Bovespa sobe 0,07% e dólar crava R$ 1,79 em dia nervoso por crise na Europa

Publicado em 05/05/2010 18:17

As ações da Vale estiveram entre os principais motivos pelo qual a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) ainda encerrou o dia em terreno positivo, na contramão das Bolsas europeias e americanas. A poucas da divulgação do balanço trimestral, o investidor voltou às compras, o que permitiu à Bolsa brasileira uma leve valorização num dia marcado pela tensão a respeito de Europa e suas economias problemáticas.

A advertência da agência Moody's de que vai rever o "rating" (nota de risco de crédito) foi uma das muitas notícias que aumentaram a aversão ao risco nos mercados. A convulsão social na Grécia também não ajudou a acalmar os ânimos, num momento em que esse país precisar provar que é capaz de "cortar na carne" para receber ajuda financeira.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,07% no fechamento, aos 64.914 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,88 bilhões, mais uma vez, acima da média. Nos EUA, o índice Dow Jones (da Bolsa de Nova York), cedeu 0,55%.

Somente a ação preferencial da Vale movimentou R$ 1,38 bilhão, tendo ganhos de 2,43% no pregão de hoje. A mineradora divulga seu balanço trimestral após o encerramento da Bolsa de Valores e analistas esperavam resultados bem acima do desempenho de 2009.

"Houve uma certa expectativa em relação ao balanço, mas nós temos de lembrar que esse papel desvalorizou bastante nos últimos dias", comenta Fábio Prandini, profissional da corretora Elite.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,798, em um avanço de 2,10% sobre o fechamento de ontem. A taxa de risco-país marca 215 pontos, número 4,89% acima da pontuação anterior.

"Foi basicamente por causa do mercado externo, e a tensão com os países da Europa. A Moody's já avisou que deve rebaixar o rating da Portugal, o que pode acontecer oficialmente amanhã mesmo. E hoje nós já ouvimos comentários no mercado sobre a Irlanda", comenta Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora de câmbio Fourtrade. "Se continuar nesse ritmo, o dólar pode bater R$ 1,80 e ir para R$ 1,81 ou R$ 1,82 ainda no curto prazo", acrescenta.

Entre as principais notícias do dia, a consultoria ADP revelou que foram abertas 32 mil vagas no mercado de trabalho americano em abril, entre contratações e demissões registradas no setor privado neste período. Economistas de Wall Street estimavam uma cifra em torno de 30 mil. E a entidade privada ISM apontou uma expansão do setor de serviços em abril, no quarto mês consecutivo de crescimento.

Ainda no front externo, a Comissão Europeia apontou previsões mais otimistas para o conjunto da zona do euro, indicando um crescimento médio de 0,9% para os 16 países do bloco de 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. A projeção anterior era de 0,7%.

A agenda econômica doméstica tem poucos destaques. Entre eles, a informação do Banco Central de que o fluxo cambial do país (a diferença entre saídas e entradas de dólares) foi de US$ 2,248 bilhões em abril, o mais alto desde outubro do ano passado (US$ 14,598 bilhões). Em abril de 2009, o fluxo cambial também foi positivo --em US$ 1,430 bilhão.

No setor corporativo, a cervejaria AmBev revelou um lucro líquido de R$ 1,65 bilhão para o exercício do primeiro trimestre, uma cifra 3,9% superior ao resultado obitdo no mesmo período do ano anterior (R$ 1,59 bilhão).

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Fonte:
Folha Online

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