Os três principais índices de Wall Street caíram mais de 2% nesta segunda

Publicado em 17/12/2018 20:45

NOVA YORK (Reuters) - Os três principais índices de Wall Street caíram mais de 2 por cento nesta segunda-feira, com o S&P 500 fechando em seu menor nível em 14 meses, por preocupações sobre uma desaceleração econômica mundial antes da decisão do Federal Reserve nesta semana, a caminho de uma alta de juros.

O Dow Jones Industrial Average caiu 2,11 por cento, para 23.592 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 2,08 por cento, para 2.545 pontos, e o Nasdaq Composite recuou 2,27 por cento, para 6.753 pontos.

O S&P 500 atingiu seu menor nível desde outubro de 2017, ultrapassando as mínimas ocorridas durante as vendas generalizadas de fevereiro. O índice de small caps Russell 2000 confirmou tendência baixista, caindo mais de 20 por cento ante a máxima de fechamento em 31 de agosto.

Um alerta sobre lucros da varejista britânica ASOS levantou preocupações sobre enfraquecimento do consumo, apesar de dados robustos das vendas no varejo dos EUA divulgados na sexta-feira. A associação nacional norte-americana do setor de imóveis indicou que o sentimento de construtoras caiu para uma mínima de três anos e meio.

O S&P 500 apagou suas perdas brevemente no fim da manhã, mas o índice reiniciou sua queda, depois que Jeffrey Gundlach, executivo da DoubleLine Capital, disse que as ações dos EUA estavam em um mercado baixista.

Preocupações sobre enfraquecimento da confiança do consumidor pressionaram as ações de consumo discricionário do S&P 500, que recuaram 2,8 por cento.

Os papeis da Amazon.com caíram 4,5 por cento, liderando as perdas no S&P 500 e no Nasdaq. Ações de varejo caíram no geral, com o índice de varejo do S&P 500 fechando em baixa de 3,4 por cento.

Investidores disseram que a imprevisibilidade do mercado deveria continuar com o início do encontro de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) no dia seguinte e na quarta-feira.

Uma indicação de que o Fed iria reduzir seu ritmo de altas de juros poderia acalmar os mercados, mas as intenções do banco central seguem pouco claras, disse Ryan Detrick, estrategista de mercado na LPL Financial in Charlotte.

"Estamos todos segurando a respiração por causa do Fed", disse Detrick. "Se o Fed tirar o pé do acelerador pela primeira vez na metade do ano que vem, isso nos livraria de uma incerteza."

O índice de volatilidade Cboe, a medida mais largamente acompanhada sobre os giros de curto prazo para o S&P 500, encerrou com alta de 2,89 pontos a 24,52, o valor mais alto em sete semanas.

Fed recebe críticas da Casa Branca enquanto prepara aumento dos juros

WASHINGTON (Reuters) - Apenas dois dias antes de o Federal Reserve provavelmente elevar os juros pela quarta vez neste ano, o presidente Donald Trump e seu principal assessor comercial nesta segunda-feira elevaram suas críticas sobre o aperto monetário do banco central.

"É incrível que, com um dólar bem forte e praticamente nenhuma inflação, o mundo exterior explodindo ao nosso redor, Paris em chamas e com a China em desaceleração, o Fed ainda esteja considerando outro aumento de juros. Que vitória!", escreveu Trump no Twitter de manhã cedo.

Algumas horas depois, o assessor de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, ampliou o tema, chamando o Fed de "louco" por ter sinalizado, como fez em setembro, que iria continuar aumentando os juros no próximo ano.

"A razão pela qual o Fed não deveria aumentar os juros na quarta-feira não é porque a economia está desacelerando, mas porque a economia está crescendo sem inflação", disse Navarro à CNBC.

"Eu acho que o que o Fed deveria fazer é simplesmente fazer o que ele diz que vai fazer, que é olhar para os dados.... em vez de apenas dizer que vai aumentar os juros três vezes no próximo ano -isso foi louco. Olhe os dados."

Investidores fizeram apostas pesadas de que o banco central dos EUA vai aumentar a taxa de juros ao fim de seus dois dias de encontro de política monetária nesta quarta-feira, conforme entrega sua promessa de aumentar os juros gradualmente em direção a um nível neutro para evitar que a economia superaqueça.

Muitos economistas também esperam que o Fed aumente os juros no ano que vem, embora a um ritmo mais lento diante da possível recessão econômica.

Trump tem frequentemente criticado o banco central e seu chairman, Jerome Powell, por elevação das taxas de juros neste ano, especialmente depois do aumento da volatilidade e de os rendimentos dos Treasuries começarem a sinalizar uma possível recessão à frente.

Em uma entrevista à Reuters na semana passada, Trump disse que precisava da flexibilidade de juros mais baixos para apoiar a economia dos EUA de forma mais ampla, enquanto ele luta em uma crescente disputa comercial contra a China e, potencialmente, outros países.

Com a inflação na meta de 2 por cento do Fed e poucos membros votantes de política monetária preocupados com superação deste limite, Navarro sugeriu que o banco central está aumentando os juros pelo motivo errado.

"Nós temos inflação zero para as questões práticas, então na quarta-feira o único argumento que posso ouvir do Fed para aumentar os juros agora é que de alguma forma eles tenham que demonstrar sua independência da Casa Branca", disse Navarro.

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Fonte:
Reuters

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