Senador Girão se candidata à presidência da CPI da Covid
BRASÍLIA (Reuters) - O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) anunciou nesta segunda-feira sua candidatura à presidência da CPI da Covid no Senado, apesar de acordo já selado entre os integrantes da comissão e as maiores bancadas da Casa em torno do nome do senador Omar Aziz (PSD-AM).
Autor de requerimento que ampliou o objeto de investigação da CPI, como desejava o governo federal na intenção de minimizar o desgaste da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Girão prometeu atuação independente, apesar de ser encarado como um parlamentar governista.
"Não tenho nenhuma indicação na administração pública --seja ela municipal, estadual ou federal - e reafirmo minha independência total ao governo federal. Irei disputar na intenção de atender aos legítimos anseios da sociedade que espera que a CPI tomos justos, amplos e com verdadeira independência, investigando governo federal e o repasse de geração de bilhões de reais aos estados e municípios. Para isso ocorrer, inevitavelmente dependeremos do perfil dos nomes do presidente e relator ", afirmou.
"A investigação deve ser conduzida de forma justa e imparcial para não acabar em 'pizza'. O povo não quer palanque político eleitoral para 2022. Aliás, isso seria uma covardia, um desrespeito com a dor das pessoas. A CPI precisa ser muito técnica , e que pode buscar toda a verdade e não apenas parte dela ", argumentou o senador.
A comissão deve ser instalada na próxima quinta-feira, para investigar, além das ações e omissões do governo federal na área da saúde diante da crise do coronavírus, os repassa da União aos entes federativos relacionados ao combate à pandemia.
É durante a instalação que os 11 integrantes do colegiado devem eleger o presidente, que, por sua vez, indica um relator. Mas a ocupação esses postos obedece tradicionalmente à regra da proporcionalidade na Casa.
O MDB, por ser a maior bancada, indicou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da CPI, escolha nada favorável ao governo.
Já o PSD, segunda maior bancada, optou por indicar para presidência o senador Omar Aziz, do Amazonas, Estado que não início do ano enfrentou crise sanitária com explosão de contaminações de Covid e falta de oxigênio dos hospitais.
Pelo acordo, a vice-presidência fica a cargo do líder da Oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pelo fato de ter sido o autor do requerimento original de criação da CPI.
Um plano de trabalho preparado pela escolha prevê tomar depoimentos do ministro da Economia, Paulo Guedes, da atual e da antiga cúpulas da pasta da Saúde --inclusivo o ministro Marcelo Queiroga e o ex-ministro Eduardo Pazuello-- e ainda avaliado quebrar sigilos de autoridades durante as investigações.
Diante desse desenho pouco favorável, o governo trabalha em algumas frentes para reduzir os riscos a que existe sujeito com a CPI.
Eduardo Girão anuncia que se candidatará a presidente da CPI da Covid (Poder360)
É apoiador de Jair Bolsonaro; Disputará com Omar Aziz
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) anunciou nesta 2ª feira (19.abr.2021) que disputará a presidência da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que investigará a conduta do governo durante a pandemia e o uso de recursos da União transferidos para Estados e municípios. O congressista é apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Há acordo envolvendo a maioria dos integrantes da CPI para que o presidente do colegiado seja Omar Aziz (PSD-AM). O amazonense não é opositor, mas é crítico ao governo.
Girão enviou ofício ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), informando a intenção de concorrer. “A sociedade espera um trabalho sério e técnico do Senado para que não aconteça outra frustração com um triste final”, declarou no documento. Leia a íntegra (644 KB).
O acordo também envolve o nome de Renan Calheiros (MDB-AL) para ser relator. Renan foi próximo dos governos petistas e, agora, tem feito acenos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Governistas prefeririam que o relator fosse Marcos Rogério (DEM-RO).
Haverá disputa pelo cargo até o último momento –a instalação da CPI deverá ser nesta 5ª feira (22.abr.2021). Relator e presidente ditam o ritmo de uma comissão.
A comissão só andou depois de decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso. O presidente do Senado não queria instalar o colegiado.
O requerimento de CPI que circulava era para investigar apenas o governo federal. Pacheco juntou a ele outro requerimento, de Eduardo Girão, para incluir a investigação dos recursos repassados a outros entes da Federação.
Bolsonaristas têm dito que o governo fez sua parte transferindo recursos a governadores e prefeitos. Esses, por sua vez, teriam usado mal as verbas. A escalada no número de mortos pelo coronavírus aumentou a pressão sobre o governo.