Dólar fecha a R$ 1,73, menor taxa desde janeiro, apesar de ação do BC

Publicado em 29/04/2010 17:01

O Banco Central voltou a intervir com mais energia no mercado de câmbio doméstico, realizando dois leilões para comprar moeda, sem impedir, no entanto, que a taxa brasileira caísse para seu menor nível desde 8 de janeiro.

"Hoje teve algum efeito do Copom [que elevou a taxa Selic para 9,5%]. Os juros mais altos tendem tradicionalmente a atrair mais investidores estrangeiros. Além disso, neste semana houve muitas captações de bancos, em negócios de US$ 300 milhões e até US$ 1 bilhão, e esse dinheiro já começou a entrar no mercado", comenta Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da corretora de câmbio Dascam. "Além disso, nós temos que nos lembrar que amanhã é final de mês, e parece que os 'vendidos' tiveram mais força desta vez", acrescenta.

"Comprados" e "vendidos" são termos usados no mercado para designar os agentes financeiros que ganham com alta ou a baixa da cotação do dólar, respectivamente, conforme suas "aplicações" no mercado futuro. Como essas aplicações são liquidadas pela referência da Ptax (taxa média de câmbio) do último dia útil de cada mês, esses agentes costumam influenciar a formação dos preços perto do fechamento de cada período.

A cotação da moeda americana oscilou entre o valor máximo de R$ 1,741 e o mínimo de R$ 1,723, encerrando o expediente em R$ 1,732. Essa taxa representa um decréscimo de 1,14% sobre o fechamento de ontem.

Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,830, em um recuo de 1,61%.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sobe 1,76%, aos 67.826 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,76 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York avança 1,16%.

O BC entrou no mercado pela primeira vez às 11h38 (hora de Brasília), aceitando ofertas por R$ 1,7328, voltando à carga às 14h57, tomando dólares por R$ 1,7309. Profissionais de mercado estimam que a taxa de câmbio pode se aproximar cada vez mais do "piso" de R$ 1,70 na semana que vem.

Um eventual estresse na cena externa, ou ações ainda mais agressivas do BC (leilões para compra mais frequentes, por exemplo), podem ser "obstáculos" para essa trajetória do câmbio, no entanto.

Ontem à noite, o Copom (Conselho de Política Monetária) decidiu aumentar a taxa básica de juros (Selic) para 9,5% ao ano, em linha com as expectativas do mercado. Uma parcela dos economistas, no entanto, ainda acredita em um ajuste mais gradual, na casa de 0,50 ponto.

Após a reunião de ontem, analistas esperam um ciclo rápido e agressivo de ajuste dos juros, que devem encerrar o ano acima de 11%.

O mercado teve um dia de "trégua" em relação à crise grega, com a expectativa de que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional estão comprometidos em evitar "o pior" e devem injetar recursos para que a Grécia não entre em "default" (suspensão de pagamentos).

Juros futuros

No mercado futuro da BM&F, que serve de referência para os juros bancários, as taxas projetadas voltaram a subir, no dia seguinte à reunião do Copom.

No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista ascendeu de 10,36% ao ano para 10,46%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada avançou de 10,89% para 11%. A exceção foi o contrato de janeiro de 2012, em que a taxa prevista recuou de 12,19% para 12,16%. Esses números são preliminares e podem sofrer ajustes.

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Fonte:
Folha Online

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