No G1: Nervosismo global faz Bovespa ter queda de 6%

Publicado em 04/08/2011 14:29 e atualizado em 04/08/2011 16:29
O nervosismo que tem abalado os mercados globais volta com força nesta quinta-feira (4). Investidores seguem com uma postura defensiva, diante das incertezas com relação ao enfraquecimento da economia dos Estados Unidos e do medo de uma nova recessão.

Depois de recuar 2,25% na véspera, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda nesta quinta-feira (4). Às 14h18 o Ibovespa caía 4,84%, aos 53.301 pontos, com nenhuma ação em alta. Mais cedo, por volta das 12h55, o índice chegou a recuar 6,05%, aos 53.065 pontos.

O recuo fez o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmar nesta quinta que as bolsas estão derretendo "no mundo todo".

Por volta das 13h30, as bolsas americanas também operavam em queda. O índice Dow Jones recuava 2,60%, o Nasdaq 3,52%, e o S&P 500, 2,90%.

As bolsas europeias encerraram em forte queda nesta quinta-feira. O índice europeu de ações FTSEurofirst 300 encerrou a sessão com baixa de 3,33%, a 993 pontos.

As preocupações ganharam força desde que o governo americano aumentou o limite para seu endividamento. A perspectiva de que a maior economia mundial terá que conter de forma representativa seus gastos e, desta forma, abalar a já abalada situação financeira do próprio país e das demais economias está assustando os mercados.

A crise europeia ainda reforça o cenário de cautela, diante da contaminação para novos países de maior peso na região, como Itália e Espanha.

Na quarta-feira (3), em um momento de pânico dos agentes, o Ibovespa chegou a perder 3,6% na mínima do dia. As perdas foram amenizadas ao longo do pregão, mas, ainda assim, o índice encerrou com desvalorização de 2,25%, aos 56.017 pontos, menor patamar desde 3 setembro de 2009.

Foi a terceira queda seguida da Bolsa, período que conta com baixa de 4,8%. No ano, o índice já acumula perda de 19,2%.

No mercado americano, as bolsas chegaram a perder mais de 1%, mas conseguiram inverter o rumo de forma definitiva ao fim da sessão. Após oito baixas seguidas, o índice Dow Jones subiu 0,25%. Já o Nasdaq avançou 0,89% e o S&P 500 ganhou 0,50%.

Único indicador da agenda dos EUA, o número de pedidos de seguro-desemprego recuou para 400 mil na semana terminada em 30 de julho, de acordo com o Departamento de Trabalho. Foram mil a menos que os 401 mil pedidos efetuados na semana imediatamente anterior. Economistas esperavam aumento em torno de 7 mil pedidos.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) deixou inalterada a taxa de juro da zona do euro em 1,50%. O Banco da Inglaterra também manteve a taxa de juro em 0,5% ao ano.

Na Ásia, as autoridades monetárias atuaram no mercado de câmbio para conter a valorização do iene frente ao dólar. A intervenção foi a primeira em quase cinco meses. O governo japonês e o banco central do país venderam ienes e compraram dólares.

No encontro realizado nesta quinta-feira, a autoridade monetária decidiu manter a taxa de juro ao redor de zero a 0,1%. Também definiu aumentar o tamanho total do programa de compra de ativos em cerca de 10 trilhões de ienes, para 50 trilhões de ienes.

No front corporativo nacional, o destaque do dia recai sobre os números trimestrais da Gerdau e da Lojas Marisa.


No Estadão:

Apesar da piora do quadro externo, Mantega diz que Brasil está preparado

Segundo ministro, com instrumentos que o governo criou em 2008, Brasil nunca esteve tão bem preparado para enfrentar as consequências de uma nova crise  


Com o agravamento do quadro internacional, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, nesta quinta-feira, 4, que o País está preparado para enfrentar o problema com o mínimo de danos para a economia brasileira. 

Segundo Mantega, o Brasil nunca esteve tão bem e tão preparado para enfrentar as consequências de uma nova crise. "Nós não só temos mais reservas, como temos os mecanismos, os instrumentos que criamos na crise de 2008 e que poderão ser implementados a qualquer momento", disse. O ministro disse que o governo tem de ficar alerta e olhar as consequências desse quadro internacional na economia. 

Mantega disse que não acredita no overshooting do dólar, mas espera um "movimento relativo" da moeda."Houve um agravamento da situação internacional que tem atingido as bolsas no mundo todo e aqui também no Brasil, e isso reflete o enfraquecimento dos EUA e a situação europeia que não está resolvida. Eu espero que não continue esse agravamento", avaliou o ministro em rápida entrevista na portaria do Ministério da Fazenda antes de embarcar para o Peru.

Mantega disse ainda que é difícil avaliar qual será a avaliação do mercado com o agravamento da crise internacional porque não se sabe, agora, onde está a segurança. "Não sabemos qual é a reação do mercado, porque, no passado, nós sabíamos: era fuga para a segurança. Hoje eu pergunto: onde está a segurança? Temos dúvidas que o comportamento será o mesmo", avaliou o ministro sobre o agravamento do quadro nos mercados internacionais.

Ele disse que o Brasil "certamente" oferece segurança, mas, novamente, repetiu que não acredita em overshooting do dólar, apenas em flutuação relativa. Apesar de dizer que o Brasil está preparado, ele reconheceu que poderá haver consequências como recuo da Bolsa, do comércio e também "um pouco de queda do crédito". "Temos que ficar alertas, olhando as consequências. É claro que sempre haverá consequências".

Mantega informou que embarca para o Peru, onde participará de reunião da Unasul para discutir com os ministros da Fazenda dos países estratégias conjuntas para enfrentamento dessa crise. Segundo ele, os ministros estudarão mecanismos de defesa, principalmente se houver fuga de capitais, "o que não é problema para o Brasil". 

Entre as medidas, ele citou um banco de compensação financeira ou fortalecimento dos que já existem. Os ministros também vão discutir estratégias comuns de defesa dos mercados com relação à invasão de produtos de outros países que não têm mercado. "É uma agenda muito importante para a América Latina principalmente nesse momento de agravamento da crise externa", disse.

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Fonte:
G1/Estadão

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