Bancos da Irlanda estão à venda, diz presidente do BC
"Eles estão à venda, na minha opinião", declarou Honohan. "Eu defendi por vários anos que países pequenos tenham proprietários estrangeiros para seus bancos."
Honohan também disse esperar que haja muitas condições anexadas a qualquer acordo de resgate, afirmando que a falta de confiança dos mercados financeiros nos bancos do país não é justificada.
Entenda
O primeiro-ministro da Irlanda, Brian Cowen, disse no dia 21 de novembro que o seu país e a União Europeia (UE) fecharam um acordo por um empréstimo para equilibrar as contas públicas irlandesas. Cowen afirmou que os detalhes do acordo seriam negociados nos dias seguinte. Segundo o ministro irlandês das Finanças, Brian Lenihan, a quantia será inferior a 100 bilhões de euros (R$ 235 bilhões) e será usada para diminuir o déficit orçamentário do país para 3% do PIB até 2014.
Em comunicado conjunto, os ministros europeus das Finanças elogiaram o pedido irlandês por auxílio e disseram ter concordado em fornecer empréstimos ao país. Segundo o grupo, o dinheiro virá de fundos geridos pela UE e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Outros países, como a Suécia e a Grã-Bretanha, indicaram que poderão fazer empréstimos adicionais à Irlanda, segundo o comunicado.
A Irlanda vinha sendo forçada por vizinhos europeus a pedir ajuda financeira. O pedido é uma reviravolta para o governo irlandês, que no início da semana passada afirmara que o empréstimo era desnecessário. O país tem gastado cerca de 19 bilhões de euros (R$ 45 bilhões) a mais do que tem recebido em receitas, e os seus bancos também precisam de uma grande injeção de dinheiro. O governo irlandês será o segundo país a receber um empréstimo da UE e do FMI para combater os efeitos da crise.
Em maio, a Grécia negociou um pacote de 110 bilhões de euros, a serem repassados ao longo de três anos. Agora as atenções se voltam para Portugal, outra economia da zona do euro com alto nível de endividamento.
Países como Irlanda e Portugal vivem situação preocupante para lidar com seus déficits. O ministro das Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos, disse ao Financial Times que há um risco enorme de que seu país seja obrigado a buscar ajuda internacional, pois os mercados estão considerando Grécia, Irlanda e Portugal como um único conjunto.