Consenso político na Itália ajuda a acalmar mercados

Publicado em 13/07/2011 08:07 e atualizado em 13/07/2011 09:38
O rápido acordo entre o governo da Itália e os partidos de oposição para aprovar medidas de cortes da dívida ajudava a acalmar os mercados nesta quarta-feira, mas os formuladores de política monetária, temendo um ataque prolongado do mercado, exigiram que a Europa desenvolva um plano definitivo para resolver a crise de dívida na zona do euro.

O ministro da Economia italiana, Giulio Tremonti, bastante visto como um garantidor da estabilidade financeira de seu país, disse que o pacote de austeridade do governo - que tem duração de quatro anos e prevê cortes de 40 bilhões de euros - será aprovado até sexta-feira e minimizou rumores de que poderia renunciar.

"Hic manebimus optime", afirmou ele em um encontro da associação bancária italiana, tomando emprestada uma frase do historiador romano Livy, que significa: "Continuaremos aqui, extremamente bem".

No mesmo evento, o membro do conselho de governança do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi, que também é presidente do BC italiano, instou o governo a avançar em mais medidas para garantir que o país alcance a meta de reeequilibrar seu Orçamento até 2014.

Ele também pediu que os líderes europeus superem divisões que têm atrasado uma resolução efetiva da crise de dívida na zona do euro e criticou a lenta resposta dada até agora. "Temos agora que dar certeza ao processo pelo qual crises de dívida soberana são geridas, ao claramente definir objetivos políticos, desenvolver instrumentos e a quantia dos recursos", disse.

Seus comentários vieram conforme os mercados financeiros se acalmaram após três dias de turbulência que levaram os yields (rendimentos) dos títulos públicos de 10 anos da Itália a superarem 6%, no maior nível em mais de uma década.

As ações do governo italiano e dos partidos de oposição para acelerar a aprovação pelo Parlamento de um orçamento de austeridade de 40 bilhões de euros, considerado impopular, ajudava a aliviar a pressão sobre os ativos italianos. "O mercado continua nervoso, muito atento, mas tivemos uma reação italiana que foi notavelmente rápida com relação à auteridade do Orçamento", disse Michel Rose, analista do Deutsche Bank.

FMI exige medidas "decisivas" para redução de déficit da Itália

O Fundo Monetário Internacional afirmou na terça-feira que a Itália precisa implantar medidas decisivas para reduzir seu déficit fiscal para menos de 3 por cento de seu Produto Interno Bruto (PIB) até 2012.

Em seu relatório anual, o FMI disse que, embora a economia italiana esteja se recuperando, sua dívida pública permanece alta e o crescimento deve ser constrito.

O FMI também previu que o crescimento da Itália deve ficar em 1 por cento neste ano, contra 1,3 por cento em 2010.

Itália deve reduzir seu endividamento, avalia FMI

A economia da Itália está se fortalecendo, mas, ao mesmo tempo, o endividamento público é alto e o crescimento deve ficar limitado por causa de gargalos estruturais, avalia o Fundo Monetário Internacional (FMI) na conclusão das consultas do Artigo 4 com a Itália, divulgada nesta terça-feira (13).

Os representantes do Fundo avaliaram que o pacote fiscal anunciado pelo governo é um passo importante para tornar viável a redução do déficit fiscal para abaixo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 e ficar perto de zero em 2014. Eles se mostraram animados com a intenção da gestão italiana de rever os gastos públicos e esperam que essa análise resulte em uma diminuição do gasto público e na melhoria da eficiência do setor.

Em meio ao temor de que a Itália seja mais uma vítima da crise europeia, tanto o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, como o ministro das Finanças do país, Giulio Tremonti, confiam que o conjunto de medidas de austeridade fiscal seja aprovado pelo Parlamento até sexta-feira.

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Fonte:
Reuters + Valor Online

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