Em novo dia de forte aversão ao risco, commodities agrícolas perdem mais de 1%

Publicado em 14/08/2019 16:50

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A alta do dólar nesta quarta-feira (14), somente sobre o real, foi de mais de 1% e a moeda norte-americana deixando claro o dia de intensa aversão ao risco em mercados financeiros mundo a fora. Não só o real sofria os impactos, mas uma série de outras moedas emergentes. Com isso, o peso, na Argentina, também sente e agrava mais a situação já de colapso como a que vive o país. 

Além de moedas, ações e commodities também apresentam baixas bastante intensas. Na Europa, os índices acionários terminaram o dia em seus menores patamares em seis meses, segundo noticiou a Reuters, diante de um acúmulo de fatores. Na Ásia, os índices também recuaram. No Brasil, a baixa do Ibovespa passa de 1%. 

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E o combustível para a criação de dias como este continua sendo o crescimento das preocupações com a economia global. Mais uma vez no foco dos traders e investidores estão as curvas de juros invertidas nos EUA, as quais seguem sinalizando que o mercado está caminhando para uma recessão e, consequentemente, em uma postura de severa aversão ao risco. 

De acordo com informações da agência internacional de notícias Bloomberg, "estes sinais da desaceleração da economia mundial já impulsionam a demanda por títulos soberanos de rendimentos de curto prazo, os quais subiram e, pela primeira vez, superaram os títulos de longo prazo". 

Em entrevista à agência, o diretor de pesquisa de mercados globais da FTSE Russell, Alec Young diz que "com a persistência do conflito comercial entre China e Estados Unidos, os investidores estão, cada vez mais, vendendo primeiro e fazendo perguntas depois. A única coisa capaz de reverter a volatilidade intensa, aparentemente, é a informação de que o crescimento econômico global está sendo recuperado. E isso me parece muita esperança para este momento". 

Embora a luz amarela para o mercado já esteja acesa há algum tempo, o movimento do mercado de títulos, com a curva de juros invertida, acendeu a luz vermelha entre os investidores mais uma vez. No entanto, há dias que isso já provoca uma intensa aversão ao risco no mercado financeiro global. 

Em uma notícia divulgada pelo Notícias Agrícolas em 7 de agosto, o diretor da LucrodoAgro, Eduardo Lima Porto pontuou exatamente sobre as tensões que um quadro como este podem causar. 

"Quando as taxas de longo prazo se aproximam das de curto prazo, em termos de títulos de dívida, significa que o Governo está enfrentando dificuldades muito sérias de rolagem com vencimentos alongados. Do ponto de vista do investidor, que proporciona liquidez para o custeio do governo, ele irá preferir sempre um papel curto do que um longo, nesse caso, porque os rendimentos estão muito próximos", disse Porto. 

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E momentos como este só fazem crescer e mantém ainda uma pressão bastante forte sobre ativos mais sensíveis, como as commodities, por exemplo, em especial as agrícolas. Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja e do milho perderam mais de 1% de queda nesta quarta-feira e, no caso do cereal, na semana, suas referências já perderam mais de 10%. 

Em Nova York, baixas lideradas pelo petróleo, com a commodity recuando mais de 3%, e durante o dia se aproximando dos 5% de queda. Entre as agrícolas, o café arábica caiu mais de 1% e os de algodão, mais de 0,6%. 

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Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, embora a pressão sobre os preços seja sentida nestes dias em que as tensões estão intensificadas, principalmente os mercados de soja e milho são refletidos em mercado de alimento básico, o que estreita o espaço para preços mais baixos. 

"Mesmo que haja uma redução na velocidade do crescimento econômico mundial, a demanda por alimentos - soja, milho, farelo, óleo, ovos, leite, etc - ela continuará forte e crescendo, principalmente em países de economia emergente. Assim, isso deverá tem um reflexo limitado sobre esses produtos", diz, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quarta. 

Para Brandalizze, a temporada 2019/20 registrará um déficit da ordem de 50 milhões de toneladas entre todos os grãos. "Estamos produzindo mais do que o consumimos há 7 anos, agora, pela primeira vez neste intervalo, vamos consumir mais do que a produção, assim não dá pro preço cair tanto", completa o consultor. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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