Para Fipe, alimentação continuará com papel de destaque na inflação

Publicado em 12/09/2011 14:34 e atualizado em 12/09/2011 16:47
A inflação na cidade de São Paulo na primeira quadrissemana de setembro, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), veio 0,02 ponto percentual abaixo da previsão do coordenador do indicador, Antonio Comune, ficando em 0,36%, abaixo dos 0,39% da última semana de agosto.

“Essa pequena diferença é porque alimentação, apesar de ter subido, não subiu tanto como esperávamos”, comenta.  Comune aguardava elevação de 1,02% para os alimentos na atual medição, acima dos 0,89% verificados, taxa ainda alta em sua avaliação. Os números pressionados, no entanto, não são uniformidade dentro da classe de despesa.

Os alimentos industrializados tiveram desaceleração de 0,47% para 0,13% entre uma semana e outra, enquanto a taxa dos in natura praticamente dobrou, indo de 0,36% para 0,65% no período.  O destaque é o limão, com avanço de 66,92% no período, responsável por 7% da taxa do índice geral movimento que é pontual, ressalta Comune. “Isso é questão de safra. De qualquer maneira, ele está colocando um viés que não vai persistir. Não é uma preocupação”. De janeiro a agosto, o limão acumula deflação de 6,09%.

Por outro lado, o frango, cuja aceleração responde por 16% do índice geral, continuará em trajetória de alta, segundo o pesquisador. Na atual leitura, o item avançou 6,48%. “Basicamente são seus insumos que influem, como milho, ração e soja”, explica Comune, que também destaca a elevação de 3,12% no arroz, com contribuição de 6% no indicador geral. “Mas na próxima semana ele já deve diminuir um pouco sua pressão”, pondera.

A carne, no entanto, já está incomodando e seus preços devem seguir aumentando com a entressafra na projeção da Fipe. Na primeira prévia de setembro, o contrafilé aumentou 2,8%, a alcatra, 3,73% e o coxão mole, 2,11%. “Estamos tendo sinais de alta com a entressafra. Primeiro sobem as carnes de primeira e em seguida, as carnes de segunda. O frango já está com preço alto e carne de porco virá na sequência. Daqui para frente, só teremos preços altos em carne”, afirma.

A expectativa de Comune é que o IPC-Fipe tenha novo recuo na próxima semana e fique em 0,30%, taxa que será mantida na terceira medição do mês e acelerará para 0,35% no fechamento de setembro. A alimentação deve ter pequeno recuo em relação a agosto, mas continuará sendo o principal grupo a puxar o índice e seguirá em patamar alto no longo prazo, projeta o economista.

A previsão é feita com base em tendências apresentadas por produtos na semana que entra no índice em relação a que está saindo, também levando em conta informações de mercado, como a alta de commodities e problemas de safra.

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Fonte:
Valor Econômico

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