Putin despreza líder mercenário Prigozhin e Biden brinca sobre veneno
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Por Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu aos mercenários de Wagner a oportunidade de continuar lutando em uma reunião poucos dias após o motim fracassado, mas sugeriu que Yevgeny Prigozhin fosse afastado em favor de um comandante diferente, informou o jornal Kommersant.
Putin inicialmente disse que esmagaria o motim de 23 e 24 de junho, comparando-o com a turbulência do tempo de guerra que deu início às revoluções de 1917, mas horas depois um acordo foi fechado para permitir que Prigozhin e alguns de seus combatentes fossem para Belarus.
O mistério envolve o destino desse acordo, bem como o futuro de Wagner, uma das forças mercenárias mais aguerridas do mundo, e Prigozhin, um ex-presidiário que se tornou conhecido como "chef de Putin" e o mercenário mais poderoso da Rússia.
O Kremlin afirmou na segunda-feira que Putin conversou com os comandantes de Wagner e Prigozhin em uma reunião em 29 de junho, cinco dias após o motim. Os mercenários, disse o Kremlin, reafirmaram sua lealdade a Putin.
Mas o Kommersant, um dos principais jornais da Rússia, publicou as declarações de Putin ao seu correspondente mais experiente no Kremlin, Andrei Kolesnikov, sugerindo que o futuro de Prigozhin e Wagner estava em dúvida.
"Mas Wagner não existe", disse Putin ao Kommersant quando questionado se seria preservado como uma unidade de combate. "Não há lei sobre organizações militares privadas. Simplesmente não existe."
Perguntado sobre a observação de Putin, o Kremlin disse nesta sexta-feira que não havia nenhuma entidade legal chamada Wagner e que o status legal de tais empresas é complicado e precisa ser considerado.
Putin então relatou detalhes sobre a reunião do Kremlin de 29 de junho com 35 comandantes de Wagner, na qual sugeriu várias opções para eles continuarem lutando, incluindo que uma figura sênior de Wagner, conhecida por seu nome de guerra "Sedoi" - ou "cabelo grisalho" - assumisse o comando.
"Sedoi" é o nome de guerra de Andrei Troshev, um alto comandante de Wagner, de acordo com documentos de sanções da União Europeia, documentos oficiais franceses, fontes com conhecimento do assunto e reportagens da mídia russa.
"CUIDADO COM O QUE VOCÊ COME"
Prigozhin não é visto em público desde que deixou a cidade de Rostov, no sul da Rússia, em 24 de junho.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na quinta-feira que os EUA não têm certeza de onde Prigozhin está, mas brincou que o líder mercenário poderia ser envenenado.
"Se eu fosse ele, teria cuidado com o que come. Ficaria de olho no meu cardápio", disse Biden, de acordo com transcrição da Casa Branca.
"Mas, brincadeiras à parte... acho que nenhum de nós sabe ao certo qual é o futuro de Prigozhin na Rússia."
Wagner ajudou a Rússia a anexar a Crimeia em 2014, lutou contra militantes do Estado Islâmico na Síria, operou na República Centro-Africana e no Mali e tomou a cidade ucraniana de Bakhmut para a Rússia neste ano, com perdas consideráveis em ambos os lados.
(Reportagem de Ron Popeski e Nick Starkov)
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