Dólar recua com alívio sobre China e após salto da véspera, mas caminha para alta semanal
![]()
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava em relação ao real na manhã desta sexta-feira, refletindo otimismo na China e movimento de ajuste após um salto da véspera que deixava a moeda norte-americana a caminho de encerrar a semana em alta na esteira de um posicionamento duro por parte do Federal Reserve.
Às 10:01 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,41%, a 4,9156 reais na venda.
Na B3, às 10:01 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,45%, a 4,9195 reais.
"Essa abertura positiva para o real é oriunda do bom momento da China, onde o minério de ferro nessa madrugada subiu... muito pelas expectativas de que os estímulos da China e a reposição de estoques nas siderúrgicas impulsionarão a demanda pelo minério", explicou Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX.
"Isso é positivo, ajuda na recuperação das moedas emergentes --que também é o caso do real-- depois da visão mais 'hawkish' (dura contra a inflação) pelo Fed, que deixou praticamente certo um aumento de juros ainda este ano, e indicou que os juros deverão ficar mais altos por um período prolongado", completou ele.
Na quarta-feira, o banco central norte-americano manteve sua taxa de juros, como esperado, mas indicou que provavelmente aumentará os custos do empréstimos ao menos mais uma vez este ano. O banco central ainda revisou para cima suas projeções para o patamar de juros ao longo de 2024, com alertas de que a batalha contra a inflação está longe de encerrada.
A perspectiva de juros mais altos nos EUA costuma impulsionar o dólar globalmente, uma vez que implica retornos mais atraentes dos títulos do governo norte-americano, que são extremamente seguros.
Nesse contexto, na quinta-feira o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9358 reais na venda, em alta de 1,14%, marcando uma terceira sessão consecutiva de ganhos. Depois desse salto, a divisa ficava a caminho de fechar a semana em alta de quase 1%.
"Nós devemos ver ao longo desse curto prazo uma grande saída de volume de dólar", previu Riauba, ainda citando o cenário de juros mais altos nos EUA por mais tempo.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou nesta semana a Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano, e sinalizou que manterá o ritmo de cortes.
Embora a ocorrência de reduções na Selic simultaneamente à manutenção de uma política monetária apertada pelo Fed signifique a redução do diferencial de juros entre Brasil e EUA --cenário ruim para o real--, muitos participantes do mercado têm ponderado que os juros domésticos seguirão em patamar restritivo mesmo com o início do afrouxamento pelo Copom, de forma que o impacto na moeda brasileira será limitado.
0 comentário
Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde