Ibovespa volta aos 162 mil pontos com IBC-Br e Braskem sob holofotes
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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 15 Dez (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, tendo no radar retração inesperada na atividade econômica brasileira em outubro, enquanto Braskem era destaque após anunciar acordo da Novonor para vender sua participação na petroquímica para a empresa de investimentos IG4.
Por volta de 11h10, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,93%, a 162.260,18 pontos. O volume financeiro somava R$2,46 bilhões.
O IBC-Br, calculado pelo Banco Central e considerado um sinalizador do PIB, registrou em outubro queda de 0,2% na comparação com setembro, em dado dessazonalizado. Previsões compiladas em pesquisa da Reuters apontavam alta de 0,10%.
A divulgação corroborava o alívio nas taxas dos DIs, o que tende a beneficiar a bolsa, uma vez que fortalece o argumento daqueles que citam a desaceleração da economia entre as razões para o BC começar a cortar o juro em janeiro.
O movimento positivo no pregão brasileiro era ainda endossado pelo avanço nos futuros acionários de Wall Street e queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano.
Na visão da equipe do Itaú BBA, o Ibovespa caminha para encerrar 2025 em um cenário de forte valorização, sustentado pela expectativa de cortes de juros no Brasil e nos EUA, desaceleração da inflação e robusto fluxo de capital externo.
"Com alta superior a 30% no ano, esse movimento reflete não apenas condições globais favoráveis, mas também a resiliência do mercado doméstico, que apresentou desempenho superior em relação às empresas exportadoras de commodities", afirmou em relatório.
A análise técnica, de acordo com a equipe do Itaú BBA, indica que o índice segue em tendência de alta, com projeções que apontam para níveis entre 165 mil e 180 mil pontos, após o rompimento da marca de 142 mil em agosto.
DESTAQUES
- BRASKEM PNA avançava 4,16%, após a Novonor assinar um acordo de exclusividade com a empresa de investimentos IG4 Capital para vender sua participação na petroquímica. A negociação envolve a aquisição de dívidas da Novonor, anteriormente conhecida como Odebrecht, com bancos que têm ações da Braskem como garantia.
- ISA ENERGIA BRASIL PN subia 5,56%, renovando máxima histórica no melhor momento, a R$28,97, após "upgrade" duplo por analistas do JPMorgan, que agora adotam recomendação "overweight" para as ações da elétrica. Eles também elevaram o preço-alvo para o fim de 2026 de R$26,50 para R$30.
- REDE D'OR ON valorizava-se 4,18%, após seu conselho de administração aprovar o pagamento de dividendos intermediários, dividendos intercalares e juros sobre capital próprio que, juntos, somam aproximadamente R$8,12 bilhões.
- BRADESCO PN registrava elevação de 1,82%, em sessão positiva para os bancos do Ibovespa, com BTG PACTUAL UNIT com ganho de 2,12%, ITAÚ UNIBANCO PN em alta de 0,8%, BANCO DO BRASIL ON subindo 0,97% e SANTANDER BRASIL UNIT avançando 0,78%.
- PETROBRAS PN avançava 0,79%, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent cedia 0,51%. A estatal divulgou que manifestações em unidades da companhia em virtude do movimento grevista dos petroleiros, iniciado nesta segunda-feira, não afeta a produção de petróleo e derivados.
- VALE ON subia 0,35%, em dia de fraqueza dos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado em Dalian encerrou a sessão do dia com queda de 0,92%. No setor de mineração e siderurgia, CSN MINERAÇÃO ON caía 1,22% e CSN ON perdia 1,13%.
- SUZANO ON recuava 1,41%, em meio ao declínio do dólar ante o real, com KLABIN UNIT cedendo 0,21%.
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