Polícia Federal localiza 3 corpos dentro da Terra Indígena Tenharim
A Polícia Federal encontrou na tarde de ontem, segunda feira, três corpos enterrados dentro da Terra Indígena Tenhariam, em Humaitá, no sul do Amazonas. Segundo o secretário de Segurança Pública de Rondônia, Marcelo Bessa, há fortes indícios de que sejam os corpos dos três homens desaparecidos desde o dia 16 de dezembro do ano passado, no trecho da Transamazônica que corta a área.
O funcionário da Eletrobras Aldeney Salvador, o representante comercial Luciano Ferreira e o professor Stef de Souza viajavam juntos pela rodovia Transamazônica.
Desde a manhã de ontem, os policiais estavam na rodovia em busca do local onde os corpos estavam enterrados, segundo os depoimentos tomados durante a investigação que apura os crimes de sequestro, assassinato e ocultação dos corpos das três vítimas. No início do mês, os policiais localizaram peças de carro queimadas dentro da terra indígena.
Os corpos foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) de Porto Velho (RO) para a realização de exames específicos para o reconhecimento. Após o laudo do IML, será possível afirmar se os corpos encontrados são das vítimas desaparecidas.
Cinco índios da etnia tenharim foram presos na quinta-feira suspeita de envolvimento no assassinato dos três homens. Eles foram presos e levados a Porto Velho, a 200 km de Humaitá.
Entre os cinco presos estão o cacique Domiceno Tenharim, da aldeia Taboca, onde as buscas pelos corpos se concentraram, e dois filhos do cacique Ivan Tenharim, morto no início de dezembro em um acidente de moto na rodovia.
A inércia do poder público em investigar o desaparecimento dos três homens às vésperas do Natal desencadeou violentos protestos em Humaitá no fim de dezembro. Moradores atearam fogo à sede local da Funai e destruíram veículos e barcos que transportavam índios.
A versão da polícia, segundo a qual o índio morreu em um acidente de carro, foi questionada em um post no blog da Funai pelo coordenador local da fundação, Ivã Bocchini que levantou a suspeita e assassinato. Moradores acreditam que o texto teria incitado os índios. Depois do episódio, a Funai exonerou Bocchini, apontando-o como incentivador da tensão.
A família do cacique não partilhava da suspeita de que a morte foi mais do que um acidente. "Em nenhum momento a gente falou que o meu pai foi assassinado. A gente não protestou nem chegou a acusar ninguém", disse Gilvan, 24, filho de Ivan. Ele explicou que a família não autorizou a autópsia completa por questões culturais.
Conta no inquérito da Polícia Federal que um carro semelhante ao usado pelos três homens teria sido visto prestando socorro ao cacique Ivã Tenharim na ocasião do acidade de moto. Após o post de Bocchini a prestaçaõ e socorro foi confundida com a causa da morte do cacique. Os índios teriam então parado no posto de pedágio ilegal que mantinham na rodovia o primeiro carro semelhante ao visto prestando socorro ao cacique e assassinado seus três ocupantes.
Consta também que haveria uma rixa entre os índios e o funcionário a Eletrobrás Aldeney Salvador pelo fato da empresa cobrar contas de luz dos índios atendidos pelo programa Luz para Todos. Os índios pareciam não concordar com a cobrança e culpavam Aldeney. O funcionário da Eletrobrás teria sido o único degolado pelos índios. Os outros dois teriam sido mortos a tiros ainda dentro do veículo.
03 de dezembro de 2013 - O Cacique Ivan Thenharim é encontrado ferido na Rodovia Transamasônica (BR 230) próxima à aldeia onde vivia. É levado ao hospital de Humaíta, mas não resiste aos ferimentos e morre. A Polícia Federal afirma que a morte do cacique decorreu de um acidente de trânsito.
06 de dezembro de 2013 - O Blog oficial da FUNAI de Humaitá-AM publica uma matéria levantando suspeitas sobre a morte do cacique. O texto diz que "O cacique estava desacordado com inúmeros hematomas e ferimentos na cabeça, no entanto a moto, o capacete e a bagagem estavam quase intactos, levantando suspeitas sobre a verdadeira causa da morte, inicialmente apontada como um acidente de trânsito."
16 de dezembro de 2013 - Luciano Ferreira Freire, representante do Atacadão Manaus, Stef Pinheiro, professor de Apuí, e Aldeney Ribeiro Salvador, funcionário da Eletrobrás Amazonas Energia seguiam, com outras duas pessoas não identificadas em um carro, de Humaitá para a comunidade Santo Antônio do Matupi, no município de Manicoré, quando foram abordados pelos índios thenharim.
De acordo com o superintendente da polícia federal e delegado, Carlos Manoel da Gaya Costa, testemunhas revelaram em depoimento que 40 índios foram vistos empurrando o carro em que os três desaparecidos viajavam pela BR-230. 19 de dezembro de 2013 - A Polícia Federal (PF) realiza buscas pelos desaparecidos em uma região do km 85 da BR-230 (Rodovia Transamazônica).
"Uma equipe da Polícia Federal seguiu para realizar buscas na área, mas ainda não temos informações sobre os desaparecidos, se estão sendo reféns, se foram mortos ou perdidos na aldeia. Aguardamos contato da equipe para divulgar detalhes do caso", disse assessoria de comunicação da PF/RO 24 de dezembro de 2013 - Na véspera de Natal, familiares e amigos dos desaparecidos interditaram a balsa que faz a travessia do Rio Madeira, em Humaitá. 25 de dezembro de 2013 - Onze carros da Funai e da Funasa são queimados pela população, além das sedes dos órgãos.
A Polícia Militar interviu, mas a manifestação seguiu ao longo da noite. Manifestantes e policiais chegaram a entrar em conflito. Segundo informações da Polícia Militar de Humaitá, duas mil pessoas participaram do conflito. Os índios Tenharim, que estavam abrigados na Casa do Índio de Humaitá, foram escoltados até o Batalhão do Exército por motivos de segurança. 27 de dezembro de 2013 - 11 dias após o desaparecimento dos três homens sem que as forças do Governo iniciem as buscas, a população de Apuí, cidade vizinha a Humaitá, organizam grupos para fazerem eles mesmos as buscas.
O grupo monta acampamento nos limites da Terra Indígena e destroem os barracos construídos pelos índios para a prática de cobrança ilegal de pedágio. 28 de dezembro de 2013 - A força tarefa do Governo (Polícia Militar, Federal e Exército) iniciam as buscas pelos três homens desaparecidos. 6 de janeiro de 2014 - A Polícia Federal divulga nota na qual afirma ter encontrado peças queimadas de um automóvel dentro da Reserva Tenharim.
As peças seriam compatível com um Volkswagen Gol, mesmo modelo usado pelos três homens que desapareceram na região no dia em 16. Junto com as peças do Gol os policias encontraram um caixa de antialérgicos semelhante ao que era normalmente carregados por um dos desaparecidos. 8 de janeiro de 2014 - O Comandante Militar da Amazônia, General Eduardo Dias Villas-Boas, vem até Brasília e é recebido no Palácio do Planalto pela Presidente Dilma Rousseff.
Provavelmente a reunião tenha servido para que o General relatasse à Presidente o que haviam encontrado dois dias antes. 10 de janeiro de 2013 - Dois dias depois do relatório do Comandante Geral da Amazônias à Presidente Dilma, O Diário Oficial da União estampa a exoneração de Ivã Bocchini, o Funcionário da Funai que teria incitado os índios contra a população de Humaitá. 15 de janeiro de 2013 - O antropólogo Henyo Barreto da ONG indigenista IEB, homem de fontes privilegiadas, anuncia no Twitter que está se dirigindo para Humaitá.
Provavelmente para acompanhar os eventos. 17 de janeiro de 2014 - O jornalista Alexandre Garcia, outro homem de fontes privilegiadas, divulga em comentário da Rádio Metrópole que a Polícia Federal já não tem mais dúvidas sobre a morte por assassinato dos três homens desaparecidos no dia 16. De acordo com o jornalista, a exoneração de Bocchini teria sido determinada por Dilma ao ouvir o relato do General Villas-Boas. 21 de janeiro de 2014 - O advogado dos índios, pago não se sabe por quem, pediu à Justiça Federal do Amazonas habeas corpus preventivo para os cinco índios.
A justiça pede um parecer ao Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM), que deu parecer negativo ao habeas corpus preventivo e o processo retornou à Justiça. 30 de janeiro de 2014 - Quarenta e cinco dias depois do desaparecimento dos três homens sem etnia, cinco índios são presos pela Polícia Federal. 3 de fevereiro de 2014 - Polícia Federal encontra três corpos em adiantado estado de putrefação enterrados dentro da Terra Indígena. Mais informações a qualquer momento. Em tempo, vamos falar de escrotidão? Agora que os três corpos foram encontrados e cinco indígenas tenharim foram presos como suspeitos do assassinato dos três homens desaparecidos dentro da Terra Indígena Tenharim, no Amazonas, devemos republicar este post.
Aberta temporada de caça ao agricultor na Suiá-Missu
Uma semana após a retomada da área da antiga fazenda Suiá-Missu pelos agricultores expulsos pela Funai, a Polícia iniciou uma varredura nas propriedades desocupadas em busca de produtores rurais. A ordem da Justiça retirá-los a força. Quem oferecer resistência será preso como cão sem dono.
De acordo com moradores da região picku-ps da Polícia Federal rondam a região. “A gente estava pegando grama ali pelo lado da Aritana ai chegaram seis camionetes e disse para a gente ir embora, e que estava proibido pegar qualquer coisa na área. Ele ainda ameaçou dizendo que se visse a gente alí de novo ia prender”, contou um dos ex-moradores da Suiá-Missu ao portal Agência da Notícia.
Os Produtores tentam retomar as propriedades de onde foram expulsos alegando que após um ano da chamada "desintrusão", o Governo não cumpriu com a promessa de reassentá-los em outro local. Os ex-agricultores afirmam que vão resistir.
A justiça federal do Mato Grosso deu 60 dias ao Incra para que apresente um plano definitivo de realocação dos produtores rurais, algo que deveria ser feita há um ano. A determinação foi feita durante audiência na última quinta-feira (30) entre o órgão e representantes do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da União e da Justiça Federal.
A audiência foi designada às pressas pelo juiz federal substituto da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, Ilan Presser, devido a possibilidade de um novo conflito entre produtores rurais retirados de Marãiwatsédé, que voltaram nesta semana a região, e os xavantes.
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