Bovespa cede para seu menor nível desde setembro; dólar marca R$ 1,89
O mercado brasileiro de ações retrocede para níveis de preços somente vistos no início de setembro de 2009, há mais de oito meses, portanto, na rodada de negócios desta quinta-feira. O investidor não encontra motivos para retomar as compras, num cenário de incertezas sobre a crise na Europa e como as economias mais fragilizadas vão enfrentar seus rombos fiscais.
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Esta semana teve um ingrediente adicional, com a disposição da Alemanha em restringir a especulação financeira, por meio do veto às vendas de ações a descoberto (sem garantias). Analistas temem que essa medida unilateral possa ser replicada, ou pelo menos servir de "inspiração" para iniciativas semelhantes no continente, em meio à derrocada do euro frente ao dólar.
A moeda europeia oscila entre US$ 1,24 e US$ 1,23, as cotações mais baixas desde 2006.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, cede 2,98%, aos 57.910 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,15 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York perde 2,80%.
O dólar comercial é cotado por R$ 1,894, em alta de 3,04%. A taxa de risco-país marca 248 pontos, número 9,25% acima da pontuação anterior.
Entre as notícias mais importantes do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA informou um aumento dos pedidos iniciais pelo auxílio-desemprego, que atingiu a cifra de 471 mil, bem acima do esperado por economistas do setor financeiro.
O Índice de Indicadores Antecedentes teve um inesperado declínio de 0,1% em abril, ante expectativas de uma variação de 0,2%. Esse índice busca antecipar as tendências da economia americana dos próximos seis meses.
Na Europa, o governo espanhol deve aprovar medidas para reduzir o deficit público por meio de cortes em gastos sociais além de redução e congelamento dos vencimentos públicos até 2011. Organizações civis já preveem mobilizações contra as medidas.
No front doméstico, o IBGE apontou inflação de 0,63% em maio ante 0,48% em abril, pela leitura do IPCA-15, visto como uma estimativa prévia do índice oficial de inflação. Considerando os últimos doze meses, a taxa ficou em 5,26%.