Transporte ferroviário no Brasil sobe 5,7% no bimestre abril-junho

Publicado em 01/07/2020 21:11

SÃO PAULO (Reuters) - O volume de cargas transportado por trens no Brasil cresceu 5,7% de abril a maio ante mesma etapa de 2019, mesmo com o impacto das medidas de isolamento social, por causa da pandemia do coronavírus, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), divulgados pelo Ministério da Infraestrutura.

Segundo o levantamento, o mês de abril registrou alta de 19,9% ano a ano, para 37,3 milhões de toneladas úteis, enquanto em maio houve retração de 5,1% a 39 milhões de toneladas úteis.

Segundo o ministério, o crescimento em abril, refletiu os maiores carregamentos de minério de ferro, do agronegócio e do setor de papel e celulose, que responderam por 90,2% do total, com destaque para a Estrada de Ferro Carajás.

Em maio houve novo impulso do setor agrícola, extração vegetal e celulose, com 8,4 milhões de toneladas úteis transportadas, máxima histórica, contra 6,6 milhões de TUs em maio de 2019. Todas as concessionárias focadas no setor apresentaram crescimento, com exceção da Rumo Malha Paulista.

Os números mostram como o setor ferroviário de longa distância, concentrado em transporte de cargas, destoou dos demais modais, como de aeroportos e rodovias, que foram impactados pelas medidas de isolamento social.

Os dados surgem enquanto o governo federal tenta levar adiante planos para concessão de ferrovias como Fiol (BA) e Ferrogrão (MT-PA), mesmo com a forte volatilidade do mercado financeiro devido aos efeitos econômicos da pandemia.

Exportação de minério de ferro do Brasil tem maior nível do ano em junho

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de minério de ferro do Brasil registraram em junho o maior volume mensal de 2020, totalizando 30,05 milhões de toneladas em junho, avanço de cerca de 1,3% em relação a igual período do ano passado, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta quarta-feira.

Os embarques do mineral também tiveram alta, de 40%, na comparação com o mês anterior, quando totalizaram 21,5 milhões de toneladas, com queda de quase 30% em relação a maio de 2019.

Em termos de receita, as exportações geraram 1,88 bilhão de dólares, queda de 8,7% em relação a junho de 2019, quando os preços do minério de ferro operavam em patamar mais elevado na esteira do rompimento de barragem da Vale em Brumadinho (MG).

O preço médio da tonelada do mineral no mês passado foi de 62,7 dólares por tonelada (FOB), ante 69,5 dólares em junho do ano anterior, segundo dados da Secex.

A recuperação nas exportações brasileiras coincide com uma expansão da atividade industrial da China --maior importadora global de minério de ferro-- em junho, diante do relaxamento de medidas impostas para contenção da epidemia de coronavírus.

Com isso e preocupações com a oferta, especialmente do Brasil, diante do crescente número de casos de coronavírus, os preços do minério da China estão sustentados acima de 100 dólares por tonelada desde o final de maio.

O país asiático buscou nos últimos tempos tirar o atraso de projetos afetados pela pandemia e apoiar a atividade econômica com investimentos em infraestrutura, o que chegou a impulsionar os preços locais do minério de ferro a um rali em meados do mês passado --embora mais recentemente as cotações tenham recuado, em movimento sazonal.

No início de junho, uma associação chinesa afirmou que a Vale pretende ampliar os embarques ao país asiático em 2020, em função da queda de demanda em outros países por causa dos efeitos econômicos da pandemia.

O Brasil fechou o primeiro semestre deste ano com cerca de 145 milhões de toneladas de minério de ferro exportadas, ante 162,5 milhões de toneladas embarcadas em igual período de 2019, segundo números da Secex.

 

PETRÓLEO

Enquanto isso, as exportações de petróleo do Brasil em junho tiveram forte alta de 54,8% em volumes em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando 5,59 milhões de toneladas, ressaltando a força recente dos embarques da Petrobras, especialmente para a China.

Apesar do maior volume, a receita com os embarques de petróleo caiu para cerca de 1,1 bilhão de dólares em junho, ante 1,58 bilhão de dólares em igual período de 2019.

Mesmo com uma forte recuperação de mais de 100% após mínimas registradas em abril, quando o Brent tocou 16 dólares, os preços do petróleo ainda estão distantes dos valores entre 60 e 70 dólares registrados em junho passado.

A moeda brasileira registra grande desvalorização frente ao dólar em 2020, com queda de mais de 30% nos seis primeiros meses do ano, o que torna as commodities brasileiras mais competitivas no mercado externo.

Carga de energia do Brasil avança 2% em junho com retomada econômica, indica CMSE

SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia no sistema elétrico do Brasil teve alta de cerca de 2% em junho na comparação com o mês anterior, impulsionada pelo retorno gradual das atividades econômicas em meio à pandemia de coronavírus, indicou o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) nesta quarta-feira.

Segundo comunicado divulgado pelo Ministério de Minas e Energia sobre a reunião do CMSE, a avaliação do órgão é de que a tendência de retomada gradativa da carga se mantenha neste mês.

"Existem alguns índices, bastante consistentes, de que o país já iniciou sua retomada... Vejo que a carga do país está voltando de forma consistente", afirmou o ministro da pasta, Bento Albuquerque, durante a reunião.

Apesar de a pandemia de Covid-19 estar no pico no Brasil, com mais de 1,4 milhão de casos confirmados, muitos Estados e municípios já iniciaram processos de reabertura econômica e flexibilização dos isolamentos.

Na reunião desta quarta, o comitê verificou ainda que os armazenamentos dos reservatórios das usinas hidrelétricas seguem em níveis superiores aos dos últimos anos, destacando especialmente o aumento de cerca de 20 pontos percentuais --para 37,8%-- nos índices da região Sul em junho, após chuvas elevadas.

A região havia sofrido com uma forte seca nos últimos meses.

Com o cenário de maiores precipitações, o CMSE decidiu manter a política de operação das usinas hidrelétricas da Região Sul em suas vazões mínimas, com o objetivo de aumentar os reservatórios, mas revogou medidas excepcionais para preservação dos estoques no subsistema.

Mercedes-Benz adiciona 2º turno em fábrica de caminhões em SP

SÃO PAULO (Reuters) - A Mercedes-Benz <DAIGn.DE> anunciou nesta quarta-feira que retomou o segundo turno da produção de caminhões em sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP), em medida para ampliar distanciamento social entre os funcionários.

Segundo a companhia, os setores voltados ao agronegócio e também mineração, químico e gás, celulose, alimentos, bebidas e produtos farmacêuticos, têm gerado novos pedidos de caminhões.

A companhia também informou que a partir desta quarta-feira a maior parte dos trabalhadores ligados à produção, que estão em atividade desde maio, entram em suspensão temporária de contrato. Enquanto isso, "os outros 50% que estavam em lay-off assumem a produção de veículos até 31 de agosto", conforme acordo da empresa com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

"Com essa programação, teremos menos pessoas trabalhando por turno, o que assegura o distanciamento. Além disso, ajustamos temporariamente o nosso volume de produção para atender pedidos específicos de clientes de caminhões", disse o vice-presidente de recursos humanos da Mercedes-Benz América Latina, Fernando Garcia, em comunicado.

 

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Fonte:
Reuters

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