Soja: Mercado tenta recuperação e volta a subir em Chicago

Publicado em 03/12/2013 06:53

O mercado da soja voltou a subir nesta terça-feira (3) na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h50 (horário de Brasília), os ganhos dos principais vencimentos variavam entre 2,50 e 3,50 pontos. Milho e trigo também registram leves altas. 

As cotações tentam se recuperar depois da significativa queda registrada ontem em função de um movimento de realização de lucros. Ainda encontrando suporte na demanda, o mercado, portanto, volta a operar do lado positivo da tabela. Essa retomada já havia sido sinalizada pelos analistas, que afirmam que o quadro é de preços sustentados diante de uma relação entre oferta e consumo que continua bastante apertada. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Com baixa do farelo e realização de lucros, soja fecha em queda

Nesta segunda-feira (2), a soja fechou o dia com baixas de dois dígitos na Bolsa de Chicago. As perdas ficaram entre 9,25 e 15,25 pontos nos principais vencimentos e o vencimento janeiro/14, o mais negociado, ficou em US$ 13,21 por bushel. O maio/14, referência para a safra brasileira, encerrou os negócios valendo US$ 12,87, perdendo o patamar dos US$ 13/bushel. O farelo também fehou o dia em baixa. 

Um movimento de realização de lucros, intensificado pela queda dos prêmios no mercado interno norte-americano, principalmente para o farelo de soja, derrubaram as cotações nesta sessão. Segundo analistas, os bons preços atingidos recentemente também estimularam uma participação maior nas vendas por parte dos produtores dos Estados Unidos. 

Além disso, de acordo com Vinícius Ito, analista da Jefferies Corretora, rumores de que a China estaria cancelando compras de soja feitas nos Estados Unidos para, posteriormente, trocar por produto de origem sulamericana a preços possivelmente menores também teriam pressionado a commodity nesta segunda-feira. Isso poderia acontecer, como explicou Ito, com uma maior definição da safra. 

Ao mesmo tempo, as previsões de clima favorável para o desenvolvimento da nova safra na América do Sul, principalmente Brasil e Argentina, foram outro fator de pressão para os preços, segundo analistas. No Brasil e na Argentina, algumas chuvas nos últimos dias melhoraram os índices de umidade do solo, condição que deverá favorecer o bom desenvolvimento das lavouras nos dois maiores produtores sulamericanos, onde as primeiras indicações apontam para uma safra recorde de soja. 

Apesar do recuo expressivo registrado neste pregão, os analistas seguem mantendo suas expectativas de um mercado internacional sustentado para a soja, principalmente pela forte demanda mundial pela oleaginosa. Segundo números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), do total de 39,5 milhões de toneladas projetado pelo departamento para ser exportado pelos EUA, 37 milhões de toneladas de soja, ou 93%, já estão comprometidas para um ano comercial que só se encerra em agosto de 2014. 

"Nós acreditamos em um cenário de altas consolidadas até janeiro ou fevereiro, na hora em que for conhecida a real falta de soja nos Estados Unidos e podemos ver Chicago registrando preços maiores com a questão dos basis (prêmios) locais, pela competição dessa pouca soja que ainda haverá disponível", acredita o analista de mercado João Schaffer, da Agrinvest. 

Frente à essas boas expectativas, os produtores norte-americanos ainda continuam segurando suas vendas, apostando em preços melhores mais adiante. Schaffer acredita que, até o final do ano, o vencimento janeiro alcance o patamar dos US$ 14, e esse intervalo entre US$ 13,50 e US$ 14 por bushel deva estimular uma maior participação desses produtores no mercado. "O produtor norte-americano deve entrar nas vendas com maior força na virada do ano". 

O analista destaca ainda os primeiros sinais de uma demanda também já expressiva para a safra 2014/15, com o USDA reportando as vendas de alguns volumes para a China e também para destinos não revelados, o que também acaba sendo um fator positivo para o mercado internacional.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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