China navega por trégua delicada com os EUA e reforça consenso comercial
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PEQUIM (Reuters) - O Ministério do Comércio da China afirmou nesta sexta-feira que Pequim e Washington intensificaram os esforços para implementar o que foi acordado durante negociações comerciais recentes, mas alertou os Estados Unidos contra a desestabilização do consenso "duramente conquistado".
A China espera que os EUA possam continuar a cumprir o acordo e manter a estabilidade do comércio bilateral e das relações econômicas, disse o ministério, enquanto as duas superpotências econômicas buscam uma solução para as tensões comerciais.
"Esperamos que o lado norte-americano compreenda profundamente a natureza mutuamente benéfica e vantajosa para todos das relações econômicas e comerciais entre a China e os EUA", afirmou em comunicado.
Em três declarações separadas divulgadas na semana passada sobre as negociações comerciais com os EUA, o ministério pediu a Washington que preservasse o impulso positivo e, ao mesmo tempo, alertou outros países contra "fazer um acordo que prejudique os interesses da China" com os EUA.
Graças à trégua comercial, a China não corre o risco de ser atingida por tarifas mais altas quando a pausa de 90 dias nas taxas do Dia da Libertação terminar na próxima semana, mas os acordos de Trump com o Reino Unido e o Vietnã sugerem que a China pode continuar sendo um alvo indireto, disse Julian Evans-Pritchard, chefe da China Economics.
"Parece que Trump está interessado em reprimir o redirecionamento das exportações chinesas por meio de países terceiros, o que diminui a eficácia das tarifas dos EUA", disse Evans-Pritchard.
Com a proximidade do prazo de 9 de julho para que os países negociem acordos comerciais com os EUA, Pequim quer lembrar a Washington que o sucesso de suas negociações comerciais em Londres não foi fácil.
Neste ano, a China retaliou as tarifas dos EUA suspendendo as exportações de uma ampla gama de minerais e ímãs essenciais. Durante as negociações comerciais em Genebra, em maio, Pequim se comprometeu a remover as medidas impostas desde 2 de abril, mas os EUA afirmaram que esses materiais não estavam avançando tão rapidamente quanto o combinado.
O avanço ocorreu durante as negociações em Londres, em junho, com os dois lados concordando com uma estrutura para implementar o acordo de Genebra que envolvia a aceleração das remessas de minerais de terras raras para os EUA.
"A China está atualmente analisando e aprovando pedidos de licença de exportação elegíveis para itens controlados", disse o Ministério do Comércio chinês no comunicado, referindo-se às suas próprias restrições de exportação de terras raras.
Os EUA também tomaram medidas "para suspender uma série de medidas restritivas contra a China e informaram a China sobre a situação relevante", disse o ministério, confirmando relatos de que Washington retomou as exportações de software de design de chips, etano e motores a jato para a China.
"As equipes de ambos os lados estão intensificando os esforços para implementar os resultados relevantes da Estrutura de Londres", disse o ministério, chamando a estrutura de "duramente conquistada".
(Por Xiuhao Chen e Ryan Woo)
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