Dólar sobe mais de 1% na esteira de decisão do Fed e de dados de emprego nos EUA
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista emplacou a terceira sessão consecutiva de alta no Brasil e subiu mais de 1% ante o real, em sintonia com o exterior, onde os investidores repercutiam as sinalizações sobre juros dadas pelo Federal Reserve na véspera e novos dados do mercado de trabalho dos EUA divulgados nesta quinta-feira.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9358 reais na venda, em alta de 1,14%. Em três dias, o moeda norte-americana acumulou ganho de 1,63%.
Na B3, às 17:19 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,17%, a 4,9440 reais.
Na quarta-feira, o Fed anunciou a manutenção de sua taxa básica na faixa de 5,25% a 5,50%, como era largamente esperado pelo mercado, mas adotou uma postura dura, com projeção de novo aumento de juros até o fim de 2023 e de uma política monetária mais apertada do que o esperado anteriormente durante 2024.
No fim da sessão de quarta, esta postura mais "hawkish" (dura com a inflação) do Fed já havia feito o dólar virar para o positivo ante boa parte das divisas de emergentes ou exportadores de commodities, incluindo o real.
Na manhã desta quinta-feira, a pressão de alta continuou e a moeda norte-americana se manteve no território positivo durante todo o dia. Na cotação mínima da sessão, às 9h07, o dólar à vista marcou 4,8909 reais (+0,22%).
Às 9h30, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 20.000 na semana encerrada em 16 de setembro, para 201.000, em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 225.000 pedidos para a última semana.
O dado deu força à leitura de que o mercado de trabalho norte-americano segue aquecido, o que dá sustentação à inflação e reforça a expectativa de juros mais altos nos EUA por mais tempo. Com isso, o dólar atingiu novos picos no exterior e no Brasil.
Operador ouvido pela Reuters pontuou que a perspectiva de juros mais altos nos EUA, conforme a sinalização do Fed, e os dados de emprego foram os fatores que definiram a alta do dólar ante o real, deixando em segundo plano a decisão da noite de quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
O colegiado cortou a taxa básica Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano, e manteve a sinalização de que os cortes nas próximas reuniões também devem ser de meio ponto percentual.
No fim da tarde, o dólar renovou máximas ante o real, em sintonia com a piora das bolsas de ações no exterior e no Brasil. Na máxima da sessão -- pouco antes do fechamento, às 16h58, o dólar à vista foi cotado a 4,9369 reais (+1,16%).
No exterior, o dólar estava muito perto da estabilidade no fim da tarde ante divisas fortes, mas seguia sustentando ganhos ante a maior parte das moedas de emergentes ou exportadores de commodities, como o peso chileno, o peso mexicano e o peso colombiano.
Às 17:19 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,04%, a 105,400.
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