esperanças de que um acordo seja efetivado.

Nesta quinta-feira, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês disse que os dois países estão em contato próximo nas negociações sobre comércio e que qualquer delegação comercial dos EUA será bem-vinda.

Na lista de notícias favoráveis estavam ainda o voto de confiança que a primeira-ministra britânica, Theresa May, ganhou de seu partido na véspera, mantendo-se no cargo para conduzir o Brexit, e o recuo da Itália, que concordou em reduzir sua proposta de déficit orçamentário de 2019 em conversas com a União Europeia.

O dólar operava com leve alta ante a cesta de moedas e misto ante as divisas emergentes, como ganho o peso mexicano e recuo ante o rublo.

Um fluxo de saída de recursos também foi citado por alguns profissionais para justificar a alta do dólar ante o real nesta sessão.

"Acredito que a certeza de que a taxa de juros por aqui não deve mudar tão cedo e que ela sobe nos Estados Unidos na próxima semana ajudou a reforçar esse fluxo de saída", comentou o diretor da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Ele se referia ao comunicado do Banco Central sobre a reunião de política monetária na qual manteve a Selic inalterada em 6,50 por cento, do qual, retirou a menção de que a política monetária estimulativa começará a ser removida gradualmente.

O BC vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 6,224 bilhões de dólares do total de 10,373 bilhões de dólares que vence em janeiro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final da semana que vem, terá feito a rolagem integral.

Ibovespa fecha em alta, com Gol em destaque após liberação de estrangeiros em aéreas

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em alta pelo terceiro pregão seguido nesta quinta-feira, com as ações da Gol liderando os ganhos com avanço de 5 por cento na sessão, após o governo acabar com o limite de participação de capital estrangeiro em companhias aéreas do país.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,99 por cento, a 87.837,59 pontos. O volume financeiro somou 10,78 bilhões de reais. Apesar do ganho recente, o Ibovespa ainda mostra perdas no acumulado da semana (-0,3 por cento) e do mês (-1,86 por cento).

Apesar de sinais de progresso nas discussões entre Estados Unidos e China para superar divergências nas relações comerciais, os mercados acionários globais seguem voláteis, com investidores ainda cautelosos, após indícios anteriores de avanço serem repentinamente desbaratados.

"O fato de a China voltar a importar soja dos Estados Unidos foi um sinal muito bom de que as coisas estão avançando", disse o analista Felipe Bevilacqua, sócio-fundador da Levante, consultoria independente de investimentos. Ele ressaltou, contudo, que os mercados globais seguem bastante voláteis.

Nesta sessão, Wall Street não mostrou um viés único, com o S&P 500 cedendo 0,1 por cento no final da sessão, enquanto Dow Jones subia 0,2 por cento, uma vez que o ânimo com as notícias sobre as relações sino-americanas perdia força e investidores optavam por ações consideradas defensivas.

Para Bevilacqua, o melhor desempenho do Ibovespa em relação a seus pares em Nova York neste pregão também tem como pano de fundo a sinalização do Banco Central na véspera, de que não deve elevar os juros no curto e médio prazos, conforme o comunicado que acompanhou a decisão de manter a Selic em 6,5 por cento.

DESTAQUES

- GOL PN subiu 5,26 por cento, após o presidente Michel Temer assinar medida provisória que autoriza investidores estrangeiros a terem até 100 por cento de participação em companhias aéreas no Brasil, o que pode transformar as aéreas brasileiras em alvo de aquisição, apesar do risco de maior concorrência.

- JBS valorizou-se 4,26 por cento, no segundo pregão de alta, após queda de 7,5 por cento nas três sessões anteriores. Analistas seguem com visão positiva para os papéis, que em 2018 acumulam alta de mais de 20 por cento.

- SUZANO avançou 3,53 por cento, também reagindo pelo segundo dia, após quatro pregões no vermelho, tendo acumulado no período declínio de quase 10 por cento. A alta do dólar frente ao real referendou a melhora.

- BRADESCO PN fechou em alta de 2,64 por cento, principal contribuição positiva para o Ibovespa, seguido por ITAÚ UNIBANCO PN, que avançou 1,76 por cento, com o setor de bancos como todo beneficiado pela melhora do apetite dos investidores.

- PETROBRAS PN encerrou com acréscimo de 0,26 por cento, conforme os preços do petróleo melhoraram no exterior, fechando em alta. PETROBRAS ON apreciou-se 0,53 por cento.

- VALE valorizou-se 0,46 por cento, em sessão de alta também em papéis de mineradoras negociados na Europa.

- VIA VAREJO recuou 1,67 por cento, tendo como pano de fundo vendas no varejo brasileiro em outubro abaixo das expectativas pelo segundo mês consecutivo, embora o viés de baixa não contaminasse todo o setor na bolsa, com LOJAS RENNER, por exemplo, no azul.

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Fonte:
Reuters

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