China pressiona Irã a conter ataques houthis no Mar Vermelho, dizem fontes
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Por Parisa Hafezi e Andrew Hayley
DUBAI (Reuters) - Autoridades chinesas pediram a seus pares iranianos que ajudem a conter os ataques a navios no Mar Vermelho pelos houthis, apoiados pelo Irã, ou correm o risco de prejudicar as relações comerciais com Pequim, disseram quatro fontes iranianas e um diplomata familiarizado com o assunto.
As discussões sobre os ataques e o comércio entre a China e o Irã ocorreram em várias reuniões recentes em Pequim e Teerã, disseram as fontes iranianas, recusando-se a fornecer detalhes sobre quando elas ocorreram ou quem participou.
"Basicamente, a China diz: 'Se nossos interesses forem prejudicados de alguma forma, isso afetará nossos negócios com Teerã. Portanto, diga aos houthis para se conterem'", declarou uma autoridade iraniana informada sobre as negociações que falou à Reuters sob condição de anonimato.
Os ataques, que os houthis dizem ser em apoio aos palestinos em Gaza, aumentaram o custo do transporte marítimo e do seguro, abalando uma rota comercial importante entre a Ásia e a Europa, amplamente utilizada por navios da China.
As autoridades chinesas, no entanto, não fizeram comentário específico ou ameaças sobre como a relação comercial de Pequim com o Irã poderia ser afetada se seus interesses fossem prejudicados pelos ataques dos houthis, segundo as quatro fontes iranianas.
Embora a China tenha sido o maior parceiro comercial do Irã na última década, a relação comercial entre eles é desigual.
As refinarias de petróleo chinesas, por exemplo, compraram mais de 90% das exportações de petróleo bruto do Irã no ano passado, de acordo com dados de rastreamento de navios-tanque da empresa de análise comercial Kpler, já que as sanções dos EUA mantiveram muitos outros clientes afastados e as empresas chinesas lucraram com grandes descontos.
O petróleo iraniano, no entanto, representa apenas 10% das importações de petróleo bruto da China e Pequim tem uma série de fornecedores que poderiam suprir carências.
As fontes iranianas disseram que Pequim havia deixado claro que ficaria muito decepcionada com Teerã se qualquer embarcação ligada à China fosse atingida ou se os interesses do país fossem afetados de alguma forma.
Mas, embora a China seja importante para o Irã, Teerã também tem representantes em Gaza, Líbano, Síria e Iraque, além dos houthis no Iêmen, e suas alianças e prioridades regionais desempenham um papel importante em sua tomada de decisão, disse um dos informantes iranianos.
Solicitado a comentar sobre as reuniões com o Irã para discutir os ataques ao Mar Vermelho, o Ministério das Relações Exteriores da China disse: "A China é uma amiga sincera dos países do Oriente Médio e está comprometida em promover a segurança e a estabilidade regionais e buscar o desenvolvimento e a prosperidade comuns".
"Apoiamos firmemente os países do Oriente Médio no fortalecimento de sua independência estratégica e na união e colaboração para resolver questões de segurança regional", disse à Reuters.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã não estava imediatamente disponível para comentar.
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