Crise europeia acentua volatilidade nos grãos em Chicago

Publicado em 24/06/2011 07:55
O retorno da crise europeia ao noticiário econômico mundial está afetando negativamente as cotações das commodities agrícolas, que há duas semanas registravam valores mais altos do que os atuais na Bolsa de Chicago (CBOT), referência mundial na formação de preços. O milho, depois de ter atingido cotação histórica de US$ 7,85 por bushel (25,4 quilos), caiu para US$ 6,77 no pregão de ontem (-15%). A soja, sofreu menos do que o cereal no mesmo período: 4%. Saiu do patamar de US$ 13,82 por bushel (27,2 quilos) para US$ 13,30 por bushel.

A volatilidade é considerada normal para esta época do ano, quando o clima na região Meio-Oeste dos Estados Unidos, maior produtora de soja e milho, se torna um forte elemento de influência sobre os preços internacionais. Mas, as incertezas econômicas geradas pelo velho continente, especialmente com a Grécia, também têm sido levadas em consideração pelos investidores, apontam analistas.

“Ninguém quer assumir alto risco neste momento”, diz Steve Cachia, da Cerealpar. Ele cita os fundos de investimento como um dos mais pesados elementos nas cotações dos grãos. “Se o sentimento da maioria é que a crise pode piorar, tenha certeza de que eles (fundos) vão retirar dinheiro das commodities e investir em outro lugar.” Quando o milho atingiu o maior valor da história no dia 11 de junho, o mercado estimava que a posição comprada dos fundos de investimento era de 470 mil contratos , o equivalente a 60 milhões de toneladas de milho, mais do que a safra brasileira considerando verão e inverno.

Mesmo com uma nova ajuda financeira em vista, a Europa ainda pode amargar novas crises, prevê Cachia, que está há uma semana no continente. “Alguns especialistas daqui falam até em uma minicrise antes de uma melhora da situação”, disse ontem em entrevista por telefone. Só o endividamento da Grécia ultrapassa o valor do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

“Tendência é altista”

Apesar de acumularem um saldo semanal negativo, soja e milho ainda podem ter seu melhor momento de preço na Bolsa de Chicago, conforme os analistas. A perspectiva tem relação com as indefinições da safra norte-americana 2011/12, que está com o plantio praticamente concluído e em boas condições de desenvolvimento.

Ontem, foi o trigo que puxou as cotações do milho e da soja para baixo, de acordo com o analista Élcio Bento, da Safras & Mercado. A Ucrânia anunciou ampliação dos resultados da triticultura. O país é um dos maiores exportadores do produto. O aumento da produção reduz a necessidade de uso de milho na ração animal, tirando clientes dos Estados Unidos. 
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Fonte:
Gazeta do Povo

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