Grãos têm dia de baixas motivadas por correção técnica na CBOT
Os contratos futuros da soja fecharam a sessão desta terça-feira (4) com perdas entre 3,75 e 10,25 pontos na Bolsa de Chicago. O mercado recuou com um movimento de realização de lucros após as fortes altas registradas nesta segunda-feira (3), quando os preços bateram nos melhores patamares em sete meses. O milho fechou o no misto, com apenas o julho/13 em alta, assim como o trigo, que terminou o dia no vermelho, subindo apenas na posição maio/14.
Entretanto, apesar dessa correção técnica exibida neste pregão, as cotações seguem com foco em duas situações: a preocupante falta de soja da safra velha nos Estados Unidos e as incertezas sobre a nova safra dos Estados Unidos. Além disso, como explicou o analista Pedro Dejneka, da PHDerivatvos, "com a participação de fundos especuladores no mercado, movimentos tanto de alta, quanto de baixa, tendem a ser exagerados".
Nos contratos mais próximos, referentes à temporada 2012/13, o mercado encontra sustentação, já que há pouca soja disponível diante de uma demanda, tanto interna quanto para exportação, muito aquecida e sem dar sinais de desaceleração.
Paralelamente, há indefinições sobre a safra 2012/13 de grãos dos Estados Unidos. As projeções iniciais indicavam uma produção recorde, entretanto, o significativo atraso do plantio já compromete essas estimativas. As condições climáticas não foram nada favoráveis à semeadura do milho, que está bastante atrasada em relação aos números do ano passado e à média dos últimos cinco anos.
Para a soja, o cenário também não tem se configurado de forma muito positiva. Chuvas excessivas atrapalham os trabalhos de campo e também retardam o processo de plantio.
Os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportaram que 91% da área de milho já está plantada, enquanto nesse mesmo período do ano passado, o processo já havia sido concluído e, a média mostra um índice de 99%. No caso da soja, esse número passou de 44 para 57%. Em 2012, nessa mesma época, eram 93%.
Frente a isso, crescem a cada dia as especulações sobre o tamanho da área de ambas as culturas - seja pelo atraso nos trabalhos de campo, a possibilidade de uma migração de milho para a soja e ainda a ocorrência de alguns produtores abandonado áreas optando pelo seguro agrícola -, fatores que implicariam diretamente na produtividade das lavouras norte-americanas tanto do cereal quanto da oleaginosa.
Sobre as novas previsões climáticas, Dejneka afirma que as próximas duas semanas sejam melhores, com chuvas pontuais, e algumas janelas que permitam a conclusão do plantio de milho logo mais e o de soja até 21 ou 22 de junho.
Com esse quadro ainda indefinido, a volatilidade e o "nervosismo" seguem permeando os negócios em Chicago. "São duas dinâmicas diferentes nesse momento. O mercado imediato focado em um estoque realmente apertado, e lá para frente, focado na produção e no clima. Isso continuará trazendo bastante volatilidade, continuará confundindo, mas são horas como essa em que é importante se distanciar de todo o barulho do mercado e saber diferenciar um valor baseado em fundamentos e um valor que possa estar sendo exagerado, tanto para baixo ou para cima, por um movimento técnico, ou de fundos de investimento", orienta Pedro Dejneka.
Veja como ficaram os preços dos grãos no fechamento desta terça-feira:
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