Tarifas americanas sobre a China deverão ser mantidas mesmo após o acordo, diz Bloomberg

Publicado em 14/01/2020 16:22 e atualizado em 14/01/2020 16:55

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A agência internacional de notícias Bloomberg informou, na tarde desta terça-feira (14), que as tarifas de bilhões de dólares sobre mercadorias chinesas importadas pelos EUA deverão ser mantidas até depois do período das eleições presidenciais norte-americanas mesmo com a assinatura da fase um do acordo prevista para esta quarta-feira, 15 de janeiro. 

Ainda segundo a agência, quaisquer medidas para reduzir as taxas irão depender do compromisso de Pequim em cumprir os termos do texto que será divulgado amanhã, em detalhes, e assinados pelos governos chinês e norte-americano. As informações partem de fontes familiarizadas ao texto do acordo que foram ouvidas pela Bloomberg. 

Na sequência, após cerca de dez meses da assinatura os dois lados irão revisar os progressos feitos com o consenso e aí sim poderão vir a reduzir as tarifas que hoje somam cerca de US$ 360 bilhões em importações vindas da China. 

Esse tempo, ainda segundo as fontes, seria o necessário para uma avaliação do governo Trump de que a China cumpriu todos os termos do acordo. 

"O único componente não público do contrato é um anexo confidencial com valores detalhados de compra, que foram descritos anteriormente", disse o representante comercial dos EUA Robert Lighthizer e o secretário do Tesouro Steven Mnuchin também em resposta a Bloomberg. "Não há outros acordos verbais ou escritos entre os EUA e a China sobre esses assuntos, e não há acordo para futura redução de tarifas".

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Os 'baixistas' do mercado, como explica o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, "estão apostando que mesmo com assinatura da fase 1, a China não irá cumprir nenhum termo do memorando reconciliatório, o que é possível, tendo o histórico chinês como um "guia" para possíveis resoluções políticas.

Ainda segundo sua análise, nenhum dos dois lados - EUA ou China - irá revogar todas as tarifas impostas desde o início da guerra. Assim, a manutenção das taxas pode ser um novo banho de água fria para os mercados, inclusive da soja, já que pode manter a demanda da nação asiática ainda distante do mercado norte-americano. "Acreditamos que eles poderão colocar 'quotas' de importação sob isenção tarifária", completa Pereira. 

Mais do que isso, o executivo explica ainda que além destas cotas pode haver ainda algumas isenções e revogações parciais dos dois lados, mas que não há ninguém no mercado afirmando que todas as tarifas serão retiradas por ambas as partes. 

Para o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, caso venha a público, nesta quarta-feira, um acordo robusto entre as duas maiores economias do mundo, "o mercado pode ter uma reação forte de alta e depois se acalma. O mercado que ver compras", diz. 

E Fernandes reafirma que os traders precisam, antes de tomarem posições mais agressivas, conhecerem o real volume de compras da China nos EUA e o período em que serão feitas. Caso a cifra seja confirmada, "os três principais produtos no agro a serem mais beneficiados seriam carne suína, soja e trigo".

Paralelamente a tudo isso, 2020 é um ano ainda mais importante para o presidente norte-americano Donald Trump, já que é ano de eleição presidencial. 

"E ele já deu início ao período eleitoral e temos que considerar essa situação. Daqui para frente temos que ter também esse olhar. E a China não parece querer facilitar, em algumas ações, um acordo para a fase 1, que está prestes a ser oficializada. Vamos ver agora como vem o comércio depois disso", acredita a consultora de mercado, Andrea Cordeiro. 

Para a especialista, o 'calcanhar de Aquiles' desse momento é o fato de os termos do que foi acertado não serem nada conhecidos. "Então é muito estressante o mercado tentar antecipar os fatos", diz Andrea.

EUA vão manter tarifas sobre importações da China por enquanto, diz Mnuchin (Reuters)

WASHINGTON (Reuters) - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse nesta terça-feira que os EUA vão manter tarifas sobre produtos da China até a conclusão de uma segunda fase do acordo comercial entre os países.

"Essas tarifas permanecerão em vigor até que haja a fase 2. Se o presidente conseguir a fase 2 rapidamente, ele considerará liberar tarifas como parte da fase 2", disse Mnuchin a repórteres.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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