Bovespa fecha em alta de 1,18%; ação da OGX sobe 10,8%

O desempenho das ações do setor bancário e das empresas baseadas em commmodities (matérias-primas) sustentaram a recuperação da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) nesta sexta-feira. Nem as más notícias da economia americana foram suficientes para azedar o humor do investidor, que mantiveram a Bolsa brasileira em seu maior nível dos últimos 14 meses.

Analistas destacam a visão positiva dos investidores estrangeiros sobre a economia doméstica, refletida no fluxo constante de capital externo para as ações brasileiras. Refletindo essa menor aversão a risco, a taxa de câmbio caiu para R$ 1,77.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 1,18% no fechamento, atingindo os 61.171 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,929 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,23%.

Entre as ações mais negociadas, o ativo do Itaú-Unibanco valorizou 0,41%, enquanto a ação da Gerdau valorizou 3,24%. A ação preferencial da Petrobras, no topo das preferências dos investidores, teve ganho de 0,32%. Outro papel fortemente negociado, a ação preferencial da Vale, teve alta de 2,55%.

Bancos e corretoras, que passaram setembro aguardando uma forte realização de lucros (que não houve), foram surpreendidos pela forte alta da Bolsa no mês. E o Ibovespa já chegou em um nível somente esperado para o final de ano. Para outubro, ainda há incertezas sobre a trajetória da Bolsa no curto prazo.

"Apesar de mantermos a percepção de que os vetores importantes, que influenciam a decisão de investimento, continuam com viés positivo, não podemos descartar o aumento da volatilidade e certa estabilidade no Ibovespa no curto prazo", comenta Mônica Sales, estrategista da Ativa Corretora em relatório sobre as perspectivas para o mês de outubro.

Como ressaltam vários profissionais de mercado, outubro pode ser um mês de maior nervosismo principalmente por conta do calendário corporativo, com o cronograma de balanços trimestrais. Na semana que vem, Pepsico e Alcoa são as empresas grandes que abrem a temporada no mercado externo.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,778, em um decréscimo de 0,55% sobre a cotação final de ontem. A taxa de risco-país marca 246 pontos, número 2,38% abaixo da pontuação anterior.

"Motivos não faltam [para a queda do dólar]. Além dos nossos juros ainda serem altos, há uma percepção lá fora de que o Brasil está ausente, ou pelo menos, está menos suscetível em relação à crise global. E a tudo isso, nós temos que juntar a promoção do país a grau de investimento pela Moody's", sintetiza José Carlos Benites, gerente da corretora de câmbio Moeda.

O Banco Central entrou no mercado por volta das 12h (hora de Brasília) e comprou moeda por R$ 1,7841 (taxa de corte).

Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que houve a destruição de 263 mil postos de trabalho em setembro nesse país. A taxa de desemprego atingiu 9,8% no mesmo mês. O dado supera em muito a expectativa dos analistas, que esperavam um corte de cerca de 140 mil postos de trabalho.

Ainda nos EUA, o Departamento de Comércio revelou que as novas encomendas às fábricas retraíram 0,8% em agosto, a pior queda em cinco meses. Economistas de bancos e corretoras projetavam uma recuperação de pelo menos 0,7%.

No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou o crescimento de 1,2% para a produção industrial do país em agosto. Trata-se da oitava alta consecutiva deste indicador. No acumulado deste ano, no entanto, a comparação ainda é desfavorável contra 2008 (no mesmo período): uma retração de 12,1%. Trata-se do pior resultado para o período de janeiro a agosto desde 1990.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) escolheu a cidade do Rio de Janeiro como a sede dos próximos jogos das Olimpíadas em 2016, batendo as cidades de Chicago (EUA), Madri (Espanha) e Tóquio (Japão).

Empresas

A ação ordinária da OGX Petróleo e Gás disparou 10,79% no pregão de hoje, sendo o segundo papel mais negociado na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) nesta sexta-feira (giro de R$ 491,55 milhões). A empresa comunicou a descoberta de indícios de hidrocarboneto em um bloco da bacia de Santos (SP). A diretoria prevê o início da produção em 2011.