Meta de inflação de 2013 fica em 4,5%

Publicado em 21/06/2011 11:15

O Conselho Monetário Nacional (CMN) vai fixar em 4,5% a meta de inflação para 2013. O percentual, que será anunciado oficialmente no dia 30, é o mesmo dos últimos seis anos, além de ser o objetivo definido para este e o próximo ano. Com isso, o Brasil persegue a mesma meta de inflação por nove anos consecutivos. Integrantes do governo chegaram a pensar em reduzir o alvo de 2013 para 4% ou 4,25%. A ideia era sinalizar ao mercado o compromisso firme de reduzir a inflação nos próximos anos. Isso ajudaria a melhorar as expectativas dos agentes econômicos, que estão pessimistas quanto ao desempenho do governo nessa área.

Em seu discurso de posse, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, defendeu a redução da meta "no futuro", para permitir a convergência da inflação brasileira para níveis mais baixos, "semelhantes aos observados nas principais economias emergentes".

O governo abortou o plano de reduzir a meta agora por considerar que essa decisão só poderia ser tomada num cenário em que a inflação já estivesse em processo de queda. Uma outra preocupação é com o crescimento da economia. Uma meta menor poderia exigir do Banco Central a aplicação de taxas de juros mais altas, o que poderia comprometer o crescimento nos próximos anos.

O IPCA acumulado em 12 meses até maio chegou a 6,55%, no limite superior do intervalo de tolerância do regime de metas, que permite que a inflação fique dois pontos percentuais acima ou abaixo da meta. Embora o IPCA mensal esteja em queda, a variação acumulada em 12 meses pode chegar a 7% em agosto.

O mercado, segundo o Boletim Focus, projeta inflação de 6,18% no fim de 2011 e de 5,18% em 2012. Isso indica que as expectativas de curto prazo vêm melhorando, mas as projeções de médio prazo, caso de 2012, têm se deteriorado. "Não há clima político no governo neste momento para redução da meta de inflação", informou um assessor graduado.

O Palácio do Planalto está preocupado com o impacto negativo da política de combate à inflação sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Em 2010, o país cresceu 7,5%, a maior taxa em 24 anos. Em 2011, o crescimento deve ficar abaixo de 4%. Como a taxa básica de juros (Selic) chegou a 12,25% ao ano e o BC já sinalizou que o ciclo de aperto ainda não acabou, o temor é que o PIB cresça, em 2012, menos ainda do que em 2011.

Com a decisão de manter o alvo em 2013, o Brasil é um dos países com maior meta inflacionária do mundo. Das 31 nações que adotam o regime, apenas seis possuem meta maior que a do Brasil: Armênia, Georgia, Indonésia, Nigéria, Rússia e Turquia.

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Fonte:
Valor Econômico

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