Exportações de MT sobem 718% em dez anos

Publicado em 09/08/2011 10:04

Exportações mato-grossenses evoluíram 718% entre os anos 2000 e 2010. Em números, as negociações com mercado internacional
movimentaram US$ 1,033 bilhão no início da década, fechando o período com faturamento de US$ 8,451 bilhões. Neste ano, entre janeiro e julho, comercialização de produtos mato-grossenses já rendeu US$ 6,022 bilhões, 71,26% da movimentação financeira registrada durante todo ano passado.

No comparativo com 2010, o montante representa incremento de 12,64%, mesmo com queda de 10,6% no volume de embarques, que totalizaram 11,729 milhões de toneladas até julho. Em 2010, as negociações de 13,147 milhões de toneladas de produtos mato-grossenses gerou receita de US$ 5,346 bilhões. No acumulado do ano, as importações também subiram 72,80% no Estado, movimentando US$ 955,302 milhões, sendo US$ 402,487 milhões a mais que em 2010, quando investimentos em produtos importados somaram US$ 552,829 milhões. Sendo assim, balança comercial mato-grossense registrou superávit de US$ 5,067 bilhões, 5,72% a mais que em 2010, quando saldo fechou em US$ 4,793 bilhões entre janeiro e julho. Em todo país, superávit alcançado no período foi de US$ 16,086 bilhões, 74,37% a mais que o saldo registrado em 2010, até julho.

O desempenho demostra que o Estado manteve saldo positivo nas negociações, mas diante do cenário de crise econômica internacional, as exportações podem reduzir neste segundo semestre, conforme observa economista Vitor Galesso, especialista em Comércio Exterior, mesmo com grande parte das vendas sendo por meio de contratos futuros. “O crescimento nas exportações é fruto do consumo asiático e o ideal seria que tivéssemos pelo menos mais duas cadeias produtivas fortes”.

Quanto às importações, Galesso reforça que variação no câmbio tem favorecido aquisição de produtos estrangeiros, principalmente máquinas e equipamentos para modernização e instalação de indústrias em Mato Grosso. Acrescenta-se a estes itens alguns insumos para construção civil e demais artigos de consumo, como pneus, plásticos e produtos chineses. “Mato Grosso está aprendendo a fazer algo comum a outros estados brasileiros, que é a compra direta de fornecedores estrangeiros”.

Principal componente da balança comercial mato-grossense, o complexo soja sofreu redução de 13,36% no volume de embarques, fechando os 7 primeiros meses com 9,256 milhões de toneladas. Faturamento, porém, melhorou 13,11%, movimentando US$ 4,492 bilhões. Com exceção do óleo de soja que aumentou em 10,5% o volume de embarques, sofreram queda nas exportações a soja em grão (-9,8%), o farelo (-24,1%) e a lecitina (-16,2%).

Na avaliação do economista Carlos Vítor Timo, situação reflete maior esmagamento do grão no próprio Estado, além do aumento da demanda interna por farelo de soja. Lecitina, assim como óleo têm sido muito consumidos no mercado interno, complementa o economista Vitor Galesso. “Há períodos de flutuação, invertendo negociações entre mercado doméstico e internacional”. Na avaliação do superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio, o atraso na colheita influenciou redução nas exportações do complexo soja.

No caso do milho, foi registrado incremento de 14,1% no volume de embarques e 60,4% no faturamento, entre janeiro e julho deste ano. Foram embarcadas 2,094 milhões de toneladas, contra 1,835 milhão (t) na comparação com igual período de 2010. Volume gerou US$ 521,786 milhões neste ano, contra US$ 325,237 milhões no ano passado. Para Celidônio, o segundo semestre indica retração nas exportações do cereal. “Além dos estoques em baixa, a produção desta safra será menor”.

Outro cereal que registrou alta nas vendas para o mercado externo foi o arroz, com incremento de 1176,1% na quantidade e 990,5% no faturamento. Foram embarcadas 1,097 mil toneladas neste ano, contra 86,010 (t) entre janeiro e julho de 2010. Comercialização rendeu US$ 609,944 mil em 2011, contra US$ 55,933 mil no ano passado. Variação percentual é significativa, mas a quantidade exportada é pequena, conforme observa presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz (Sindarroz), Ivo Fernandes Mendonça. Acrescenta ele que têm sido efetuados embarques de arroz quebrado para o continente africano, destinado à alimentação. “O Sul tem exportado mais arroz parboilizado, mas ainda importamos arroz da Argentina e Uruguai”. Previsão de Mendonça é que não falte o produto neste segundo semestre, quando tem início a entressafra. “A produção aumentou um pouco, porque a área plantada de 252 mil hectares foi 5% maior que no ano passado”.

Outros itens exportados - No caso do algodão, houve queda nas exportações entre janeiro e julho deste ano. Volume de embarque totalizou 25 milhões de toneladas, redução de 63,1% em comparação com os 68,63 milhões (t) vendidas em 2010. Volume gerou US$ 47,914 milhões neste ano, 51,2% a menos que os US$ 98,172 milhões movimentados no ano passado.

Na análise do economista Carlos Vitor Timo, a concentração dos embarques no final do segundo semestre de 2010, após a safra, negociada em grande parte por meio de vendas futuras, assim como maior volume de negociações no mercado interno, influenciada pela recuperação dos preços, são fatores que interferiram na queda das exportações no período. Diretor do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA), Álvaro Salles, confirma aumento de vendas para mercado interno no primeiro semestre, reduzindo disponibilidade para mercado externo. “Janeiro a julho é período de entressafra, por isso o que sobra da safra anterior é que é embarcado”.

Comercialização do açúcar com mercado internacional evoluiu 26,1% em volume, possibilitando alta de 66,1% no faturamento, no comparativo com 2010. Até julho, foram embarcadas 7,941 milhões de toneladas de açúcar para mercado externo, contra 6,297 milhões em 2010. Volume gerou US$ 5,613 milhões neste ano, contra US$ 3,379 no mesmo período do ano passado. De acordo com diretor do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras (Sindálcool), Jorge dos Santos, o aumento nas vendas para mercado internacional está relacionada ao crescimento da demanda externa, influenciada pelos baixos estoques, decorrente da quebra na produção indiana no ano passado e por uma redução na oferta no próprio mercado doméstico.

Carnes - Exportação de carnes teve queda de 1,4% no volume de embarques, com 227,093 mil toneladas, contra 230,297 mil (t) em igual período de 2010. Mas, o faturamento aumentou 15,3%, movimentando US$ 726,052 milhões, contra US$ 629,716 milhões. Redução foi puxada pela carne bovina (-15,1%) e suína (-39,4%). Com a carne bovina, preços sustentaram faturamento positivo (10%) sobre 2010, ao contrário da carne suína, que apresentou redução (-36,5%) na movimentação financeira.

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Fonte:
A Gazeta

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