Candidatos à presidência falam sobre a Questão Indígena na CNA

Publicado em 07/08/2014 07:37 e atualizado em 08/08/2014 04:57

Dilma diz que mandou Cardozo mudar o processo de demarcação de Terras Indígenas 

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A Presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, disse hoje aos setor produtivo rural na CNA que determinou ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que faça uma revisão nos processos administrativos que envolvem a demarcação de terras indígenas. De acordo com a presidente, a medida tem o objetivo de garantir um ambiente de segurança jurídica no campo. 

"A questão da demarcação de terras indígenas é um dos nossos desafios. A situação de conflito surgiu na medida em que ela chegou a áreas produtivas, contrapondo-se a laudos emitidos pela Funai (Fundação Nacional do Índio)", disse a presidente aos representantes do agronegócio.

A presidente pode até ter mandado no Ministro Cardozo revisar as normas que definem o processo de demarcação de Terra Indígenas, mas se mandou ele não obedeceu. Não houve qualquer alteração nessa matéria nos últimos anos.

Cardozo apresentou uma minuta de uma Instrução Normativa regulamentava alguns dispostivos do Decreto 1.775 no sentido de incluir a participação de outros órgãos do governo no processo de demarcação, mas a proposta não saiu do mundo das minutas. O texto chegou a ser analisada por nossa equipe de colaboradores. Relembre: Análise da minuta de Portaria do Ministro da Justiça.

 

Aécio pretende envolver outros orgãos nos processos de demarcação

 

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Na sabatina da CNA, o candidato pelo PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse que envolverá outros órgãos nos processos de demarcação de Terra Indígenas, hoje feitos na caixa preta da Funai. Aécio disse também que as demarcações devem obedecer as condicionantes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso Raposa Serra do Sol. O candidato disse à jornalistas que é contrário à PEC 215. “Essa PEC só avançou por causa da inércia do governo em dirimir os conflitos”, disse Aécio.

Uma das dezenove condicionantes do STF a que Aécio se refere veda a ampliação de áreas indígenas já demarcadas e outra obriga o envolvimento de outros órgãos nos processos administrativos de demarcação.

Há uma incompreensão geral dos candidato em relação às formas possível de se dirimir os conflitos no campo relacionados às demarcações. Sozinhas, as condicionantes não solucionarão os conflitos existentes hoje no campo. O cumprimento da legislação atual leva ao conflito uma vez que a demarcação expropria terras. Só se resolve isso mudando a lei. 

 

Eduardo Campos afirma na CNA que demarcará todas as Terras Indígenas que ainda faltam 

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Acompanhado de sua vice, a ambientalista Marina Silva, o presidenciável do PSB, Eduardo Campos, prometeu hoje avançar na demarcação de terras indígenas. No auditório da CNA e diante de uma plateia lotada de representantes de produtores rurais ameaçados pela Funai, Campos disse que o país precisa concluir a demarcação das terras indígenas. “Essa não é uma pauta infinita, ela é finita. A própria Constituição Federal de 1988 imaginou que seria possível fazer dentro de 5 anos toda a demarcação de terras indígenas. Não foi possível, mas também não é preciso levar 50 anos”, disse o socialista.

Campos disse ter sido um erro a atitude do atual governo de suspender os processos de demarcação. "Quando um governo que pára o ritmo que vinha de outros, é obvio que isso desemboca no ambiente de tensão e no clima político que estamos vivendo hoje no campo”, disse Eduardo, criticando o baixo ritmo de demarcação de terras indígenas no governo Dilma.

Não é a primeira vez que Eduardo Campos faz afirmação no sentido da continuidade das demarcações conforme a legislação atual. O ainda fez questão de destacar a presença no evento da CNA de Marina Silva, conhecida no Congresso por seu posicionamento ambientalista radical e de enfrentamento à bancada ruralista. 

 

 

 

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Fonte:
Blog Questão Indígena

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    O blog Questão Indigena è um dos melhores do Paìs. Poucos tem a coragem, determinação e imparcialidade das pessoas de boa vontade que fazem o blog. Pessoas assim me estimulam falar diretamente, sem meias palavras, sobre o que està ai, escancarado à nossa frente. Basta olhar as fotos para ver que o que ali està è uma velha oligarquia, que faz de conta que quer resolver os problemas da agropecuária nacional, que preserva o status na base de “contribuições” obrigatórias???, que cresceu e se fortificou à sombra do estado, e com suas reinvidicações, no fundo, è mais socialista que o MST. CNA e MST, apresentam suas reinvidicações ao saco sem fundo estatal. Esse è o conflito entre ricos e pobres. Esse è o conflito que nem CNA, nem MST querem resolver, por servir aos dois. Ou essa opção, ou outra que è a da incompetência dessas pessoas em representarem os produtores rurais, esses mesmos que se querem como a elite do Paìs, não passam de aproveitadores querendo manter e retirar mais e mais privilégios do estado, e o que è pior, mantidos por milhares e milhares de produtores que nunca chegarão sequer a ver a sede da CNA, nem de longe, que a sustentam e que irão subsidiar os portos, hidrovias, ferrovias que serão usados exclusivamente por essa parcela oligárquica que manda na CNA. È uma vergonha que digam que sustentam o Paìs, sendo que não conseguem nem ao menos sustentar uma entidade sem retirar desses mesmos produtores , obrigando-os por força de lei, a manutenção da CNA, usando o estado ( como faz o MST ), para obrigar os produtores a pagar ao mesmo tempo que usam a CNA e o estado para realizar seus próprios interesses, exatamente como fizeram os lideres do MST, que se encheram de dinheiro estatal sob o pretexto de realizarem reforma agrária no Brasil. Aqui, trechos do blog Questão Indigena, “Não podemos deixar de ressaltar que a CNA não atenta ao fato de que a União não pode pagar por terras identificadas como indígenas pela Funai. Essa é a principal fonte de problema. O Governo só poderá pagar pelas terras nos casos de novas demarcações se mudar o texto da Constituição Federal.

    Não adianta pedir sem apontar os caminhos. Tanto Eduardo Campos, quanto Aécio Neves já deram demonstrações públicas de não estarem dispostos a encarar uma processo legislativo de mudança no capítulo dos direitos indígenas da Constituição Federal e não é possível atender o que pede a CNA sem isso”, da matéria CNA pede imediata interrupção dos processos de demarcação e reestruturação da Funai e “Há uma incompreensão geral dos candidato em relação às formas possível de se dirimir os conflitos no campo relacionados às demarcações. Sozinhas, as condicionantes não solucionarão os conflitos existentes hoje no campo. O cumprimento da legislação atual leva ao conflito uma vez que a demarcação expropria terras. Só se resolve isso mudando a lei”, da matéria, Candidatos à presidência falam sobre a Questão Indígena na CNA.

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