Ibovespa avança com aval externo e no aguardo de desfecho sobre regra fiscal

Publicado em 29/03/2023 11:49 e atualizado em 29/03/2023 13:14

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) -O Ibovespa avançava nesta quarta-feira, apoiado pelo ambiente favorável a ativos de risco no exterior, enquanto agentes financeiros aguardam o desfecho das negociações sobre o novo arcabouço fiscal do país e analisam os últimos resultados da temporada de balanços corporativos do final de 2022.

Às 11:36, o Ibovespa subia 0,35%, a 101.541,32 pontos, buscando a quarta alta seguida. O volume financeiro somava 4,7 bilhões de reais.

Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar que discutirá nesta quarta-feira com o ministro da Casa Civil, a nova regra fiscal, em reunião "conclusiva", o ministro das Relações Institucionais disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve conversar com titular da Fazenda também nesta quarta-feira para fechar a proposta.

De acordo com Alexandre Padilha, Lula tem a intenção de enviar o novo arcabouço fiscal ao Congresso Nacional o mais rápido possível, mas que ainda não há data definida.

"Um conjunto de regras objetivas e críveis podem reduzir a percepção de risco", afirmou Rachel de Sá, chefe de economia da corretora Rico, acrescentando que isso deve colaborar com a melhora do mercado brasileiro como um todo.

No exterior, os principais índices acionários norte-americanos trabalhavam no azul, em meio ao alívio nos temores de uma crise no setor bancário, com esperanças crescentes de que o Federal Reserve poderá fazer uma pausa na alta dos juros nos Estados Unidos, apoiando ações de tecnologia e de crescimento.

De acordo com análise técnica do Itaú BBA, o Ibovespa avançou e bateu na trave no último pregão, uma vez que fechou na região da resistência inicial em 101.200 pontos.

"Mais um dia de avanço e o movimento de retomada poderá buscar os 104.100 e 106.800 pontos. A partir daí, então, é que veremos um alívio de fato, dado que se for ultrapassado os 106.800 pontos, o índice abandonará a tendência de baixa, diminuindo a aversão a risco de curto prazo."

DESTAQUES

- VALE ON tinha elevação de 1,57%, a 80,62 reais, beneficiada pela alta dos futuros do minério de ferro na China. A mineradora fechou acordos com parceiros chineses, incluindo uma usina de ferro-níquel na Indonésia, além de soluções de descarbonização. Na véspera, também divulgou que assinou acordo em que pagará 55,9 milhões de dólares a regulador nos EUA para encerrar ação por Brumadinho.

- CSN ON mostrava alta de 1,8%, a 14,68 reais, buscando a terceira sessão seguida de valorização. Analistas do Itaú BBA reiteraram a recomendação "market perform" e preço-alvo para o papel em 16 reais, mas elevaram estimativas para o Ebitda de 2023, a 13,9 bilhões de reais (10% acima da previsão anterior), citando principalmente expectativa de um melhor desempenho na divisão de mineração.

- QUALICORP ON recuava 7,71%, a 3,71 reais, após reportar na noite da véspera queda de 70,3% no lucro líquido ajustado no quarto trimestre de 2022, para 21,9 milhões de reais, bem abaixo das expectativas de analistas. O papel vinha de três altas seguidas, período em que avançou mais de 10%, após ter atingido mínimas históricas na última quinta-feira.

- REDE D'OR ON avançava 1,9%, a 20,38 reais, em meio a ajustes após recuar 4,85% na véspera, renovando mínimas históricas, na sequência da divulgação do resultado do quarto trimestre do ano passado, com queda de 32,7% no lucro líquido.

- LOJAS RENNER ON recuava 3,3%, a 17,28 reais, refletindo alguma correção após três altas consecutivas, quando contabilizou uma valorização de mais de 6%. A sessão era marcada por alguma fraqueza em ações de empresas relacionadas a consumo, com o índice do setor na B3 cedendo 0,18%.

- KLABIN UNIT subia 1,9%, a 18,27 reais, em dia de alta do setor de papel e celulose no Ibovespa, com SUZANO ON valorizando-se 1,8%, a 43,04 reais. A Suzano assinou acordo com a empresa de navios chinesa Cosco para a construção de cinco embarcações de transporte de celulose e outros produtos de base biológica.

- PETROBRAS PN subia 0,76%, a 23,77 reais, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior. No radar, o ministro de Minas e Energia pediu ao presidente da estatal reavaliação sobre a continuidade de desinvestimentos com contratos já assinados, considerando a recente eleição de uma nova diretoria executiva. A antiga era favorável à manutenção dos mesmos.

- ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 0,29%, a 23,8 reais, e BRADESCO PN mostrava acréscimo de 1,24%, a 13,08 reais, tendo como pano de fundo dados de crédito no país em fevereiro, que mostraram queda de 9,5% nas concessões de empréstimos na comparação com o mês anterior, mas estabilidade da taxa de inadimplência no segmento de recursos livres em 4,5%.

- LIGHT ON, que não estava no Ibovespa, desabava 17,17%, a 1,93 reais, após afirmar na noite de terça-feira que está em "situação operacional e financeira complexa", em razão do elevado endividamento, geração de caixa insuficiente para honrar compromissos e alto índice de furtos de energia. Em 2022, a elétrica teve prejuízo líquido de 5,67 bilhões de reais.

- ONCOCLÍNICAS ON, também ausente do Ibovespa, disparava 11,24%, a 7,52 reais, na esteira do balanço do quarto trimestre de 2022, que mostrou lucro líquido de 96,9 milhões de reais, ante 22,7 milhões um ano antes, com salto de 58,4% na receita. O Ebitda ajustado aumentou 80,8%, para 253,1 milhões de reais, com expansão de margem de 18,2% para 20,8%.

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(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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Fonte:
Reuters

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