Venezuela sofre grande blecaute e governo culpa "sabotagem"

Publicado em 07/03/2019 22:15

CARACAS (Reuters) - Uma grande falta de energia atingiu a Venezuela nesta quinta-feira, de acordo com testemunhas da Reuters, um problema que o governo do presidente Nicolás Maduro rapidamente apontou como resultado de uma "sabotagem" em uma hidrelétrica que fornece a maior parte da energia do país.

A falta de eletricidade é frequente na Venezuela, onde a economia está em colapso sob a hiperinflação, com falta crônica de alimentos e medicamentos e uma emigração em massa de mais de 3 milhões de pessoas.

Críticos afirmam que a corrupção e o baixo investimento deixaram a rede de transmissão de energia do país incapaz de funcionar, enquanto Maduro afirma que os problemas são causados intencionalmente por adversários políticos.

Multidões tomaram a principal avenida de Caracas. Muitas pessoas afirmaram esperar que teriam de caminhar por várias horas para chegarem em suas casas devido aos poucos ônibus nas ruas que estão lotados e ao fato de o sistema de metrô da cidade estar desativado.

"A pessoa responsável por isso chama-se Nicolás Maduro", disse Pedro Fernández, 44, um engenheiro de sistemas no bairro de Altamira, em Caracas, enquanto caminhava para o outro lado da cidade.

"Isto é só a ponta do iceberg, dadas todas as coisas que estamos sofrendo."

A mídia local e usuários do Twitter relataram que a falta de energia afetava Caracas assim como 15 dos 23 Estados do país. Um repórter da emissora de TV estatal descreveu o episódio como um "blecaute nacional".

"Eles atacaram a geração e transmissão da (hidrelétrica) Guri, espinha dorsal do sistema elétrico", disse o ministro da Eletricidade, Luís Motta, na TV estatal sem fornecer evidências.

Guri, em Bolívar, é uma das maiores represas geradoras de energia da América Latina, atrás apenas da de Itaipu, entre Brasil e Paraguai.

A luz foi cortada em Caracas às 16h50 locais (17h50 de Brasília), afetando grandes zonas da cidade e serviços como o metrô. Linhas telefônicas e internet têm serviços intermitentes.

Muitas pessoas deverão caminhar durante horas para voltar para suas casas. Há poucos ônibus nas ruas, muitos deles lotados, e o metrô não está funcionando. 

Os apagões são comuns na Venezuela, onde a economia está em colapso, com hiperinflação, falta de alimentos e remédios, além de grande êxodo de venezuelanos. Mais de três milhões de cidadãos já deixaram o país desde o início da crise.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    PT, PSOL, REDE, PDT, todos esses partidos apoiam o regime de Nicolás Maduro e querem isso para o Brasil. Acredito que parte da bancada ruralista, com olhos enormes no poder ilimitado também. Seria bom que politicos de peso como o ex ministro Blairo Maggi, viessem a público fazer um mea culpa sobre o apoio ao Lula, que além de financiador, foi idealizador do regime Venezuelano. O Brasil corre o risco sim de voltar ao antigo regime bolivariano, caso o governo Bolsonaro não de certo. E tem muita gente trabalhando para não dar certo, inclusive grandes produtores que se beneficiaram muito durante os governos FHC, Lula e Dilma.

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