China pode aceitar transgênicos e mudar posição de outros países

Publicado em 09/09/2011 07:50 e atualizado em 12/09/2011 09:01
De acordo com duas autoridades do setor reunidas em debate moderado pelo Wall Street Journal
sobre agricultura sustentável, na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a adoção de safras geneticamente modificadas pela China pode ser  o "ponto de virada" nas atitudes globais com relação à biotecnologia,
 
Gordon Conway, do Imperial College de Londres, espera que a China aprove safras  transgênicas para cultivo comercial até 2012. "Acho que no ano que vem ou no seguinte eles vão liberar um arroz que é transgênico e tudo vai mudar. Eles têm de  30 a 40 (testes com transgênicos) em andamento atualmente. Estamos muito perto", afirmou Conway.
 
Para defensores da biotecnologia, os organismos geneticamente modificados  (OGM) são uma ferramenta essencial para impulsionar a produção de alimentos.
Com variedades de produtos básicos, como arroz e trigo, mais produtivas e resistentes a secas e pragas, eles argumentam que este pode ser o próximo passo para a alimentação global. Apontam para países que são grandes usuários de transgênicos como os Estados Unidos e o Brasil.
 
Mas em muitas partes do mundo os governos permanecem muito céticos quanto aos transgênicos. Na Europa, o debate continua. Hoje, a companhia norte-americana Monsanto vai ouvir os resultados de uma avaliação da Corte de Justiça da Europa sobre a proibição do milho MON 810, que foi aprovado na União Europeia, mas vetado pela França alguns anos atrás.
 
A alta recente dos preços dos alimentos pressionou mais os legisladores da União Europeia para que afrouxassem as regras sobre importações de OGM, como fizeram no início do ano com a presença de traços de transgênicos em rações. Em Portugal e na Espanha, o cultivo de transgênicos aumentou para nível recorde neste ano, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
 
O principal conselheiro científico da companhia de agroquímicos Syngenta, Mike Bushell, presente no debate, concordou com Conway, apesar do fato de que uma das maiores traders mundiais de grãos, a Bunge, acabou de proibir uma variedade de milho da Syngenta por falta de aprovação na China. A Cargill, outra grande empresa de agronegócios, anunciou recentemente que não vai aceitar a mesma variedade (chamada Agrisure Viptera) em suas fábricas de processamento na
América do Norte, pelo menos enquanto a variedade não for aprovada na União Europeia.
 
"A ironia é que a China tem pessoas em todos os lugares cultivando ilegalmente (arroz transgênico não aprovado)", comentou Bushell.
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Fonte:
The Wall Street Journal

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