Alta de preços se espalha e inflação já mostra tendência de alta, diz FGV

Publicado em 12/02/2010 15:03

As pressões sazonais se intensificaram e houve maior espalhamento da alta dos preços, segundo a inflação medida pelo IGP-10 (Índice Geral de Preços-10) da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

A perspectiva, de acordo com o coordenador de análises econômicas da instituição, Salomão Quadros, é que o movimento de alta se mantenha, ainda que sem uma "pressão explosiva", como definiu o economista.

"Há sinais de que a inflação, embora não vá disparar, aparentemente está com movimento um pouco mais acelerado do que se imaginava. Já há sinais de que a inflação ultrapassou e talvez se afaste um pouco do centro da meta", afirmou.

Quadros avaliou que o BC fatalmente vai elevar a taxa de juros para conter a pressão inflacionária, já na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Para o economista, o BC não vai deixar para agir no segundo semestre.

A inflação pelo IGP-10 subiu 1,08% em fevereiro, ante elevação de 0,20% em janeiro. A alta foi puxada pelos preços no atacado, que de acordo com o IPA (Índice de Preços por Atacado), ficaram 1,15% mais caros.

Um indício que os preços permanecerão mais aquecidos é a elevação dos preços dos produtos industriais, especialmente os insumos para a produção. Os materiais para manufatura, por exemplo, registraram alta de 2,36% em fevereiro, após subirem 0,65% no mês anterior. Isso representa bem, segundo Quadros, o aquecimento da demanda brasileira e mundial.

"A alta dos insumos sinalizam possível elevação futura também dos bens de consumo. Não significa que haverá pressão imediata, esses preços ainda estão baixos em relação ao ano passado, mas estão em fase de retomada. Acho que isso vai se repetir ao longo dos próximos meses", observou o economista da FGV.

Os fertilizantes, por exemplo, tiveram avanço de 10,09% em fevereiro, após variação negativa de 0,05% no mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, há recuo de 33,57%.

Os consumidores já começam a sentir mais diretamente a alta no atacado, nos produtos finais. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 1,09%, maior variação desde abril de 2003, quando a elevação havia sido de 1,22%.

Os preços dos Transportes variaram 3,38%, impactados pelas tarifas de ônibus urbano (7,16%) e pelos combustíveis -- o álcool ficou 13,32% mais caro, e a gasolina subiu 2,10%.

O açúcar segue em alta, com aumento de 18,89%, depois de subir 7,22% em janeiro. Já o arroz, influenciado pelas chuvas, ficou 6,09% mais caro em fevereiro.

O IGP-10 é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

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Fonte:
Folha Online

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