Bolsonaro diz que Brasil está importando soja por alta de preços, mas garantiu que não haverá intervenção

Publicado em 29/10/2020 12:46 e atualizado em 29/10/2020 14:33

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BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil, maior produtor e exportador global de soja, está importando soja e arroz devido a uma alta nas cotações internas, mas não deve tomar medidas intervencionistas no mercado, disse o presidente Jair Bolsonaro a apoiadores, conforme vídeo publicado no final da noite de quarta-feira.

"Importamos 400 mil toneladas de arroz dos Estados Unidos. Estamos importando agora soja porque o preço está subindo. Se eu tabelar óleo de soja, vai deixar de ter na prateleira", afirmou, indicando que não intervirá no mercado.

Ele não falou em volumes de importações de soja ou origens específicas do produto, e o volume citado para o arroz é referente à cota completa para importações isentas de tarifas do Mercosul, após os preços atingirem recordes, como é o caso também da oleaginosa.

De janeiro a setembro, as importações de soja pelo Brasil já somaram 528 mil toneladas, conforme dados do governo, que apontam entre os fornecedores países do Mercosul, principalmente o Paraguai. Já as importações de arroz somaram no mesmo período 542 mil toneladas, também os paraguaios ofertando a maior parte (380 mil), seguidos pelos uruguaios (103 mil), enquanto as cargas compradas nos EUA estão a caminho.

Mas, desde que o país liberou importações de soja e milho sem tarifa de fora do Mercosul, aumentaram as especulações que os EUA pudessem ser fornecedores dos produtos. Compras dentro do Mercosul não pagam tarifas.[nL1N2HB29E]

"Fontes disseram que pelo menos uma carga de soja dos EUA foi vendida ao Brasil na semana passada, com embarque pelo Golfo dos EUA no final deste ano", citou a consultoria de agronegócio e serviços financeiros StoneX em nota aos clientes na quarta-feira.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) disse à Reuters que não pode confirmar se a soja norte-americana foi efetivamente vendida ao Brasil.

Mas André Nassar, presidente da entidade que reúne as principais tradings e processadoras, afirmou que alguns membros da associação confirmaram a existência de empresas tentando importar soja dos Estados Unidos para o Brasil.

"Disseram-me que a conta fecha", declarou Nassar em relação à possibilidade de o Brasil adquirir soja de seu grande rival nos mercados de exportação.

Ele advertiu, no entanto, que a importação dos EUA exigiria solução para a "questão de sincronia dos eventos transgênicos aprovados nos EUA e no Brasil", referindo-se a variedades norte-americanas da soja que não tiveram ainda aprovação pelos órgãos brasileiros.

As cargas de soja dos EUA seriam usadas para processamento interno no Brasil, que sofre com uma forte escassez após grandes exportações impulsionadas pela forte demanda da China e um câmbio favorável a embarques.

Dessa forma, o Brasil deve passar para a próxima safra, que começa a ser colhida em janeiro, com estoques praticamente zerados.

A soja é o principal produto de exportação do Brasil, que também tem forte demanda interna pela oleaginosa, tanto para a produção de ração quanto para a indústria de biodiesel. O processamento interno encarece em meio a preços recordes, acima de 160 reais por saca (base porto de Paranaguá-PR).

Não existe corrupção no governo nem por ministros, nem por parlamentares, diz Bolsonaro

BRASÍLIA (Reuters) - Em visita ao Maranhão nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que não existe corrupção em seu governo e dessa vez incluiu neste feito não apenas seus ministros, mas também os parlamentares aliados do governo.

"Estamos fazendo mais com menos. E como disse o senador aqui, não existe uma só notícia de corrupção em nosso governo. Isso devemos obviamente pelos ministros e pelos parlamentares que trabalham em conjunto visando um só objetivo, o bem-estar do seu Estado e do nosso Brasil", discursou Bolsonaro ao participar da inauguração de um trecho da BR-135, em São Luís.

Há duas semanas, em uma operação sobre desvios de recursos da saúde em Roraima, a Polícia Federal fez buscas na casa do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), então vice-líder do governo no Senado e envolvido nas denúncias.

Os policiais fizeram uma busca pessoal no senador ao desconfiar que ele escondia dinheiro nas roupas e encontraram cédulas na cueca e entre as nádegas de Rodrigues.

Bolsonaro exonerou o senador da vice-liderança no mesmo dia, enquanto aliados tentavam distanciar o governo do escândalo alegando que parlamentares, mesmo sendo vice-líderes, não eram parte do governo.

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Fonte:
Reuters

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