Ibovespa cai puxado por blue chips em dia de vencimentos; BB desaba

Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou no vermelho nesta quarta-feira, dia de vencimento de contratos de Ibovespa futuro e com investidores preferindo embolsar ganhos, diante de riscos ligados ao cenário fiscal brasileiro.
O Ibovespa fechou em baixa de 1,67%, aos 121.933,08 pontos, pressionado principalmente pela queda de ações de maior liquidez, como Petrobras, Vale e do setor financeiro. O giro financeiro, inflado pelo exercício de derivativos, somou 63 bilhões de reais.
Segundo profissionais do mercado, após uma escalada recente que levou o índice a novas máximas históricas, mesmo num cenário de crise econômica, grandes investidores preferiram suspender momentaneamente o fluxo de recursos para ativos de risco, alguns dos quais acumulam valorização de mais de 50% em dois meses.
"Com a questão fiscal se agravando antes de votações orçamentários importantes próximas semanas, e o Brasil atrasado no processo de vacinação contra Covid-19, o mercado parece estar entrando num ciclo de mais volatilidade", disse Roberto Attuch, presidente da consultoria de investimentos Ohmresearch.
Pelo menos até a próxima segunda-feira, dia de vencimento dos contratos de opções sobre ações, essa volatilidade deve ser permanente, segundo agentes do mercado.
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL caiu 4,94%, na esteira de notícias da mídia de que o presidente Jair Bolsonaro tem discutido com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a troca do presidente-executivo do banco, André Brandão. No setor, BRADESCO encolheu 1,5% e ITAÚ cedeu 1,65%.
- CARREFOUR BRASIL subiu 1%, após seu controlador, o gigante varejista europeu Carrefour, anunciar que recebeu proposta de fusão da operadora canadense de lojas de conveniência Alimentation Couche-Tard.
- GAFISA avançou 3,4%, após informar que exerceu a opção que tinha com a Even para comprar de 32 unidades do Hotel Fasano Itaim, na capital paulista, por 310 milhões de reais. EVEN caiu 1,4%.
- PETROBRAS caiu 4,83%, na esteira da queda dos preços internacionais do petróleo que acirrou a realização de lucros no papel, cujas negociações também refletem volatilidade com a proximidade do vencimento dos contratos de opções sobre ações, na próxima segunda-feira.
- VALE perdeu 2,99%, também alvejada por movimento de embolso de ganhos pela terceira sessão seguida, após a ação ter subido mais de 60% em pouco mais de dois meses. Também no setor de metais, USIMINAS perdeu 6,1%, CSN recuou 4,8% e GERDAU teve baixa de 3,3%.
- HAPVIDA perdeu 4,1%, queda pela segunda sessão após ter escalado mais de 27% em duas sessões na sequência do anúncio dos planos de fusão com a rival NOTRE DAME INTERMÉDICA, que também recuou 3,6%.
- AZUL teve queda de 4,7%, com o setor aéreo refletindo preocupações de recrudescimento de medidas de isolamento social diante do repique dos casos de Covid-19. GOL retrocedeu 4,61%.
0 comentário
Dólar segue perto da estabilidade no Brasil apesar de queda no exterior
Mercado vê Selic a 12,25% em 2026, mostra Focus
Minério de ferro amplia ganhos com oferta restrita da BHP e produção mais firme de ferro-gusa
Confiança do consumidor do Brasil atinge em dezembro nível mais alto em um ano, mostra FGV
China mantém taxas de juros de referência para empréstimos pelo sétimo mês consecutivo
Consumidores do Reino Unido sentem impacto dos aumentos de impostos com desaceleração da economia