Especialistas dizem que preços da soja podem subir mais à frente com forte demanda da China
A demanda mundial por soja está bastante aquecida e, em 2014, o Brasil deverá ser o principal fornecedor da China, hoje o maior importador mundial da oleaginosa, segundo o executivo chinês Lin Tan, presidente do Hopefull Group. Será essa demanda, na opinião de analistas de mercado, o principal fator de sustentação para os preços e também o que criará melhores oportunidades de vendas para os produtores brasileiros mais a frente.
Segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, na última semana alguns volume da nova safra brasileira foram negociados depois que as cotações em Chicago atingiram bons patamares e superaram os US$ 13 por bushel, depois de dois meses dos negócios acontecendo em um ritmo bem desacelerado.
"As cotações nos portos brasileiros chegaram a algo entre R$ 67,00 e R$ 70,00 para o vencimento maio, e isso trouxe níveis mais atrativos no interior. Assim, o produtor vai esperar um novo momento que possa trazer níveis próximo disso, aparecendo o interesse do produtor, que chega nos números em que ele tem lucratividade com a soja e são interessantes para que sejam feitos novos fechamentos", explica.
De janeiro a outubro desse ano, as vendas de soja do Brasil para a China cresceram mais de 40, segundo a Secretaria de Comércio Exterior e, segundo Brandalizze, o ritmo de venda do produto brasileiro para a nação asiática deverá continuar acontecendo em um ritmo bastante acelerado.
O Brasil, segundo o consultor do SIM Consult, Liones Severo, deverá ser o responsável por atender não só a China, mas também outros destinos que não poderão ser atendidos pelos Estados Unidos em função de uma escassez pela qual deverá passar nos próximos meses. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projeta as exportações norte-americanas em 39,5 milhões de toneladas e, desse total, já foram comercializadas 34,5 milhões. Assim, até agosto de 2014, quando se encerra o ano comercial 2013/14 haveria somente 5 milhões de toneladas para serem vendidas.
"As exportações brasileiras devem ficar entre 43 e 44 milhões de toneladas, muito acima dos americanos, e no próximo ano, o Brasil será o maior exportador do mundo, consolidando sua posição, deve contribuir com metade das importações chinesas, se tornando um grande player", explicou o consultor. Para isso, ele acredita que a produção tenha que ser de, no mínimo, 89 milhões de toneladas na atual safra.
O andamento do dólar também tem sido observado com bastante atenção pelo sojicultor brasileiro que, de acordo com o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, aproveitou quando a moeda norte-americana atingiu os patamares de R$ 2,40. "O produtor foi hábil, vendeu no momento certo e agora está esperando pra ver como o mercado vai se desenvolver. (...) Eu acredito nessa sustentação dos preços em Chicago, pela retenção das vendas na mão das origens".
Leia a íntegra da entrevista com o executivo chinês Lin Tan sobre a demanda da China por alimentos:
>> Entrevista: Executivo chinês Lin Tan afirma que Brasil será principal fornecedor de soja em 2014
Nos links abaixo, confira as entrevistas dos consultores citados na matéria: