França não quer colocar teto nos preços das commodities, diz ministra

Publicado em 14/04/2011 14:23
A ministra de Economia e Finanças da França, Christine Lagarde, disse há pouco que não é o objetivo de seu país colocar um teto nos preços das “commodities”. “Quero deixar muito claro: não queremos administrar preços, não queremos fixar preços”, disse Lagarde, que participa de encontro do G-20 e da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial em Washington.

O Brasil, um grande exportador de “commodities”, é um forte opositor de uma regulação internacional mais rígida no setor. Esse é dos pontos incluídos pela França na agenda do G-20, da qual o país é o coordenador dos trabalhos durante esse ano. Nesta tarde, Christine Lagarde se reúne com o ministro das Fazenda, Guido Mantega, em Washington.

A França fez a regulação das “commodities” uma das prioridades da agenda do G-20 devido ao forte aumento dos preços dos alimentos ocorrido nos últimos meses, um dos muitos fatores que levaram ao surgimento de protestos e conflitos no Oriente Médio. Para muitos, a disparada dos preços das “commodities” é causada, sobretudo, pela ação de especuladores.

Christine disse, porém, que não é contra a especulação nos mercados futuros. “Não queremos eliminar a especulação”, disse ela, acrescentando que as posições especulativas são um contraface que permite que produtores e consumidores façam “hedge”, ou seja, se protejam de quedas nos preços de “commodities”.

Ela destacou, porém, que é necessário ampliar a transparência do mercado, com a criação de um sistema em que as transações, incluindo derivativos, são registradas para permitir intervenções dos reguladores no caso de excessos. Lembrou, por exemplo, que um só participante de mercado chegou a ter cerca de 50% das posições no mercado futuro de algodão.

A ministra francesa também expressou simpatia ao Brasil nos seus esforços para conter os fortes fluxos de capitais. “O Brasil foi vítima de movimentos muito massivos e brutais de capitais”, afirmou ela. “Guido [Mantega] forçosamente tem uma certo número de expectativas, de esperança, no quadro de um melhoramento do sistema monetário internacional”, disse ela, referindo-se à conversa que vai ter com o ministro brasileiro.

Ela rejeitou, porém, o uso da expressão guerra de moedas, originalmente levantada por Mantega, para se referir a um sistema em que países com regimes de câmbio flexível como o Brasil sofrem pressões para valorizar sua moeda em virtude de fatores como a política monetária expansionista dos Estados Unidos e a subvalorização da moeda chinesa.

Christine disse que não é a intenção da Franca suprimir o artigo do estatuto do FMI que permite que os países adotem controles na conta de capitais. Mas expressou apoio à cartilha recentemente editada pelo FMI para nortear suas recomendações a países sobre controles. Nela, o organismo diz que, antes de usar esse instrumento, os países devem tomar algumas medidas macroeconômicas, como deixar taxas subvalorizadas se apreciar, acumular reservas até um nível ótimo e, quando a economia não está superaquecida, baixar os juros.

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Fonte:
Valor Online

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