Chuva já atrapalha colheita de soja em Mato Grosso

Publicado em 07/02/2013 10:00
Produtores relatam perdas nas lavouras por causa do excesso de umidade.
A colheita de soja em Mato Grosso já alcançou 11,4% da área total, cerca de 900 mil hectares, segundo o Instituto Mato-grossense de Agropecuária (Imea). Os produtores, entretanto, não estão tranquilos por causa das chuvas em todo o Estado. “A consequência da alta umidade e a irregularidade na maturação da soja estão gerando problemas sérios de padronização”, explica o diretor técnico da Aprosoja, Nery Ribas.

A previsão não é boa para os produtores que esperam o clima ideal para conseguir colher. Segundo a Somar Meteorologia, até sábado deve chover de 60mm a 200mm em todo o Mato Grosso. Em Campo Novo do Parecis, por exemplo, deve chover cerca de 190mm até o fim da semana, em Rondonópolis, 130mm, e em Sorriso, 70mm.

De acordo com o meteorologista Celso Oliveira, esta é a época mais chuvosa do ano, o problema é a qualidade da chuva. “As chuvas vem de forma invernada, ou seja, com dias nublados e precipitação a qualquer hora e não em pancadas, que seria o ideal para a colheita”, explicou.

As perdas chegam a 45 mil toneladas até o momento, segundo o Imea. O produtor de Santo Antônio do Leste, Osmar Brunetta, já perdeu 1.600 hectares do total de oito mil que cultiva na região. “Fomos colhendo o que era possível, mas 70% era grão ardido”, relatou. Em parte desta área já está semeando o milho sobre as áreas de soja não colhidas “São mais de 25 dias sem parar de chover, as máquinas não entram na lavoura”, disse.

A dificuldade da entrada de máquinas na lavoura por causa do solo úmido é mais um complicador, segundo o diretor Nery Ribas. “Os produtores não conseguem pulverizar a lavoura para controlar a ferrugem asiática e o percevejo. É preciso ter muita atenção neste momento”, reforça.

O produtor rural Naildo Lopes, que é coordenador da comissão de Gestão da Produção da Aprosoja e planta em Santa Rita do Trivelato, também já sentiu os efeitos do excesso de chuva. Além de grãos avariados e ardidos, o frete já começa a aumentar. “Estamos colhendo aos poucos e os caminhões estão tirando o que há disponível. O preço do frete é o mesmo com o caminhão lotado ou não”, afirmou.

Além do clima, outro problema são as penalidades sofridas pelos produtores nos descontos ao entregarem o produto nas tradings. Para o presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, seria importante que as empresas que recebem a soja fossem mais flexíveis. “Em momentos como este que o produtor está vivendo as regras de desconto na classificação penalizam ainda mais”, frisou.
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Aprosoja

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