Setor agrícola deve investir mais em mulheres, diz FAO

Publicado em 10/03/2011 10:18
Em relatório, divulgado nesta segunda-feira, agência diz que acesso à terra, a financiamentos, educação e tecnologia é maior para homens; mudanças poderiam ainda reduzir número de famintos em até 150 milhões.

Contribuição de 43%
Um relatório da ONU sugere que mais investimentos em mulheres que trabalham na agricultura, elevariam os níveis de produção do setor em até 4% nos países em desenvolvimento.

Segundo o documento “O Estado da Alimentação e Agricultura”, se mulheres em áreas rurais tivessem o mesmo acesso dos homens à tecnologia, à propriedade de terra e financiamentos, o número de pessoas com fome também baixaria de 100 a 150 milhões.Acesso à Terra
A vice-diretora do Departamento de Gênero e Emprego Rural, Eve Crowley, disse à Rádio ONU, em Nova York, que mais de quatro em 10 lavradores ou agricultores, em todo o mundo, são mulheres.

“A contribuição das mulheres é de mais ou menos 43% em termos de agricultura. Mas a produção das mulheres é sempre mais baixa que a dos homens. As mulheres têm menos acesso à terra e não utilizam tanto os adubos. Uma razão para isso é que as mulheres muitas vezes não controlam o rendimento do seu trabalho agrícola ou do emprego rural”, disse.

O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, disse que o relatório advoga a promoção de igualdade de gênero na agricultura. Segundo ele, não se trata de defender um ideal, mas antes de mais nada um passo importante para a segurança alimentar e o desenvolvimento.Redução da Fome
A agência da ONU sugere que se mulheres recebessem os mesmos recursos que os homens, a produção nos países pobres subiria de 20% a 30%. O que equivale a um aumento de produtividade de 2,5% a 4% e a redução de 12% a 17% no número de pessoas que passam fome no mundo.

Atualmente, 906 dos 925 milhões de famintos em todo o globo vivem nos países em desenvolvimento.

O relatório revela que na América Latina, apenas 20% da mão-de-obra rural são mulheres. Mas na Ásia e na África, este número sobe para metade de todos os trabalhadores.

Segundo a FAO, governos em todo o mundo devem prestar contas sobre a promoção dos direitos da mulher e como dar mais autonomia a elas no trabalho agrícola.

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Fonte:
Rádio ONU

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