Na manhã desta quarta-feira (24), os futuros da soja encerraram o pregão eletrônico em campo misto na Bolsa de Chicago. As primeiras posições da commodity fecharam com pequenas altas, enquanto que os contratos agosto e setembro/13 registraram leves quedas. O milho e o trigo apresentaram pequenos ganhos, pouco expressivos.
O mercado internacional de grãos continua observando as duas forças que atuam sobre as cotações, sendo uma de pressão positiva referindo-se aos fundamentos de oferta e demanda, principalmente para a soja, e outra onde já se contabilizam as boas expectativas para a nova safra dos EUA apesar das condições climáticas desfavoráveis no país.
Analistas afirmam que, apesar das chuvas intensas, das baixas temperaturas e da incidência de neve em alguns pontos de produção, o foco do mercado se volta para as previsões climáticas que indicam uma melhora para os próximos dias, o que poderia permitir uma recuperação do atraso no plantio que já vem sendo reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Veja como encerrou o mercado nesta terça-feira (23):
Apesar de clima adverso nos EUA, grãos fecham terça-feira no vermelho
A soja fechou os negócios desta terça-feira (23) em terreno misto na Bolsa de Chicago. Apenas o contrato maio/13 fechou no azul, registrando uma leve alta de apenas 2,50 pontos. Ao longo do dia, o vencimento chegou a subir mais de 10 pontos, porém, a volatilidade foi bastante intensa nesta sessão. As posições mais distantes terminaram o dia em queda.
Segundo explicam os analistas, fatores conflitantes influenciam o mercado no presente momento, o que vem tirando a direção dos negócios. Enquanto a demanda pela soja dos Estados Unidos, principalmente por parte dos importadores, processadores e fabricantes de ração, se mantém aquecida e reduzindo ainda mais a oferta norte-americana, dá sustentação aos contratos mais próximos, as notícias sobre a safra 2013 dos EUA pesam sobre o mercado.
O clima nas principais regiões produtoras de grãos norte-americanas segue muito úmido e frio, com até mesmo a incidência de neve em alguns locais, e isso vem provocando um significativo atraso no plantio do milho e do trigo no país. Nesta segunda (22), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo relatório de acompanhamento de safra indicando um avanço de apenas 2% na semeadura do milho e 1% para o trigo.
Esse atraso pode fazer com que os produtores tenham que mudar sua opções de cultura e, ainda de acordo com analistas, devem optar pela soja. Essas especulações já pesam sobre o mercado da oleaginosa e provocam um recuo nos vencimentos de mais longo prazo.
Por outro lado, o milho também recuou e fechou a sessão desta terça-feira com perdas de mais de 10 pontos para os contratos referentes à safra nova. O foco do mercado nesse momento é a previsão de melhora para o clima nos Estados Unidos, com uma trégua principalmente das chuvas.
"Até o momento a situação está ruim, mas talvez possa melhorar do ponto de vista do ritmo de plantio, e é isso que está criando essa indecisão na cabeça dos operadores", disse o analista de mercado Steve Cachia, da Cerealpar.
Seguindo o tom baixista dos mercados vizinhos, o trigo também fechou a sessão no vermelho. As perdas ficaram entre 4,75 e 7,75 pontos, mesmo diante de um atraso significativo no plantio do grão de primavera nos Estados Unidos.
Gripe Aviária na China - As notícias sobre a questão da gripe aviária na China também influenciaram negativamente o mercado de grãos, pesando principalmente sobre as cotações da soja. Já são contabilizados mais de 103 casos e as mortes chegam a 20, de pessoas entre 58 a 81 anos. Em função da doença, o consumo de carne de frango vem caindo com intensidade no país, o que já resulta em um queda de 5% nos preços nas últimas semanas.
O temor do mercado é de que essa redução no consumo de carne possa reduzir a produção frangos, diminuindo, consequentemente, um menor uso de soja, farelo, milho e trigo na produção da ração animal. Atualmente, a China é um dos maiores produtores mundiais de carne de frango, bem como a maior importadora global de soja.